Objetivo

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Quem apaga incêndio é bombeiro!

Muitas vezes quando estou trabalhando, começo a me perguntar por que não fiz um curso especial com o Corpo de Bombeiros, pois a minha função desde que eu comecei a trabalhar na instituição que estou atualmente, dois anos atrás, nunca foi de Auxiliar Administrativo, como está escrito na minha carteira de trabalho, mas sim de bombeira, pois a coisa que mais faço no meu ambiente de trabalho é apagar incêndios.
Mas, o que vem a ser o termo “apagar incêndios” dentro de uma empresa? Eu explico: sabe aquele trabalho que deveria ser feito pelo fulano, mas o fulano estava com preguiça e jogou nas costas do cicrano, o cicrano ficou com raiva porque aquele trabalho não é dele e empurrou para o beltrano, que estava ocupado demais tomando café e fumando e passou para o joão, que também não fez sabe lá Deus porque, até que chega o momento em que o prazo final de entrega deste trabalho se expira e, o que acontece? O trabalho cai em suas mãos para ser feito com a seguinte orientação: “é para ontem”. E você, que não faz nem idéia do que é aquilo, precisa sair correndo que nem um louco atrás de aprender o que é aquele trabalho e como se faz. E, o pior: quando você entrega o trabalho, que nem seu era, feito, não tem nem um sorriso de agradecimento do seu chefe, que ainda por cima acha que você não fez mais que a sua obrigação, afinal, hoje em dia, as empresas querem funcionários multifuncionais, ou seja, que são especializados em várias áreas.
Eu, particularmente, acho sensacional este termo multifuncional, que hoje é muito falado quando se aborda o assunto gestão de pessoas, inclusive, ser multifuncional não é bom só para a empresa, mas também para o funcionário, pois aumenta a sua empregabilidade. Mas a minha pergunta é: como uma empresa pode querer um funcionário multifuncional se ela não dá ao mesmo um treinamento compatível com as exigências que fará dele no futuro?
Compreendo também que o termo autodidata também está em alta hoje em dia, e que as pessoas que têm essa brilhante capacidade de aprender as coisas sozinhas são destaque nas corporações, porém, até mesmo as pessoas com essa sensacional qualidade precisam ser treinadas, afinal, uma coisa é ser autodidata, outra coisa é ser vidente, é ter que adivinhar o que o outro espera de você. Cada empresa tem a sua cultura, portanto, dificilmente você sairá de uma empresa e exercerá na outra para a qual você foi exatamente as mesmas funções exercidas na anterior. Todos nós precisamos de uma orientação a respeito de nossas atividades, mesmo que depois sejamos obrigados a buscar as soluções sozinhos, primeiro precisamos saber do que se trata o problema, precisamente. Não podemos pegar o bonde andando e já quererem que sentemos na janelinha. A coisa é muito mais séria e complicada do que parece e do que os gestores acham que é.
Treinamento é essencial a todas as pessoas, independente do seu grau de inteligência ou de capacidade, pois é nesta etapa que a empresa mostrará ao funcionário o que espera dele e ensinará o que deve ser feito, para que se possa cobrar dele no futuro. Acho um verdadeiro absurdo empresas que não dão treinamento adequado aos seus funcionários (algumas não dão nem o inadequado, ou seja, não dão nenhum treinamento) e depois vão para cima dele cheios de cobranças e repreensões. Só podemos cobrar do outro aquilo que demos a ele. E não é incomum ver empresas que recebem seus funcionários e os “jogam aos leões”, o colocam lá na função e ele que se vire para aprender. A verdade nesses casos é só uma: a pessoa pode até aprender como exercer a função, mas, muitas vezes, não sabe o que é a função, que é o principal. Mais do que saber fazer, precisamos saber o que e porque estamos fazendo.
Se eu gostasse de trabalhar sob pressão ou viver sempre uma aventura nova a cada dia, teria ido trabalhar na Bolsa de Valores ou no Corpo de Bombeiros.
Definitivamente, quem apaga incêndio, é bombeiro! Com um detalhe adicional: até para apagar o incêndio, ele é treinado!

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