Objetivo

segunda-feira, 8 de março de 2010

Tristeza

Sim, é isso que estou sentindo hoje, por isso, preciso fazer um desabafo.
Começou no último final de semana. Tenho sentido o pai do Rhian cada vez mais distante de mim, e por mais que isso seja inevitável, acho que ainda não estou preparada para essa "separação", pois sofro muito a cada ligação não atendida ou mensagem não respondida.
Sei que algo no meu organismo não está normal (eu acho que é a maldita TPM), por isso, tudo o que está acontecendo nos últimos dias está sendo maximizado pelo meu estresse.
Rhian está cada dia mais lindo e esperto, e faz meus dias muito felizes, mas confesso que nem sempre é fácil ser mãe sozinha, e o peso da responsabilidade, muitas vezes, pesa nas minhas costas, e eu fico muito desmotivada. Ele deu muito trabalho para dormir ontem, e tudo o que eu consigo pensar nestes momentos, é no pai dele levando uma vida tranquila, sem as partes difíceis da paternidade, enquanto eu seguro todo o "tranco" sozinha. Dói muito meu coração, e o cansaço pesa de um jeito que parece não ter fim. Os fins de semana, que antes me eram de descanso, hoje em dia são só uma extensão da semana. Na segunda-feira, já estou tão cansada quanto na sexta!
Para completar, minha família está passando por um problema muito sério hoje, que está afetando a todos nós: minha sobrinha (filha do meu irmão, mas que é criada pelos meus pais) fugiu de casa, e até o presente momento (17h05) não sabemos nada a respeito de seu paradeiro e estamos de mãos atadas, pois B.O somente após 24 horas do desaparecimento.
Estou muito revoltada, pois sei o quanto meus pais fizeram por essa ingrata, e o quanto estão sofrendo agora. Estou também preocupada, porque os quadros de pressão alta da minha mãe são todos emocionais, e é perigosíssimo que a pressão dela sube em momentos de extrema emoção como esse. Por fim, estou triste em ver que nem sempre os nossos esforços têm resultados positivos, pois meus pais fizeram de tudo por essa menina, tiraram-na de uma vida condenada à dor e à humilhação e a inseriram em uma família, mas ela não deu nenhum valor, em nenhum momento.
Estou triste por meus pais, que se casaram como manda o figurino, que estão juntos há 34 anos, que construíram uma família sólida e linda, com certeza na esperança de que ela fosse equilibrada e feliz, para passar por isso: criar uma filha de um filho que não tem juízo e se enrolou com uma mulher que tem menos juízo ainda; ter dentro de casa uma filha mãe solteira, e ainda ter que cuidar do neto para que a filha possa estudar e trabalhar.
Desde criança, quis que meus pais tivessem orgulho de mim, fiz muitas coisas na vida que eu nem queria, apenas para que eles me admirassem. Eu sonhava em ter uma vida independente, em ter um casamento bem-sucedido, uma casa e que pudesse criar meus filhos em um lar construído por mim. Mas não foi isso o que aconteceu, e hoje eu me sinto um empecilho na vida deles, sinto como se estivesse causando problemas, como se tivesse os decepcionado.
Sei que eles amam meu filho e me amam também, mas sei o quanto a carga tem sido pesada para eles também, pois além de mim e do Rhian, tem a fujona ingrata, a minha avó, o cachorro e meu irmão que, apesar de ter se casado novamente e ter sua casa, continua dando dor de cabeça.
Estou triste porque queria estar feliz, mas não encontro essa tal felicidade em lugar nenhum. Tudo o que vejo na minha vida são dificuldades, provações de todos os níveis, lágrimas, dor e incerteza. Os problemas vêm aos bolos e em sequência. Não há tempo para a tal da bonança que todos falam: quando um problema se resolve, o outro logo surge.
Estou frutrada, porque eu quero ter a minha própria vida, não quero mais ver e ouvir pessoas apontando o dedo na minha cara e dizendo que sou responsável por elas estarem anulando a própria vida, mas não consigo me reerguer.
A dor sempre volta, inevitavelmente. A mágoa, a raiva, a frustração nunca me abandonam, por mais que eu tente esquecer. Quero caminhar para frente, mas algo sempre me puxa para trás. Quero amar meu filho mais que tudo nessa vida e criá-lo com tudo de bom que ele merece, mas às vezes não me sinto preparada para a missão de mãe e me sinto muito sozinha nessa empreitada.
Eu sinto muita culpa por não poder estar sempre com meu filho, e quando estar, não ter a devida paciência com ele. Eu me culpo por não sentir toda a felicidade que ele merece e traz à minha vida por estar concentrada nos problemas e nas frustrações.
Espero que um dia, meus pais possam olhar para mim e sentir orgulho da pessoa grandiosa que me tornarei, espero poder ser essa pessoa algum dia, livre de todo o mal e confiando somente em mim para encontrar a felicidade, usufrui-la e plantá-la na vida do meu filho.
Espero que a dor e a agonia dos meus pais passe logo, que este dia acabe e que aquela maluca reapareça, mas que seja devolvida à mãe dela, para que leve a vida de liberdade dos seus sonhos e aprenda com a dor, já que pelo amor não foi possível ensiná-la.

Que o sol volte às nossas vidas!

1 comentários:

Sol disse...

Oi, é a primeira vez que entro no seu blog e encontro esse post triste.
Calma nessa vida tudo tem um jeito.
Eu tambem fui mãe solteira, decepcionei meus pais, eles praticamente criaram minha filha até os 3 anos para eu continuar os estudos e trabalhar, sofri, chorei e fiquei mais de dois anos sem dar um beijo na boca porque tinha esperanças de voltar com o pai de minha filha que me abandonou na gravidez (e ate agora não apareceu)
Sei exatamente o que vc esta passando mais isso é coisa de momento, vc tem que se amar, vc tem que ver o seu valor, demorou muito para eu abrir meus olhos e pegar a sindrome de "pollyana"de ver as coisas boas ate em momentos ruins.
Afinal de contas se o pai do rian for embora qual o problema?
Se vc decepcionou seus pais, ja não está na hora de dar a volta por cima e mostrar pra eles o quanto vc é esforçada e quer dar uma vida boa a eles e seu filho?
Sua sobrinha foi embora? Ela é ingrata??
Deixa ela colher os frutos que ela mesma está plantando, acalme sua mãe que não pode ter um enfarto por causa de uma molequice de uma aborrecente.
Seu irmão é maior de idade e deixe ele responder pelos problemas dele.
Cuide de você, se ame mais, a paciencia é uma virtude a gente adquire com o tempo, eu tambem perdia a paciencia mais hoje estou aqui, casada, morando na minha casa com um marido maravilhoso e tive outra filha, mais antes disso passei por cada coisa que não desejo nem pro meu inimigo, e tudo passou...Vai passar tambem pra vc, abra as portas e as janelas da sua vida se a porta se fechou, se a janela estiver emperrada faça um buraco na parede mais deixe o sol iluminar seus dias e agradeça a Deus por vc ter uma familia que te apoia e te ajuda nesse momento dificil que vc está passando, sacode a poeira levanta o astral e veja a vida com outros olhos

beijos e fica com Deus