Objetivo

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Susto


Começou na sexta-feira a noite. Enquanto eu voltava da faculdade, minha mãe comentou que o Rhian estava com algumas "pintinhas" vermelhas na barriga. Não dei muita atenção, afinal, poderia ser picada de mosquito, alergia a alguma roupa, qualquer dessas coisas simples.
No sábado, logo que acordamos, levei um susto imenso ao ver que o pescoço dele estava todo vermelho, como se fosse uma assadura. Ao tirar a roupinha dele, percebi que essa vermelhidão já havia se apoderado de sua barriga, pernas e todas as dobrinhas do seu corpinho.
Desesperadas, minha mãe e eu corremos com ele para o hospital, mas sem imaginar a gravidade da situação. Local de atendimento lotado, esperamos cerca de uma hora até sermos atendidos. Rhian foi diagnosticado com uma urticária severa, causada por alimentação, e precisou de medicamentos na veia, injeções e observação rigorosa, pois a tal alergia pode causar complicações respiratórias e choque anafilático.
Foi aí que se seguiram os momentos de desespero. Ter que segurar meu filho para que seu bracinho fosse furado em busca de uma veia foi uma das coisas mais difíceis que já precisei fazer em minha vida. Fiz o procedimento com lágrimas nos olhos, antes do sucesso duas veias dele foram estouradas, os gritos de dor e desespero dele eram insuportáveis aos meus ouvidos.
A urticária era muito insistente, e mesmo depois da primeira leva de medicamentos, não desapareceu. Precisamos ser transferidos para um quarto, pois enquanto aquelas manchas não sumissem, não poderíamos ser liberados. No total, foram três doses de remédios. Ficamos no hospital das 9h30 até às 19h, e nesse momento eu descobri o quanto amo meu filho e o quanto tenho medo de perdê-lo. Meu desespero foi tão grande que não quis sair de perto dele nem para comer, minha mãe me trouxe um lanche, que eu comi dentro do banheiro para que ele não visse e ficasse com vontade, pois ele não podia comer nada que não fosse autorizado pelo médico.
Fomos liberados às 19h, com uma lista de remédios para tomar, e um alívio muito grande pela melhora significativa do bebê.
Eu tinha uma festa para ir, mas não pensei duas vezes em abrir mão dela para estar com meu filho. Dei um banho bem gostoso nele, alimentei-o e coloquei-o para dormir ao meu lado, segurando minha mão. Dormi sem banho, com a roupa que cheguei do hospital, mas acordei feliz ao sentir sua cabeça encostada em minha barriga e sua mãozinha fazendo carinho no meu rosto.
Nunca mais quero passar por esse medo todo, foi horrível. Quero meu filho sempre comigo, esbanjando saúde e alegria.

Deus o proteja, sempre.


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