Objetivo

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Auto-Estima

Eu poderia ter escrito um livro. Eu poderia ter feito terapia. Eu poderia ter me dedicado mais aos estudos. Eu poderia ter me reinventado. Eu poderia ter tentado outros caminhos. Mas eu escolhi amar.
Amar para calar um coração aflito. Amar para poder me sentir amada e, assim, arrancar do meu coração essa horrível sensação de não ser importante para ninguém, de não ter valor perante o mundo.
Amar para também ser amada e, assim, não ter defeitos diante dos olhos do meu amado, para não mais ser criticada por toda e qualquer atitude.
Amar para estar isenta de julgamentos sobre minha pele ou meu corpo, pois o amor não se importa com detalhes tão pequenos, e, assim, criar minha auto-estima, aquela que todo mundo deveria ter, mas eu não me lembro da minha já ter existido.
Amar para me sentir inteira, amar para ter um sentido real para viver, amar para preencher um vazio dentro do meu coração.
Muitos amores e decepções depois, finalmente descobri que acertei em ter escolhido amar para resolver meus traumas e neuras, mas errei as pessoas. Eu deveria ter amado a mim, pois esse é o real e único segredo da felicidade.
Não fui capaz de enxergar que o vazio que sentia era interno, e que ninguém poderia preenche-lo senão eu mesma. Não vi que ninguém pode ser responsável pela minha felicidade além de mim, que o sentido da vida está em viver, não em uma pessoa, ou numa situação, ou qualquer outra coisa que possamos atribuir. Não notei que, enquanto não souber ser feliz comigo e com a minha solidão, não saberei ser feliz com ninguém, pois ser feliz por si só nos torna livres e liberta também aqueles que nos amam. Não percebi que, de tão preocupada que fiquei com meu corpo, esqueci de alimentar a minha alma e os meus pensamentos, que são as partes mais importantes de mim. Seq uer reparei que deixei as pessoas me rebaixarem por eu pesar uns quilinhos a mais, sem nunca ter mostrado a elas que, mais importante que uma cintura fina e um manequim 38, é ter caráter. Isso eu sempre tive, mas nunca discuti com elas sobre isso. Simplesmente concordei com as imposições do mundo e me deixei adoecer por elas. Eu nem me dei conta de que a opinião que mais deveria importar para mim é a minha, e continuei absorvendo todas as coisas que ouvia das outras pessoas, sendo elas besteiras ou não.
Eu não vi que estava me anulando. Eu não percebi que a dor nunca passava, por mais amores que encontrasse pelo caminho.
Eu fiquei buscando pessoas para ocupar um espaço dentro de mim que só eu mesma posso ocupar, e o resultado de tudo isso é o que vejo hoje: insatisfação constante. Nada me alegra. Nada me acalma. Nada me motiva.
Eu um mundo tão grande e com tantas possibilidades, como pude deixar minha alma ser tão pequena?
Hoje eu vejo que somos nós que escolhemos nosso próprio sofrimento, e mesmo depois de descobrir isso, continuo a sofrer, porque estou tão viciada neste padrão, que não consigo me desligar dele. Quero ser feliz, mas não sei o que é felicidade, e muito menos, como se faz para conquistá-la.
A luta é árdua, longa e difícil, e por saber de tudo isso, sempre adiei-a. Mas, de repente, eu senti uma vontade enorme de aprender a ser feliz, não sei se foi porque eu fui mãe, se comecei a sentir medo do futuro, se cansei de sofrer... o que sei é que estou disposta a mudar, e para isso, conto apenas com a minha própria ajuda. Agora eu quero ser protagonista da minha vida, não mais vítima.

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