Objetivo

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Adendo ao post anterior

Primeiro, gostaria de ressaltar, mais uma vez, que amo todos os comentários que recebo, pois sei que são todos de pessoas de maravilhoso coração, que têm a intenção única de dar bons conselhos.
Isto explicado, gostaria de responder ao comentário da minha sempre querida Fran, que me visita sempre, me incentiva, me mostra caminhos e me faz repensar minhas próprias palavras. Pode ser que eu não tenha me expressado direito em minhas palavras anteriores, e quero deixar tudo bem claro, para que vocês não pensem que tenho implicância com a minha mãe.
O post de ontem foi uma homenagem à minha mãe, que eu tenho visto sofrer há muitos anos por não ter feito o que queria fazer da própria vida, e isso me entristece muito. Todos nós queremos ser como nossos pais, tomamos sua imagem e atitudes como exemplo do que é certo. E comigo não é diferente.
Eu admiro muito minha mãe, respeito, amo e, com certeza, a tenho como um exemplo de vida. O post de ontem não teve a mínima intenção de criticá-la, até porque, eu não a culpo nem um pouco pelo comportamento da minha sobrinha, pois acompanhei o passo a passo dessa história toda e sei que tudo o que aquela menina recebeu dos meus pais foi amor incondicional, que eles acreditavam cegamente que a consertaria. E eu jamais seria capaz de condenar qualquer pessoa que age por amor (exceto alguém que mata ou manipula, é claro. O que não é o caso em questão). Acho minha mãe uma mulher muito forte e muito sábia, mas também triste porque não se realizou em sua vida. Ela viveu demais a vida dos outros e esqueceu-se dela. Sei que foi por amor, acho lindo isso, mas não acho justo com ela mesma. Aliás, não acho justo que ninguém anule a própria vida por nenhum tipo de amor, pois devemos vir em primeiro lugar.
Eu quero muito que a minha mãe seja feliz, sinta-se feliz e exale essa felicidade para o mundo. Quando eu era criança e a via com crises de depressão, ficava ansiosa para vê-la bem novamente, transitando pela casa apressada, limpando tudo de maneira impecável e até me dando uns gritos. Porque o silêncio dela me machucava demais. Temos um instinto muito grande em querer proteger as pessoas que amamos, e eu queria ter feito isso por ela. Mas eu era apenas uma criança, e não podia proteger nem mesmo a mim. Mas ela me protegia. Ela me abraçava e dizia que tudo ia ficar bem. Ela chorava na rodoviária quando eu ia para a casa da minha avó em Brasília passar as férias, ficava pedindo para eu não ir, que ela não se importava em perder a passagem, que queria apenas que eu ficasse. Ela me amava, continua me amando até hoje e, com toda a certeza absoluta, me amará para o resto da vida, pois eu sou uma parte dela e ela é uma parte de mim. Eu sei disso, e pode parecer que não, mas eu sinto isso. Porque ela estava ao meu lado quando o pai do Rhian me abandonou grávida de três meses. Ela ia ao médico comigo, contava para ele as minhas "aprontadas", me dava várias broncas por comer demais, com medo que eu engordasse demais. Era ela quem estava comigo quando fiz o ultrasom para saber o sexo do bebê. Era no colo dela que eu chorava a dor e a angústia de estar sozinha. Foi ela que me ajudou a escolher os móveis do quarto do Rhian. Foi ela que me ajudou nos primeiros cuidados com o bebê, deu o primeiro banho, revesava comigo todas as noites, para eu poder dormir um pouco, pois o Rhian chorava a noite todinha. Com certeza, não eixste prova de amor maior do que essas.
Eu amo minha mãe de toda alma e coração, e talvez o meu maior problema em relação a ela seja não ter conseguido fazê-la orgulhar-se de mim. Era o meu maior sonho. Eu estava sempre querendo chamar a atenção dela para mim. Ainda hoje, me vejo fazendo isso em alguns momentos. E é por amá-la dessa maneira tão intensa, que ainda quero, e muito, que ela seja feliz.
Quando falei sobre realização, eu não estava me referindo somente a faculdade e emprego, estava me referindo a todos os campos de sua vida. Eu sei que o sonho dela era fazer faculdade, foi por isso que falei a respeito disso. Mas, em momento algum, eu quis dizer que sou melhor do que ela só porque estou concluindo uma graduação.
Acredito que medimos o valor das pessoas pelo que elas são, jamais por coisas como grau de instrução ou tipo de cargo que possui na empresa. Conheço muitos formados, mestrados e doutorados que não passam de um bando de canalhas e sem coração, e isso não tem nada a ver com sua formação, mas com seu caráter.
Valorizo e respeito meus pais, pois não tiveram nível superior na faculdade, mas na vida, sim. São duas pessoas dignas e honestas, que nunca fizeram mal a ninguém, e que nos ensinaram a ter caráter, educação e moral.
O post de ontem tinha como objetivo tratar, única e exclusivamente, sobre a busca da realização própria. Todos nós merecemos ter o nosso lugar ao sol, e eu acho que o momento de minha buscar o dela chegou. Ela precisa pensar mais nela mesma, fazer tudo o que sempre sonhou e não fez, ou não pôde. Eu não sei ao certo que coisas são essas, mas tenho certeza de que ela sabe, e não deveria deixar que enterrassem seus sonhos.
Ela quer e merece ser feliz, e tem o meu total apoio para isso. Quero que ela sinta a alegria de fazer coisas que ela gosta, de ter um tempo todo dela, de ler um bom livro, de fazer aquela viagem que está planejando há anos, de poder aproveitar a tranquilidade de já ter criado seus filhos.... enfim... só quero que ela encontre seu caminho, que não passe por essa vida em branco, que não se empenhe apenas em fazer os outros felizes, mas a si mesma, afinal, se não estamos bem conosco, dificilmente conseguimos estar bem com alguém.
Eu quero que ela sinta o quanto é bom ser feliz. E eu quero aprender a ser feliz também, para amanhã poder dizer a ela o quanto é bom.
Viver em sociedade é maravilhoso, mas aprender a ser feliz sozinho pode ser ainda mais espetacular. Porque a felicidade que vem da realização pessoal é indescritível, e completa todas as outras felicidades de todas as outras áreas de nossas vidas.

3 comentários:

Camila Santiago disse...

bom dia flor... tem um selinho pra vc no meu blog... bjoks

Anônimo disse...

Taia,
Desculpe novamente se fui rude não era minha intenção, é porque sei lá gosto tanto de vc e me sinto tão a vontade de expressar minha opinião contigo, parece q somos amigas de uma vida, talvez seja pelo jeito q vc se expressa, de uma forma tão verdadeira!
Acredite: aposto q sua mãe tem um orgulho danado de vc, pois ela mais q ninguém sabe o quanto é dificil, estudar, trablahar e criar um filho! Te adoro, viu e te admiro muito! Bjocas

Patrícia Fujii Bonoto disse...

Oi amiga!!!!

Problemas com a balança todas temos, eu tambem me peso todos os dias, só não deixe isso te fazer mal.

Quanto a sua mãe, claro que ela tem que buscar o lugar dela ao sol, mas assim...ai amiga, não fique se ressentindo pelas coisas da vida não, e estou de total acordo com vc referente a sua sobrinha, passei por caso parecido com isso...mas não era minha sobrinha, mas a historia é bem parecida, então entendo perfeitamente.

Familia é complicado...mas ainda bem que sua mãe se livrou da menina (estou lendo o post de ontem rs).

Fala pra sua mãe que vc só quer o bem dela, e que ela deve procurar fazer coisas que a deixem feliz.

Ela sabe que vc a ama!!!

Bjos.