Objetivo

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Fim de Semana

Tive um fim de semana muito prazeroso, apesar de uma briga muito feia com a minha mãe, onde ambas saíram muito machucadas. Sabe, me entristeço muito em ver o mau juízo que ela faz de mim, e quanto amor falta na nossa relação, amor esse que hoje é responsável por boa parte dos problemas que tenho. Sabe, desde muito nova, eu fico procurando amor em homens, mas mesmo quando estou apaixonada, continuo sentindo um vazio na minha alma, nunca estou satisfeita, completa, inteira. Segundo a psicóloga, esse amor que procuro é o amor que eu queria ter recebido dos meus pais, e por algum motivo desconhecido, não me foi dado da maneira como eu queria ou esperava, e eu preciso aceitar e me habituar com isso, pois esse amor nunca mais poderá ser recuparado, e eu simplesmente não posso passar o resto da minha vida buscando algo que não vou encontrar. Eu sinto falta de um beijo, de um abraço, de um carinho, de alguém que possa cuidar de mim e de quem eu possa cuidar também. Sei que tenho meu filho lindo, que já está com 1 ano e 2 meses, e que precisa muito do meu amor e dos meus cuidados, mas confesso que é difícil dar amor quando não nos sentimos amados. Estou me esforçando muito para não errar com ele, mas às vezes me sinto muito mal por achar que não sou a mãe que ele merece e por não poder dar a ele uma casa e uma família de verdade, conforme eu sonhei.
Tenho me sentido desmotivada novamente, sem vontade de viver. Fui me pesar hoje e a balança mostrou 2 quilos a mais, o que significa que voltei a comer da mesma maneira que antes, para "anestesiar" a dor da minha alma, para fugir temporariamente da realidade.
Eu não quero mais viver de favor na casa dos meus pais, dependendo deles para sobreviver e me locomover. Quero ter a minha casa, a minha própria vida, o meu carro, autonomia sobre o meu filho. Não quero mais ser vista como a pobre coitada que foi abandonada grávida, quero o título de mulher independente que pode criar seu filho de uma maneira saudável e feliz, e ser feliz também. Quero ser capaz de dominar meus instintos, de me controlar diante da comida e de ter o corpo dos meus sonhos. Não quero mais viver de passado e lamentações. Quero recomeçar, mas não sei como. Sinto-me completamente perdida, sem chão e sem rumo.
Sábado, peguei o Rhian e fui, de transportes públicos (mais de uma condução rs) visitar uma amiga dos tempos de Termomecanica que acabou de ser mãe, seu menininho está com apenas 15 dias de vida. Foi muito bom revê-la, ela visitou o Rhian quando ele estava com uns 3 meses, e foi muito gratificante poder ter vivido essa troca. Sempre fomos muito próximas, mas com o término dos estudos na TM, houve também uma quebra do contato, mas foi maravilhoso sentir que nem a distância foi capaz de destruir os nossos laços de amziade. Ver o filho dela e ela ter visto meu filho me mostrou o quanto ainda nos gostamos e também o quanto a vida flui sem termos controle sobre ela, pois jamais imaginei tal cena.
Mas confesso que esse tipo de encontro é sempre difícil para mim, pois lá eu vi um pai extremamente apaixonado e dedicado, tanto pelo filho quanto por ela, e eu não tive isso. Eu vi um pai que dorme em um colchão no chão no quarto dela, para acompanhar os primeiros dias de vida do filho e auxiliá-la no que for preciso. Eu vi um homem que está comprando um apartamento para abrigar a família que formou, e eu também não tive isso. Não é inveja, de jeito nenhum, até porque eu torço muito por essa amiga e desejo toda a felicidade do mundo para ela, é apenas dor de não ter tido a mesma sorte, de ter feito as escolhas erradas, como sempre.
No domingo, eu, Rhian e seu pai fomos a um churrasco de um amigo meu da faculdade, e esses dias em "família" sempre me alegram, porque eu posso sentir um pouco do que não sinto durante a semana. A definição perfeita de felicidade para mim foi um momento em que precisamos encostar o carro para aguardar que meu amigo viesse nos indicar o caminho de sua casa, e, com o Rhian no colo, nós três ficamos brincando e rindo nos bancos da frente do carro.
Eu tenho uma família, mas ela não é minha, porque o pai do Rhian um dia vai encontrar uma pessoa, e essas nossas saídas não mais existirão. Eu serei excluída do seu convívio e, com certeza, o convívio do meu filho com ele reduzirá muito. Eu não sei como vou viver quando esse dia chegar, porque aí, sim eu verei todas as minhas esperanças mais ocultas definitivamente mortas.
Eu ainda sofro, porque não consigo aceitar o desfecho da nossa história. Eu ainda amo, e foi com ele que eu pensei que passaria o resto da minha vida. Eu tenho um filho dele, e nunca coube nessa minha cabeça de filha criada de maneira conservadora, que eu sou mãe solteira, que não vou criar meu filho ao lado do pai dele.
É muito difícil ser desprezada. É mais difícil ainda conseguir conviver com a mudança brusca e repentina de alguém que se ama.
Eu não sei o que fazer com a minha própria vida. Por mais que eu tente me reerguer, eu não sei para onde ir, o que fazer, e o coração ainda dói muito, a ansiedade não me deixa raciocinar direito.
Em que parte da vida será que eu me perdi? Em que parte da vida me tornei essa pessoa fraca, sem nenhum amor-próprio?
O fim de semana foi maravilhoso, mas, como sempre, até nas minhas alegrias estão implícitas tristezas. Ontem, ao deitar, eu percebi uma coisa a meu respeito muito simples, mas que me deixou arrasada: eu só quero ser amada, mas nem isso eu tenho conseguido.

P.S.: olhem só como meu filho está cada dia mais lindo! Vivo por ele e espero poder fazê-lo feliz.

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