Objetivo

segunda-feira, 12 de maio de 2008

...Quem sabe um dia...

Eu sei que um dia tudo isso vai acabar novamente, sei que quando a porta se abrir e você me disser adeus mais uma vez, dessa vez será adeus para sempre.
Talvez até lá eu já tenha me conformado de que os nossos caminhos nunca conseguiriam se encontrar e quem sabe eu até me acostume com o silêncio longo e vazio que a sua ausência me traz. Quem sabe até lá eu perceba que nenhuma dessas lágrimas pode mudar a dura e fria realidade do adeus e pare de derramá-las, perceba que nada do que eu fiz ou possa querer fazer ainda será capaz de reescrever a nossa história ou de escrever sentimentos no seu coração. Talvez quando este dia chegar eu já tenha deixado de me culpar por todos os problemas do mundo e, por que não, já tenha até me convencido de que é melhor assim, que juntos nunca daríamos certo e, finalmente, solte a corda que me prende a você e a todo esse passado misto de alegria intensa e dor profunda. Quem sabe quando este dia chegar, eu já tenha aprendido a calar meus sentimentos e escondê-los em algum canto do meu coração e você nunca mais precise me ouvir dizer que eu te amo baixinho, enquanto estávamos deitados lado a lado e, se você não vai mais ouvir, não vai mais precisar fingir que não ouviu. Quem sabe quando este dia chegar, eu já seja forte o suficiente para suportar a dor da sua partida, e madura o bastante para saber que não há mais chance da nossa linda história de amor se repetir.
Talvez quando este dia chegar, eu vá saber te deixar ir sem me lamentar, mesmo que a dor esteja consumindo a minha alma e ferindo meu coração. Quem sabe até lá eu aprenda a rir de tudo isso, e eu vá até me sentir feliz por saber que você estará feliz e aliviado com o fim definitivo. Quem sabe até lá eu aprenda o valioso dom de esquecer, e consiga tirar da minha memória o único homem que eu realmente amei e amo nessa vida. Quem sabe até lá, eu consiga me desfazer dos meus sonhos, eu consiga apagar os planos que fiz de uma vida ao seu lado, eu seja capaz de me esquecer dos filhos que eu imaginei que teríamos e da vida de amor e alegria que eu sempre sonhei para nós dois.
Talvez quando este dia chegar, eu já tenha sofrido tanto que a dor já nem doa mais, que ela me servirá como uma anestesia, para me fazer enxergar a realidade como se não estivesse enxergando nada.
Quem sabe até lá eu aprenda que a decepção acontece com todo mundo, e que não há meio de mudar a decisão de alguém, e eu, finalmente, me conforme de que eu não posso mudar você, de que eu não posso apagar o seu passado e te fazer feliz, de que eu não sou a pessoa certa pra você e nem você é a pessoa certa para mim. Quem sabe até lá eu aprenda a minimizar a minha dor e a deixar que a vida e o tempo se encarreguem de curar as minhas feridas.
Quem sabe até lá o impossível aconteça e eu aprenda a viver sem esse amor e eu deixe até de amar, mesmo que seja só para não deixar as pessoas ao meu redor tristes ou preocupadas comigo, mesmo que seja só fingimento.
Mas, quem sabe, ainda, quando este dia chegar, você não mude de idéia e veja que me ama também e nós possamos ser felizes como eu sempre imaginei e lutei para que fôssemos... é por isso que eu ainda espero, porque enquanto houver uma vaga esperança, é nela que eu vou me agarrar, porque só eu sei o quanto dói ter que viver sem você...

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