Objetivo

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Talvez um dia

Talvez um dia, quando a tempestade já tiver terminado e tudo for silêncio e saudade, você vai se lembrar de mim. Talvez quando todas as palavras já tiverem um sabor de adeus e for tarde demais para recomeçar, você sinta falta do meu sorriso e dos meus versos tão doces que chegavam a enjoar. Talvez quando nossos olhares já não mais puderem se encontrar e nossa história de amor deixe de ser uma realidade e se esconda no passado, você se lembre da minha presença na sua cama, acordando ao seu lado, e sinta saudade de dividir seus sonhos e seu travesseiro comigo, de brincar de ser feliz enquanto a felicidade fosse uma opção possível para nós dois, de ouvir um “eu te amo” antes mesmo de abrir os olhos pela manhã e de, mesmo longe, ter a certeza de que havia alguém que daria a vida por um segundo ao seu lado.
Talvez um dia, quando você não mais ver meu rosto e nem puder me tocar, você se arrependa das fotografias que não tiramos juntos porque você não quis e dos carinhos que me negou em noites de silêncio e solidão, onde tudo o que eu queria era ficar bem perto de você e sentir a sua respiração no meu ouvido, mesmo que você não tivesse nenhuma palavra de amor para me dizer. Porque era só você que eu queria, mesmo que fosse do seu jeito, mesmo que fosse da maneira errada, mesmo que esse amor me machucasse. O maior problema de toda a nossa história juntos é que você nunca percebeu isso...
Talvez um dia, se tudo isso terminar e você me encontrar na rua com outra pessoa, você se sinta traído e tenha ciúme de mim pelo menos uma vez na sua vida, você pense que poderia ser você ao meu lado e queira viver tudo de novo, nem que seja por mais uma única vez.
Talvez quando você beijar outras bocas e perceber que nenhum beijo tem o mesmo sabor do meu, sabor único do amor, você sinta saudade e se lembre das mil vezes em que tive que implorar por um beijo seu, e das vezes em que queimei de desejo enquanto você estava longe. Quem sabe até você queira me beijar de novo, apenas para saber se ainda sentiremos as mesmas coisas, como no passado.
Talvez um dia, quando você me perguntar se eu ainda te amo, eu minta dizendo que não, mesmo sabendo que vou te amar para sempre, mesmo estando longe, mesmo sabendo que nosso passado nunca se tornará um futuro... eu vou mentir, mas não por mim, eu vou mentir para que você não sinta remorso por ter partido, por ter fechado a porta do passado e deixado tudo para trás, por ter espalhado nosso amor pelo chão, por ter jogado os meus sonhos no lixo, por ter dilacerado o meu coração...
Talvez no dia em que eu morrer, eu deixe de te amar, pois já tentei todas as outras maneiras possíveis e nenhuma delas funcionou...

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