Objetivo

quarta-feira, 10 de março de 2010

Depois da tempestade vem a bonança?

Ultimamente, tenho me perguntado muito a respeito da veracidade deste ditado, talvez por conta de todas as turbulências pelas quais a minha vida esteja passando, há bastante tempo.
Ainda estou muito abalada pelos últimos acontecimentos. A garota que até ontem eu chamava de sobrinha (e com a qual espero nunca mais ter que falar nessa vida) foi "encontrada" ontem, e retornou para casa às 23h30. O motivo da volta? Engana-se quem pensou em arrependimento, remorso, saudades, medo de perder a avó que a criou, e que estava com a pressão 18x12 ao ser hospitalizada, e o pai que passou mal ontem a noite. Voltou por medo do "namorado" apanhar, pois ele sofreu ameaças.
Eu poderia contar aqui uma imensa história, mas talvez não faça sentido, porque o desfecho dela anula tudo de bom que pode ter existido algum dia. Mas vou resumir, para que compreendam a minha indignação.
Quando tinha 15 anos, meu irmão começou a namorar uma menina de 12 anos. Quando ele tinha 19 anos e ela, 15, aconteceu uma gravidez. Meu irmão foi embora de casa, deixando minha mãe arrasada, pois muitas dúvidas rondavam essa história.
Quando a ex-namorada do meu irmão estava grávida de 8 meses, eles foram pedir abrigo lá em casa, pois haviam sido colocados para fora pelo padrasto da menina.
Meus pais rapidamente aceitaram os dois, mesmo diante dos protestos meus e da minha irmã. Mas hoje eu compreendo o por quê de tudo isso: eles são pais, e o amor por um filho é incondicional.
O bebê, uma menina, nasceu no dia 01 de março de 1996, e logo veio para nossa casa. O primeiro banho foi dado pela minha mãe. O bercinho dela ficou instalado na sala, e todos nós ficávamos lá babando o tempo todo, pois ela era a coisa mais fofa desse mundo! Pequenininha, tinha um chorinho parecido com o de um gatinho...
Ela tinha, mais ou menos, 1 ano e 6 meses quando sua mãe abandonou a ela e meu irmão para viver um amor com outro homem. Meus pais trouxeram os dois de volta à nossa casa, e passaram a criá-la como se fosse filha deles.
Mais tarde, a mãe dela lutou por sua guarda, e ela teve que ir embora de nossa casa. Sofremos muito. Mas, aos 5 anos, ela voltou, para nunca mais ir embora. Coisas seríssimas estavam acontecendo com ela, e meus pais brigaram na justiça por sua guarda, pois queriam protegê-la de todos os males possíveis desse mundo.
Essa menina recebeu um lar, amor, carinho, compreensão, respeito, comida, condições boas de vida, enfim, tudo o que uma criança precisa para viver e ser feliz. Meus pais a amam como se fosse uma filha e, apesar dos problemas que ela começou a dar desde muito cedo, meus pais acreditaram nela e investiram. Em vão.
Essa mesma menina fugiu de casa dia 8 de março, sem sequer importar-se com os corações que estava partindo e com as consequências de seus atos. Foi trazida para casa praticamente à força, inventou histórias absurdas de que minha mãe a espanca e de que ela é maltratada em nosso lar. Planejou tudo fria e calculadamente, mentiu, enganou, foi falsa. Ao voltar, com o choro mais falso e cínico que eu já vi na minha vida, nos enfrentou por mais uma vez, nos disse coisas horríveis, está agindo como se estivesse com um demônio no corpo.
Eu amo minha família mais do que tudo nessa vida, ontem eu tive a certeza absoluta disso, e não admito que ninguém faça qualquer coisa que possa magoá-los ou machucá-los de qualquer forma.
Não é uma questão de ser radical, mas sim justo. Sei de tudo o que ela passou em mãos erradas, e sinto pena dela por isso. Mas agir dessa maneira com a família que a acolheu de braços e coração abertos não tem justificativa. Não tem perdão. Nada pode mudar tudo o que aconteceu ontem. Foi horrível. Foi traumático. Foi absurdo. Foi bizarro.
Acho que chegamos ao fim da linha. Não dá mais para conviver debaixo do mesmo teto que uma pessoa que não tem coração, que não pensa na própria família, que não tem regras, limites e nem respeito. Ontem foi a gota d'água de uma situação que vem se estendendo por anos e que agora tornou-se irreversível.
Meu amor virou ódio, porque não admito que meus pais sejam tratados dessa maneira. Eu jamais vou permitir! Quando fui dormir ontem, pedi perdão a Deus por um dia já tê-los magoado (embora eu não tenha chegado nem aos pés do que essa pessoa conseguiu) e disse a Ele o quanto os amo do fundo do meu coração.
Além disso, eu vou fazer o possíve para dar a melhor educação possível ao meu filho, para que ele não se perca pelo caminho. Jamais vou abandoná-lo, não importa o que aconteça. Quero dar todo o meu amor, mostrar que a mãe dele está ali, firme e forte, criando-o e ensinando valores que construirão seu caráter.
Mas nem tudo são espinhos. Hoje, ao abrir meu blog, deparei-me com um comentário da Sol (nascendoumaborboleta.blogspot.com) no meu post "Tristeza" e senti que eram aquelas palavras que eu precisava ler hoje. Senti a esperança voltando de mansinho ao meu coração, senti a força de jamais desistir, senti vontade de continuar a luta pela vida.
Obrigada, Sol, por me mostrar que a bonança sempre vem, mesmo que antes dela muitas tempestades seguidas aconteçam.

A vida segue.

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