Objetivo

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Sinceridade a Ti...

Hoje queria escrever-vos, assim como quem conta uma história, assim como quem escreve a um amigo de longa data. Queria-vos contar a verdade pintada por mim, a verdade nas cores que eu invento. Queria transmitir alma. Queria ser alma. Queria ter uma. Mas percebi que sou eu que invento o azul do céu que me afaga a cabeça. E que a minha alma deixa de ser minha quando a escrevo por palavras inventadas por outras almas. E que a verdade deixa de o ser quando a passo para outro que não a tem. A vida brinca comigo às escondidas e esconde de mim tudo aquilo que amo. Fez-me perder as canetas e os papéis. Tinha as estrelas nos olhos. A alma na lua. Andava com os olhos presos no céu e com a boca a sussurrar poemas inventados. Escondia as mãos nos bolsos. O meu passo sempre demasiado apressado para quem nem sabia ao certo para onde ia. Não sei qual o meu cheiro. Não sei qual a minha marca. Ia murmurando poemas inventados. E num daqueles acidentes da vida, trocamos a volta aos deuses, fizemos das nuvens testemunhas e pedimos abrigo à lua. Numa dessas esquinas que cruza os nossos caminhos, tropeçamos. Comecei a andar mais devagar (ate que deixei de andar). Tinha os olhos virados para ti. Os meus olhos ficaram fundos sem te ver. Comecei a olhar-me no espelho. Larguei as calças rasgadas. Deixei de escrever. E pouco depois, perdi-me em ti e, já não sei me achar. Não fui eu que escolhi o caminho que percorria, não fui eu que te mandei aparecer. A vida escolheu-me para sofrer por ti, Meu Amor. Mas eu vou estar sempre aqui... Onde a dor é mais leve e o ar cheira a ti. Aqui onde a minha banda sonora é o bater do meu coração, aqui onde as minhas mãos desenham corações para ninguém ver. Vou estar sempre aqui a espera de aprender a te amar sem me matar...E se um dia me pedires a verdade, levas a mentira onde te agarras, onde me agarro, a única mentira que sei manter. A mentira mais verdadeira que conheço. Chama-se amor, tem asas de ouro e o seu travo é mel. Se um dia a noite me exigir amor, amor darei, sem receios, sem ter as mãos a tremer, e sem a voz me falhar, sem os olhos me denunciarem. Darei amor quando a lua me o exigir. Talvez porque não seja mentira. Talvez porque seja a melhor mentira que tenho. Porque há qualquer coisa que não podemos controlar... Uma força que nasce sem avisar... Alimenta-se de ti, vive dentro de ti...destrói-te... A ti...
(Não lembro o nome da autora...)

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