Objetivo

terça-feira, 10 de junho de 2008

Questionamentos

Desde que me entendo por gente, a coisa que eu mais faço na minha vida é me questionar a respeito das coisas. Nunca consegui simplesmente viver um dia de cada vez sem pensar no amanhã, tudo na minha vida sempre teve que ser antecipado, planejado, pensado, exageradamente imaginado. Se não fosse assim, para mim não era possível. E o pior é que nada na minha vida nunca foi como planejei, o que significa que toda a ansiedade criada pelos meus eternos planos e questionamentos nunca valeu de nada, porque no final tudo sempre sai diferente daquilo que quero e imagino.
Eu perco tanto tempo da minha vida me fazendo perguntas e tenho a impressão de que morrerei sem as respostas, pois a cada dia que passa a vida se mostra para mim como um mistério que nunca será revelado. Tenho muito medo de morrer sem saber pra quê eu nasci, afinal, eu não creio que a gente venha ao mundo para viver como eu vivo, sempre ansiosa, sempre esperando por não sei o quê, que nunca vem, sempre sonhando acordada, sempre sentindo medo e insegurança, sempre com o coração cheio de sentimentos e a cabeça sempre vazia de racionalidade... eu simplesmente não entendo.
Eu gostaria de ser aquelas pessoas que acordam com o coração em paz e simplesmente vivem sem esperar por nada. É claro, elas fazem planos para o futuro, elas amam, elas vivem tudo o que eu vivo, mas não criam expectativas em relação às coisas e nem ficam remoendo fatos e palavras. Eu confesso que invejo muito as pessoas bem-resolvidas, que sabem o que querem e o que é realmente bom e mau para suas vidas, que são capazes de tomar uma decisão racional e jamais deixar que o coração interfira nela.
Eu invejo as pessoas que sabem viver sozinhas, que sabem aproveitar um pôr-do-sol, que se amam da maneira que são e não se importam nem um pouco com a opinião alheia sobre elas, que vivem intensamente, que não ficam sonhando com o futuro 24 horas por dia, que não ficam esperando por um amor que salvará as suas vidas da monotonia, que têm outros planos de vida que, às vezes, nem incluem outras pessoas, enfim... pessoas que se amam o suficiente para saberem, compreenderem e de fato acreditarem que são as pessoas mais importantes de suas próprias vidas. Eu invejo pessoas que não se sentem culpadas por todos os males que ocorrem ao seu redor, pessoas capazes de se sensibilizar com o outro sem trazer o seu sofrimento para dentro de suas vidas e sofrer com ele, pessoas que reconhecem seu próprio valor e sabem que podem muito mais se acreditarem em si.
Enfim, eu não invejo as pessoas bonitas e gostosas, afinal, estes não são atributos que podem ser chamados de qualidade. Eu invejo pessoas que se amam de verdade. Quem se ama se aceita do jeito que é. Simples assim.

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