Ela caminha nua pelo quarto escuro
A luz da lua reflete em seu belo rosto
Traços finos, rosto de anjo
Rosto que ela mesma nunca enxergou no espelho...
Nos olhos, refletido o desespero
Lágrimas que rolam pelo rosto sem cessar
Mil pensamentos ao mesmo tempo, sem nada compreender
Dor que machuca e dilacera o peito
Dor tão forte que chega a doer no corpo
Dor que cega e a impede de ver o brilho da vida
Dor que ofusca a luz da alma...
Ela já buscou ajuda, mas não encontrou
Ela já chamou por Deus, mas Ele não respondeu
Ela já chorou até o coração sangrar,
Agora já não há mais lágrimas...
Há uma bela noite lá fora
Uma linda lua cheia, cercada de estrelas brilhantes
Mas a cegueira do desespero não a deixa ver nada
Apenas a última estrela que se apagou no seu coração...
Um olhar triste e um último adeus
Apatia, cansaço, um pedido de perdão a Deus
Papel e caneta nas mãos, suas últimas palavras
Medo, arrependimento, alívio, redenção
A morte deve doer muito, mas dói uma única vez
Diferente das dores da vida, que dóem todos os dias
Dilaceram o coração e matam um pouco por manhã...
Segura a lâmina levemente, fecha os olhos
Duas linhas apenas e é o final
Sangrar até o sangue acabar
A dor física invadindo o corpo
Expulsando a dor da alma
Ela olha pela janela por uma última vez e sorri
Enfim, a dor cessou
É o fim...
E as estrelas continuam brilhando no céu
Porque a vida continua aos que têm coragem para lutar...
Com licença, vó.
Há 4 meses
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