É, a balança tá de mal de mim... rs
Eu já fiz muita coisa nessa minha
vida. Estudei por anos a fio em busca de uma boa e sólida formação. Sou mãe,
blogueira, filha, profissional, amiga, companheira, uma pessoa que luta por um
lugar ao sol todos os dias.
Como todo ser humano nesse mundo,
tenho defeitos e qualidades. Posso ser muito doce e meiga, mas também posso ser
amarga e fria. Tenho um gênio difícil, mas sou uma pessoa extremamente bondosa
com aqueles que gosto e que merecem, e também com algumas pessoas que não
merecem, por questões do meu próprio coração.
Não sou a melhor pessoa do mundo,
nem a pior. Sou comum, dentro da categoria de pessoas que não fazem mal a
ninguém, que desejam uma vida melhor e batalham por ela.
Não sou a mulher mais linda do
mundo, nem a mais feia. Sou uma mulher comum, com defeitos e qualidades, com um
pouco de dificuldade quando o assunto é seduzir, flertar etc, mas uma mulher de
bom coração e que faz o possível e o impossível pela pessoa amada.
Não sou a pessoa mais inteligente
do mundo, nem a mais burra. Sou alguém que busca sempre o conhecimento; se não
o tenho, procuro aprender, pesquisar, encontrar quem saiba para me ensinar.
Não fico esperando por nada que
quero: corro atrás, me esforço, batalho e se não der, parto para outra, sem
olhar para trás, sem me lamentar. Nunca desisti da felicidade, apesar de muitas
vezes achar que ela desistiu de mim.
Acontece que nos últimos meses,
as pessoas não tem visto quem eu de fato sou, onde estou, ou o que estou
fazendo. As pessoas não tem me olhado, me admirado ou criticado pelo que sou.
As pessoas só conseguem enxergar o meu peso. Sou a mulher que, nossa!, - tem um
rosto e um cabelo tão bonitos, mas se emagrecesse ficaria fantástica. Sou a
pessoa que já ultrapassou o sobrepeso e que logo, logo estará cheia de doenças
ligadas e obesidade e precisando de uma cirurgia de redução de estômago (não é
brincadeira, já ouvi isso).
Aos olhos de muitas pessoas, não
sou nada do que escrevi no início deste post, sou apenas uma gorda. Quem é ou
já foi gordo compreende perfeitamente o que estou dizendo: muitas pessoas acham
que gordos não têm sentimentos, não merecem ser felizes porque não têm força de
vontade: oras, se não têm capacidade nem de emagrecer, teriam capacidade para
quê nessa vida?
Sim, estou falando também de
preconceito que, infelizmente, mesmo em um mundo tão mudado e moderno, ainda
existe. Mas estou falando também das pessoas que nos cercam, daquelas que nos
amam e querem o nosso bem. Sim, porque as pessoas acham que querer que o outro
seja magro a qualquer custo, é querer o bem. Mas neste julgamento, não levam em
consideração, por exemplo, o que leva essa pessoa a comer tanto, o que a faz
não ter a força de vontade mágica de emagrecer, aquela que transforma tantas
vidas nas capas de revistas.
Conheço uma cassetada de pessoas
que emagreceram por sua própria força de vontade, a grande maioria aqui pelo
blog, que traçaram um objetivo e o perseguiram até o final, e todas essas
pessoas sabem que, não, não foi fácil e nem nunca vai ser, porque a pessoa que
tem tendência a engordar está fadada a lutar com a balança para o resto da vida
ou se conformar com a sua gordura. Não há fórmula mágica no emagrecimento, não
há um botão “força de vontade” que você simplesmente liga e pronto: a dieta vai
ser fácil, a rotina de exercícios físicos será maravilhosa e apaixonante e,
plim, em dois meses estará linda, gostosa e saudável. Isso não existe.
Emagrecer requer esforço, disciplina, doses diárias e eternas de muita força de
vontade, com a noção de que as quedas acontecerão, mas com a maturidade de
retomar exatamente de onde parou, quantas vezes forem necessárias.
Não estou fazendo apologia à
gordura e nem nada do tipo, estou apenas pedindo às pessoas que parem de julgar
as outras por seu peso e passem a vê-las como seres humanos, com medos e
limitações como todos os outros. E, sim, gordos têm espelho em casa, se
enxergam, sabem seu tamanho e, por mais que digam que não sobem na balança há
anos, com certeza sabem que estão pesados demais e fora do que é saudável,
então não precisam ficar sendo cobrados e pressionados a mudar, isso não ajuda
em nada! Pense em uma pessoa que já está insatisfeita com seu corpo, sabe que o
excesso de peso está prejudicando sua vida, sabe das doenças associadas à
obesidade e, inclusive, já até está desenvolvendo algumas delas. Agora junte a
essa pessoa um monte de outras pessoas dizendo tudo o que ela já sabe e
cobrando-a emagrecimento, exercícios físicos, criticando suas roupas ou suas
atitudes em relação à comida. Não ajuda em nada! É claro que é para o bem da
pessoa, disso não tenho dúvida nenhuma, as pessoas só estão preocupadas e querendo
ajudar, porém existem outras formas de se ajudar alguém que não as críticas.
Criticar por criticar, sem
apresentar uma solução viável, é cansativo e irritante e não sei no caso das
demais pessoas, mas quanto mais alguém me critica gratuitamente, mais tenho
vontade de repetir aquele comportamento, só para incomodar mais um pouco.
Respeite as limitações das
pessoas, compreenda suas dificuldades, medos e incertezas, não trate o problema
do outro como pequeno só porque ele é pequeno aos seus olhos. E se não pode,
sabe ou não está disposto a fazer nada disso, então não opine. Se a sua opinião
não vai ajudar, então ela não é bem-vinda.
O que eu mais gosto nesse espaço
é lidar com pessoas que sabem o quanto o excesso de peso é prejudicial, mas que
já o enfrentaram ou ainda enfrentam e sabem de todas as dificuldades para
emagrecer e também de toda a alegria em atingir suas metas/objetivos. Pessoas que
não julgam, porque sabem o quanto é difícil, mas sim que encorajam com seus
exemplos e sua garra, e não que ficam apenas dando sua opinião, mas mostrando
que é possível e incentivando pessoas a conseguirem também, mesmo com todos os
desafios que vêm pela frente.
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Boa tarde!
Depois do desabafo de uma pessoa
que tem ouvido todos os dias críticas acerca de sua forma física (eu tenho
espelho e balança em casa, além de um blog que trata do assunto emagrecimento, mas
muita gente não reparou isso ainda) e ganhando vários lugares de gestantes em
ônibus e metrôs (queria que fosse brincadeira, mas não é), venho aqui dizer que
já não sei mais o que fazer. Não tenho conseguido levar uma dieta nem por um
dia inteiro, o que dizer do tempo total para atingir o meu objetivo. Sinto
muita vontade de comer e é a comida que muitas vezes me faz a companhia que não
tenho de pessoas. Como todo bom vício, sei que faz mal, que não é recomendado e
que meu corpo já está saturado, mas não estou conseguindo parar. Não posso
dizer com 100% de certeza, pois ainda não passei no endocrinologista e não fiz
exames, mas acho que estou com algumas doenças associadas a obesidade.
O que eu preciso neste momento é
ler de vocês como fizeram/estão fazendo para lidar com a luta, com qual dieta
se deram bem, como controlam a ansiedade, como se motivam, onde buscam tanta
força de vontade e quais são as principais dificuldades que
enfrentam/enfrentaram. Preciso da força e da palavra de pessoas que sabem do que
eu estou falando, e não simplesmente acham ou supõem que sabem. Preciso de
vocês. Topam me ajudar?
Beijocas e tenham um excelente
final de dia!