Objetivo

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Sinal de ansiedade

Eu logo me conheço quando estou cismada com alguma coisa. Estava aqui trabalhando, quietinha, quando pensei em um saboroso pão de queijo.
Desde que comecei a dieta, 23 dias atrás, foram raros os dias em que senti muita vontade de comer algo, então hoje percebi o que me faz comer: a ansiedade.
"Curo" meus males com comida. Afogo minhas mágoas na comida. Esqueço momentaneamente a dor através da comida. Foi assim desde sempre, ainda criança essa era minha atitude.
Tenho lido muitos sites e blogs que tratam da autoestima, inclusive hoje resolvi fazer alguns links aqui no meu blog, para sempre me lembrar deles, e pude constatar que não tenho nem um pingo de amor-próprio, talvez seja por isso que minha vida não funcione.
Não me acho uma mulher bonita, interessante e digna de amor. Por todos esses anos da minha vida, venho amargando um complexo de inferioridade muito grande, e parece que quanto mais o sinto, mais as pessoas me tratam da maneira que não quero ser tratada.
Meus relacionamentos amorosos não dão certo. Minhas relações sociais andam comprometidas porque tenho evitado me aproximar de pessoas novas, por medo de ser magoada. Meus problemas crescem e se acumulam ano após ano e eu nunca consigo resolvê-los.
Lendo diversas coisas por aí, percebi que o problema vem de dentro para fora. Quando eu me resolver internamente, me aceitar e me amar, com certeza as coisas vão começar a dar certo para mim. O grande problema disso é que existem padrões que são impostos tão cedo para nós que ficam enraizados em nossa mente.
Cresci ouvindo que apenas os magros são felizes, por isso fiquei fadada ao fracasso. Hoje sei que isso é só mais um dos absurdos impostos por uma sociedade hipócrita, mas não consigo me livrar da ideia de que a felicidade só me encontrará quando eu usar manequim 38.
Já fui magra uma vez, e me lembro perfeitamente de que continuei me achando gorda. Eu me olhava no espelho e, ao contrário do que eu imaginei, continuava não gostando do que via. Então, eu vi que o problema não é a pessoa que eu sou, mas sim a minha aceitação com relação a ela. Não aprendi a me amar o suficiente para não dar atenção às opiniões e atitudes dos outros, por isso ainda tenho sido humilhada por pessoas do meu convívio. Não aprendi a me sentir confortável com a pessoa que sou. Não aprendi ainda a ser diferente e ver nisso uma qualidade, não uma anomalia. Não aprendi a deixar sair da minha vida as pessoas que me fazem mal. Não aprendi a perder, levo sempre para o lado pessoal, não consigo compreender que a vida é feita de ciclos, e que um dia eles se acabam para dar lugar a outros. Não aprendi a esquecer, fico remoendo mágoas e palavras de um passado que não tem mais volta. Não aprendi a perdoar, ainda me lembro das situações ruins e choro com a mesma dor de quando elas aconteceram.
E enquanto eu não aprender tudo isso, continuarei querendo preencher o vazio da minha alma com comida, como se meu coração estivesse no estômago.

Preciso resistir a essa tentação de 24 anos!

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