Objetivo

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Mais uma Vitória

Tinha tudo para dar errado. Uma gravidez inesperada, que aconteceu no meio do meu segundo ano de faculdade, um abandono ainda mais inesperado, uma depressão forte, uma licença-maternidade, um retorno às aulas confuso, a cabeça em outra órbita enquanto o professor explicava a matéria, conflitos e mais conflitos que invadiam a minha cabeça enquanto eu tentava estudar para a prova uma matéria que eu sequer tinha visto, problemas e mais problemas pairando em minha mente, o retorno ao trabalho, os cuidados com o filho e com as provas, simultaneamente. Muito mais preocupação com o filho, e as provas, por muitas vezes, foram feitas à base da sorte. Tinha tudo para dar errado. Mas deu certo.
Eu passei do terceiro para o quarto ano da faculdade, apesar de todas as adversidades e dificuldades deste ano de 2009. E, mais do que isso, mostrei a mim mesma o quanto sou forte, o quanto sou capaz, o quanto posso ir além do esperado. Estou orgulhosa de mim, sim. E sei que outras pessoas reconhecem a minha luta.
Conforme post anterior, eu havia reprovado em uma matéria esse ano, pela primeira vez na minha vida. Fiquei muito magoada, deixei todo o brilho dessa conquista morrer, mas, ao ir fazer a vista da prova, uma nova esperança se acendeu dentro do meu coração: dois exercícios não foram pontuados, mas não estavam totalmente errados. Faltava 1,2 ponto na prova para minha aprovação, o que representa 0,6 na média final. E aqueles dois exercícios, sendo meio certo para cada um, me credenciavam a ser aprovada no exame dele.
O professor fez charme, fez aquela carinha de mau, e, naquele momento, eu acreditei que tudo já estava perdido. Mas tive uma grande surpresa ao voltar das minhas férias e ver a aprovação no portal da Universidade.
Nos meus anos anteriores, eu também fui aprovada em todas as matérias, e me senti igualmente vitoriosa, mas essa vitória desse ano tem um gosto muito melhor, porque foi envolvido muito mais esforço da minha parte para atingir o objetivo, porque eu vou confessar que não é fácil conciliar um emprego, uma faculdade, um filho e uma frustração amorosa. Sim, a minha mãe me ajuda muito cuidando do meu filho, mas os finais de semana, que são o tempo que tenho para estudar, são todos dele. As noites depois da faculdade, são dele. E quantas vezes eu tinha prova no dia seguinte e ele havia chorado a noite inteira? Quantas vezes eu chorei junto com ele, para extravasar minha raiva e meu cansaço? Quantas vezes dormi no ônibus a caminho do trabalho porque não estava mais aguentando as noites insones a seu lado? Quantas vezes deixei de ir à faculdade estudar com a turma no sábado para ficar com ele? Quantos trabalhos tive que fazer às pressas, achar tempo sabe-se lá de onde? Quantas vezes pensei que não ia dar conta?
Não é fácil, mas é possível. E meu filho vai estar lá na minha formatura no ano que vem, iluminando com seu sorriso todas as outras conquistas da minha vida, porque a principal delas continua sendo ele. E será para sempre.

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