Objetivo

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O Momento

Tomar uma decisão. Fazer uma escolha e com ela renunciar a todas as outras opções possíveis. Partir quando se quer ficar. Desistir quando ainda se quer tentar mais uma, duas, mil vezes, mesmo sabendo que nenhuma tentativa terá êxito. Calar quando se quer falar. Esquecer quando ainda se quer amar. Fechar a porta para um passado que era o sonho de uma vida e recomeçar. Caminhar a passos lentos e incertos, até adquirir firmeza nos pés e conseguir caminhar segura e feliz...
É muito difícil abrir mão de um sonho, principalmente quando ele ainda reside em seus pensamentos e te chama insistentemente para que não se esqueça dele, mas, muitas vezes, é necessário escolher entre algo que se quer muito e não se pode ter, e a felicidade. Não tenho mais o direito de ficar perdida em meus pensamentos e obsessões, pois agora eu tenho uma vida nova e pulsante para educar e guiar. Eu não posso mais me permitir desistir, pois não estou mais trilhando a estrada sozinha, trago enlaçada à minha mão a pequena mão de um anjo, que Deus me deu o privilégio de chamar de filho.
Mesmo que minha vida tenha perdido o sentido porque eu não sei mais o que sonhar, tenho que me reinventar todos os dias para, desse modo, ajudá-lo a se desenvolver e ser um ser humano digno, forte, honesto, com diferenciais que façam do meu bebê um futuro homem feliz. Porque de todas as missões que possam existir na vida de uma mulher, com certeza ser mãe é a mais nobre delas. Eu descobri que, a partir do momento que um novo ser está crescendo dentro da nossa barriga, a força e a coragem para enfrentar todas as adversidades do caminho surgem de maneira inesperada, ninguém sabe ao certo de onde. Eu acho que Deus tem um afeto especial pelas mães, e as carrega no colo quando a caminhada parece longa demais e impossível.
Desde o dia em que meu filho nasceu, eu descobri que posso aprender a viver sem muitas coisas que julgava essenciais e indispensáveis na minha vida, mas que não posso, nunca mais ser inteira sem o brilho dos seus olhinhos de anjo. Deus me deu um presente muito valioso, e junto com ele me abriu os olhos para buscar novos horizontes, pois a felicidade do meu filho depende também da minha felicidade.
Por mais difícil que seja a caminhada, e não importa em que condições ocorra, o nascimento de um bebê é sempre um recomeço feliz, é sempre mais uma chance de fazer mais e melhor por nós mesmos, e pela nova vida que chega.
De alguma maneira, sinto alívio por saber que o maior amor que eu vivi está eternizado no meu filho, mas também sei que chegou o momento de esquecer, de deixar para trás, de desistir, de não mais acreditar. Existem histórias que são mais bonitas na lembrança do que acontecendo, e eu acho que este é o caso da minha história. Transformar a tristeza em alegria, neste momento, é essencial. Concentrar todo o amor que ainda trago em meu coração por um olhar muito parecido com o do homem que eu tanto amo é o caminho da cura. Calar um coração já muito machucado pela decepção é necessário.
Eu tenho pressa de voltar a viver, porque meu filho verá o mundo primeiro pelos meus olhos, depois pelos dele. E eu não admito dar para ele menos que o melhor. Eu preciso voltar a viver para dar vida a ele.
Eu preciso esquecer para me lembrar de mim. Eu preciso perder para poder me reencontrar. Eu preciso amar novamente para não esquecer que o amor é bom. Eu preciso ser feliz para fazer meu filho feliz também. E depressa...

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