Objetivo

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Palavras de uma alma ferida

Chega um momento em que as palavras já não são o bastante para expressar os sentimentos trancados e sufocados dentro do coração. O que mais me dói é que sou incompreendida, as pessoas não conseguem compreender e respeitar o que sinto, sequer tentam me ajudar em alguma coisa, apenas me criticam. O maior problema é que quando ouvimos demais uma mesma coisa a nosso respeito, acabamos nos convencendo de que realmente somos aquilo.
Sinceramente, se não posso ter as pessoas que amo na minha vida, se não posso ser aprovada e amada por elas, prefiro então morrer. Eu olho para a vida e não vejo nenhuma perspectiva, nenhum futuro para mim. Nada tem graça, nada tem valor, nada tem sentido. E eu não quero ser um peso na vida de ninguém, não quero ser um problema, não quero que as pessoas tenham pena de mim.
Lutamos tanto por um objetivo para quê? Para tudo dar errado e nos frustrarmos de maneira irreversível, perdendo todos os sonhos e planos traçados por tantos anos? Vivemos para quê? Para sofrer e chorar tanto, e ao final ainda perceber que nenhuma lágrima e nenhum sorriso valeu a pena? Esperamos pelo quê, se a vida nunca muda, se a tristeza é sempre tristeza e a alegria em um dado momento torna-se monótona?
Meu coração está inquieto, magoado, machucado. Não existe coisa pior no mundo do que ser humilhado, principalmente por pessoas que amamos e confiamos, pessoas das quais jamais esperaríamos qualquer atitude de desprezo, daquelas pessoas que esperamos apenas olhares de compreensão e abraços afetuosos. Se meus pais não estão ao meu lado, por Deus, então quem está? Se meus pais não podem me apoiar, então, quem o fará? Estou me sentindo tão sozinha, com a cabeça tão confusa, sem saber o que fazer, para onde ir, o que pensar...
Eu não sei direito se eu sou ingrata com a vida ou se a vida é ingrata comigo, mas cada dia que passa meu coração se entristece e adoece mais, e eu nada posso fazer para controlar esta situação, simplesmente porque não sei como agir. Infelizmente a minha emoção sempre fala mais alto do que a minha razão e eu acabo fazendo uma bobagem atrás da outra, na tentativa de encontrar a tal da felicidade. Mas a cada amanhecer eu me convenço de que a felicidade não foi feita para todas as pessoas, ou então ela simplesmente não existe e as pessoas que vejo felizes são todas falsas, tentando se enganar... eu sinceramente não sei.
O fato é que, talvez, e eu estou começando a me convencer disso, eu não faça falta nenhuma para o mundo, viver ou morrer... tanto faz. Talvez as palavras que li em certa ocasião de minha vida sejam verdadeiras e eu seja realmente insignificante. Talvez eu não seja nada na vida das pessoas que me cercam, mesmo elas sendo tudo na minha vida. Ou talvez a insanidade e a cegueira estejam dentro de mim, e eu não saiba dar valor às coisas que estão diante dos meus olhos.
Neste momento, a solidão me beija a face. Aliás, estou começando a me convencer de que ela é a minha única companheira e a única que me compreende, pois não tem voz para condenar, ela sabe de mim...

“Não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam”.

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