Objetivo

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Por que deixamos tudo para última hora?

Eu sempre pensei neste assunto, desde que ingressei para a maravilhosa (rs) vida de estudante, lá na 5ª série (digo a partir da 5ª série, porque antes disso, ainda somos crianças demais para perceber que a escola não é tão fácil quanto imaginávamos que seria – tudo bem que eu conheço pessoas que repetiram entre a 1ª e a 4ª série, mas acho que são casos raros e isolados... ou não...rs bom, isso não vem ao caso agora) mas só hoje, em meio ao perrengue que passei é que resolvi dissertar sobre isso.
Antes de mais nada, um pequeno esclarecimento: perrengue é uma gíria muito usada no Rio de Janeiro que significa, entre várias e várias coisas, dificuldade, problema. Dizem que eu uso palavras que ninguém nunca ouviu antes. Então estou explicando esta...rs
Continuando...
Meu Prof. de Economia das Empresas (por sinal, um cara muito inteligente e estudioso – e isso não é puxa-saquismo, é realidade) mandou um e-mail para todas as turmas do 2º ano de Administração que ele dá aula no dia 17 de março de 2008, informando que deveríamos entregar 15 exercícios no dia da prova P3, 07 de maio de 2008. Além deste aviso com mais de um mês de antecedência, destes 15 exercícios confesso que, no máximo, 2 ou 3 precisávamos buscar a solução – os outros estavam mastigados, alguns até efetivamente já feitos – era só copiar. Esses exercícios valem 1 ponto na nota da P1 e esse ponto ajuda muito, portanto, perdê-lo é um desperdício sem tamanho.
Muito bem. Não sendo suficiente termos mais de um mês para fazer os exercícios e estudar para a prova, emendei o feriado de 1º de maio tanto no trabalho quanto na faculdade, o que significa que eu fiquei 4 dias seguidos em casa. E o que pode significar que usei pelo menos uma tarde de algum desses 4 dias para fazer a atividade e estudar para a prova, certo? Errado! Eu não sei o que acontece comigo, tenho uma séria dificuldade em estudar sozinha e em casa. Começo a fazer as coisas e, quando me dou conta, já estou com o pensamento bem longe, ou estou em frente à TV e já anoiteceu, ou estou inventando qualquer coisa para fugir das minhas obrigações acadêmicas.
Até aí, nenhum problema, eu poderia fazer os exercícios durante a semana, afinal, de segunda para quarta são dois dias, dá tempo. Mas o que eu me esqueci de levar em consideração, é que eu acordo todos os dias às 5h25min. e só coloco os pés em casa novamente por volta das 23h20min., momento em que estou cansada demais para pensar em exercícios. Mal consigo fazer a minha marmita para o dia seguinte, quanto mais estudar! Não satisfeita com toda essa minha carga, ainda por cima estou compensando as emendas de feriado do mês de maio (2 dias, para ser mais exata, o que me dá um débito de 16 horas e 48 minutos com o IMES), e saindo às 18h30min do trabalho, para estar na faculdade às 19h20min para as aulas. Trabalho e estudo em São Caetano do Sul (o IMES tem dois campus na cidade – eu trabalho em um e estudo no outro), mas, acredite, às vezes chego a gastar meia hora de ônibus para ir de um campus para o outro, de tão estranha que é esta cidade! E, antes que eu me esqueça: mudei de setor, estou com umas 4 ou 5 funções acumuladas e está difícil até de arrumar tempo para respirar, imagina para estudar então...rs agora pegue tudo isso e some a uma pessoa que está completamente revoltada com a vida e desmotivada: com certeza, dá um problema muito grande!
Foi aí que começou o inferno... tentei fazer essa porcaria de atividade no horário de trabalho – impossível! Tenho tantos chefes que quando não é um me chamando é o outro, quando acaba o trabalho do Núcleo de RH, aparecem memorandos da Pesquisa Acadêmica para serem feitos e assinados, ligações para fazer, bagunça que os outros fizeram e eu tenho que arrumar, cagadas que os outros fizeram e eu tenho que consertar etc, etc e etc. Então, comecei a usar as aulas de outros professores para terminar a atividade, mas era pouca aula para muita atividade (afinal, pense: 15 exercícios de Economia das Empresas, com respostas de umas 10 linhas, pelo menos, cada um, mil gráficos e explicações para fazer e ainda ter que copiar o enunciado... trabalho pra car#@*$). E, além de terminar a atividade, eu tinha que estudar, claro, afinal, faltavam 2 dias para a prova!
Sabe que horas eu terminei esta atividade? Às 20h20min. da quarta-feira, ou seja, 50 minutos antes da prova. Claro que eu podia ter pego a atividade de alguém emprestada, copiado tudo e poupado tempo, trabalho e desgaste emocional, mas, e onde fica o meu aprendizado? Acreditem, eu fiz toda a atividade sozinha, mesmo correndo o risco de não dar tempo de terminar. E se não desse tempo, seria bem feito para mim, que tive um mês e meio para fazer e 4 dias em casa direto, e simplesmente deixei tudo para o ultimo segundo!
Preciso dizer que cheguei à faculdade ontem tão atordoada que meu tico e teço já estavam colidindo, eu nem estava conseguindo raciocinar direito?
A conclusão de tudo isso? Fiz a prova, ela foi um presente dado ao professor àqueles que estudaram, pois as questões eram iguaizinhas às da atividade que entregamos antes da prova (a maldita! rs), eu sabia responder todas as questões (eu acho!), e sabe o que me salvou? Ter feito a atividade. Lendo, copiando e buscando as soluções, eu acabei estudando e fixando os conceitos aprendidos em aula (confesso que não sou muito fã da matéria, mas este professor é muito inteligente e manja muito do assunto, por isso dá gosto de assistir às suas aulas). Se não fosse a atividade que tanto me deu dor de cabeça, talvez eu não tivesse estudado e teria me lascado (para não escrever um palavrão...) na prova.
Agora, vem a pergunta que não quer calar: por que eu não fiz essa atividade antes, meu Deus? Tempo eu tive, passei muitos finais de semana com a cara para o alto, sem nada para fazer, e não peguei essa atividade para fazer por quê? Será que o ditado que diz que “brasileiro gosta de sofrer” é verdadeiro? Porque o mais incrível é que eu conheço muito mais pessoas que deixam tudo para última hora do que pessoas que se programam para suas atividades, o que me faz pensar que eu faço parte de uma grande população dos que não se planejam e que, o que deveria ser hábito comum (programar-se) é, na verdade, raridade.
E o pior é que eu nunca aprendo: sexta-feira eu tenho prova, e a saga continua...rs

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