Objetivo

sábado, 15 de maio de 2010

A compulsão alimentar sob a ótica de uma compulsiva

Você tem um objetivo em mente, que é emagrecer. Você cria um blog para te auxiliar no alcance do seu objetivo. Você vai ao supermercado e gasta o que ode e o que não pode com alimentos saudáveis, amigos da sua reeducação alimentar. Você se torna uma "expert" no assunto RA, de tanto ler e ouvir sobre o assunto. Você inicia a RA animadíssima, disposta a dividir com toda a blogsfera light seus sucessos de emagrecimento, através da participação em desafios e da integração com outras pessoas que compartilham da sua luta.
Você está feliz e confiante, e, de repente, ela aparece: a compulsão, sorrateira, mas destruidora. A princípio, ela é discreta e controlável, e você se sente bem mais forte do que ela. Você toma água para enganar o estômago, tenta pensar em qualquer outra coisa que não seja comida. Posta dez mensagens motivacionais em seu blog em um único dia, na tentativa desesperada de convencer unicamente a si mesma de que é mais forte que a comida.
Na metade da tarde, a vida já perdeu todo o sentido só porque você recusou aquele pedaço de bolo do aniversário de seu colega de trabalho. Você se mantém firme e forte na RA, apesar de triste e irritada pela falta do açúcar no seu organismo, representado pelo docinho diário que você consumia antes da RA. Mas, ao chegar em casa, tudo muda. Depois de um dia extremamente estressante de trabalho, onde seu chefe te xingou, tudo deu errado, e você encontra aquela caixa de bombons maravilhosa, que foi comprada 1 dia antes da sua decisão de emagrecer, e está intacta no armário.
Neste momento, nao importa o tamanho da sua força de vontade: se você é viciado em comida e a usa como válvula de escape para suas frustrações, infelizmente eu devo dizer que, sim, você vai devorar chocolate por chocolate, num tempo recorde de 10 minutos, acompanhado por uma garrafa de 2,5 l. de coca-cola, sem nem pensar no amanhã.
Quando a caixa e a garrafa estão vazias, a compulsão dá lugar ao arrependimento e à sensação de fracasso. Você se sente impotente diante da situação, incapaz de se controlar diante da comida, desesperada pelos quilos que se acumulam dia após dia, enquanto você se sente totalmente escrava da comida e presa a esse hábito de vida tão viciante e prejudicial.
Porque foi assim que nos ensinaram como deve ser a vida. Desde criança, a comida está presente de forma significativa em nossas vidas. Ela começa como um gesto de amor, no aleitamento materno. Ao longo dos primeiros meses de vida, a comida é a primeira opção que a mãe tenta para cessar o choro da criança. Só depois de tentar alimentar o bebê por mais de duas vezes é que se cogita outras hipóteses para o choro insistente que não sejam fome.
Na fase da criança em que ela dá aquele trabalho para comer, os pais oferecem um doce como recompensa para convencê-la a se alimentar. Nesse momento, começa a ser instalada na cabeça da criança a ideia da comida como prêmio, como coroação de seu mérito.
Todas as grandes comemorações de nossas vidas são regadas com muita comida e bebida calóricas, o que nos faz associar alimentação com diversão.
Já na fase adolescente, quando se iniciam as crises existenciais que quase ninguém é capaz de compreender, geralmente é na comida que encontra-se o alívio imediato, mas não duradouro, para as dores da alma. Esse hábito, uma vez incorporado à vida, dificilmente consegue ser banido, pois a comida passa a ter outro significado além do combustível para manter o corpo vivo e as funções vitais em perfeito funcionamento.
Você age exatamente como um viciado em drogas e/ou bebida alcóolica ao afirmar que não é viciado em comida e qe segunda-feira começa a dieta, simplesmente porque a tal segunda nunca chega, você continua comendo e se enganando ao afirmar que tem o total controle da situação.
Não dá para ser feliz pensando em comida o dia inteiro e ficando nervoso se não comer doces ao longo do dia. Não dá para se sentir inteiro se os quilos acumulados em seu corpo o impedem de ter uma vida simples e normal.
Mas emagrecer não é apenas uma questão de força de vontade, vai muito além disso. Emagrecer é conscientizar-se da importância da sua saúde e do quão perniciosa é a gordura para ela; emagrecer é uma decisão diária e contínua, que precisa ser sempre reforçada, para manter a motivação viva. Emagrecer é transformar um sonho que parece impossível em uma realidade palpável; emagrecer é querer e lutar por um desejo genuíno; emagrecer é ter um objetivo real e verdadeiro e persegui-lo incansavelmente, não desanimando nem mesmo com os pequenos fracassos que surgirem pelo caminho. Emagrecer é lutar contra si mesmo; emagreceré dizer não à sua parte auto-destrutiva. Emagrecer é se amar, se respeitar e se valorizar.
Qual é o tamanho do seu amor próprio?

2 comentários:

Eydu disse...

depois de ler esse post meu amor proprio saiu de grande para gigante
ameiiiiiiiii
tenha um bom dia

Anônimo disse...

É Taia, tbém tô meio fula comigo e minhas escolhas, mas me amo muito e não será escorregadas que farão eu perder a guerra, vamos guerrear com mais empenho esta semana?
Bjocas