Objetivo

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Violência gratuita

Por mais que não queiramos ver e nem ouvir falar, por mais que achemos que só acontece com as outras pessoas e nunca próximo a nós, infelizmente quando a coisa acontece diante de nossos olhos, somos obrigados a parar e refletir sobre o assunto além de, de fato, admitir que ele existe e que pode nos atingir um dia.
Um caso de violência gratuita aconteceu muito perto de mim, e eu não posso deixar de comentá-lo: dois homens maduros, classe média alta, advogados, pós-graduandos em Direito, se atracam dentro do banheiro da Universidade, e um deles só sai de lá em coma. O que ficou inteiro, obviamente, alega legítima defesa, com a frase-padrão de sempre: “se não fosse ele lá, seria eu”.
Agora eu pergunto: uma pessoa que age em legítima defesa sai de uma briga sem nenhum arranhão? Veja bem: se é legítima defesa, presume-se que o outro atacou primeiro. Se outro atacou primeiro, como o agressor não está machucado e o outro está todo estourado no hospital? O sujeito em questão quebrou apenas a mão, obviamente porque encheu o outro de porrada, e não porque apanhou.
Não vou entrar em detalhes sobre o caso, mas o que se sabe é que os envolvidos já foram amigos de longa data antes de se odiarem tanto, pois fizeram graduação juntos e tinham um escritório de advocacia em sociedade, e é isso que talvez cause tanto arrepio na espinha dos espectadores deste filme de terror: se os caras, já tendo sido amigos, chegaram a um ato tão animalesco como esse, imagine o que podem fazer duas pessoas que não se conhecem?
A violência é uma coisa que sempre choca a todos, independente de onde e com quem aconteça. Eu não sei o que um fez ao outro para que tamanho ódio fosse nutrido e destruísse a amizade dos dois, mas, independente do que tenha sido feito e/ou dito, não justifica resolver as coisas dessa maneira. A violência nunca foi e nem nunca será o caminho para resolver nenhum problema, muito pelo contrário: a violência só gera mais violência.
O pior de tudo é ver como a justiça brasileira é injusta: o cara comete uma agressão gravíssima como essa, sai do local escoltado por policiais, todos nós achamos que ele vai pagar pelo que cometeu e... sim, ele paga, mas a fiança para sair da cadeia! Hoje ele está solto por aí dando entrevistas e dizendo que apenas se defendeu, e eu rezo para que nenhum de nós cause qualquer tipo de revolta nele pela rua, porque senão podemos ser as próximas vítimas.
Muito me entristece ver que o ódio tomou o lugar do amor no mundo de hoje. As pessoas já não toleram mais coisas mínimas, como um pisão no pé sem querer, e querem resolver tudo à base da violência, como se sangue lavasse a honra de alguém, como acreditava-se antigamente.
Percebe-se que, embora tenhamos evoluído muito ao longo dos anos, algumas coisas parecem que estão voltando a ser primitivas, e isso assusta. Nos dias de hoje percebe-se claramente que a violência não tem nada a ver com o grau de instrução das pessoas, pois a cada dia que passa vemos mais e mais assassinos vindos de boas famílias e com boa base educacional.
Há uma pergunta a ser feita, mas eu tenho muito medo da resposta: aonde vamos chegar com tudo isso? Eu tenho muito medo do amanhã...

terça-feira, 24 de junho de 2008

Palavras de amor eterno


Adoro poder passar cada segundo de um dia ao seu lado, poder rolar no seu edredom com meu pijama de ursinho, poder beijar a sua boca de levinho enquanto você dorme e te ver sorrir enquanto faço carinho nos seus cabelos.
Adoro seu jeito espontâneo de ser, a sua sinceridade desmedida e até mesmo os seus palavrões, acho lindo quando você fica bravo enquanto jogamos vídeo game e eu simplesmente demoro uns 20 anos para conseguir passar de fase. Adoro o seu mau humor e me assusto com o seu jeito brusco de dizer as coisas mais simples possíveis, mas ainda assim eu te quero. Você maltrata, às vezes me esquece, às vezes finge que não sabe, mas eu te quero mesmo assim.
Enfim, eu descobri que é amor verdadeiro o que eu sinto por você e que já não mais importa o que vai acontecer daqui para frente, pois só o amor é capaz de trazer tantos momentos maravilhosos e deixar tantas marcas, lembranças que são minhas e que ninguém pode tirar de mim.
Eu sou muito feliz por te ter aqui comigo, embora eu saiba que não é exatamente do jeito que eu gostaria, embora eu saiba que talvez você não esteja tão envolvido quanto eu, embora eu saiba que amanhã tudo pode terminar com a mesma rapidez e incerteza que recomeçou. Mas eu não me importo. Eu sei que vou chorar e que vai doer, mas, de qualquer maneira, o reencontro valeu à pena. Estar ao seu lado por mais um momento, para que eu possa guardar na lembrança o sabor do seu beijo e a suavidade do seu toque na minha pele.
Eu te quero na minha vida para sempre, se eu pudesse te abraçava de um jeito para nunca mais soltar, mas tudo isso agora só depende de você e tudo o que eu posso fazer por nós dois agora é esperar, pois tudo o que eu podia ter feito, eu já fiz. Aliás, fiz até o que não devia, dei toda a minha alma e a minha vida em função deste sentimento.
Porque eu sei que, de alguma maneira, o tempo parou quando você partiu. Porque eu sei também que não há vida sem a sua vida para completar a minha. Porque eu já senti a dor de te perder, e eu tenho medo, embora eu saiba que tudo é possível e que eu não estou livre de sofrer novamente. Mas, tudo bem. Eu não me importo. Eu vou deixar nas mãos de Deus, porque Ele sabe do meu coração e, com certeza, vai confortar a minha alma se preciso for.
Qualquer gesto de amor vale à pena, pois a vida é curta e a felicidade é uma escolha, não uma condição eterna. Eu posso ser feliz agora, ao seu lado, e deixar que o amanhã se resolva por si só. Eu posso deixar que o silêncio nos conduza e as palavras fiquem soltas ao vento, pois nenhuma palavra é necessária para que você saiba do meu amor, é só olhar nos meus olhos e você verá a sua imagem refletida. Verá que tudo o que eu fiz foi e é sempre por você, para você. E então, finalmente, sentirá a intensidade deste sentimento que nunca morreu dentro do meu coração, nem com a sua distância, nem com os seus erros, nem com todo um passado que deveria ser esquecido.
Eu não consigo te esquecer, eu não consigo viver longe de você, por isso eu te espero. Espero com a inocência de uma criança e com a fé de um religioso, pois todo amor é possível para quem realmente quer amar... e eu te amo.

Ridicularidades do mundo fashion

Existem algumas coisas que eu leio por aí que me dão vontade de vomitar, mas fazer o que, né? Antes poder ler esse tipo de absurdo do que ser cega. rs
Não sou muito fã do mundo fashion, não, mas de vez em quando, algumas dessas notícias saltam aos olhos e não há como fugir delas. A notícia em questão me deixou realmente chocada, pois trata-se de uma modelo tcheca chamada Karolina Kurkova, que veio desfilar no São Paulo Fashion Week por uma marca de biquínis e virou manchete de todos os jornais, revistas e sites por exibir gordurinhas e celulite na passarela. Alguns sites chegaram a chamá-la de gordinha. Na verdade, não foi a notícia em si que me assustou, mas sim, as fotos da modelo. Ela é magra e tem um corpo muito bonito! Claro que não está seca como algumas modelos que se vê por aí, que não tem peito, não tem bunda, não tem porcaria nenhuma e ainda vivem de folha de alface para não engordar, mas até aí dizer que a mulher está gordinha, faça-me o favor, né?
E as pessoas falam de celulite e dobrinhas nas costas como se fossem anomalias! Meu Deus do céu, todas as mulheres normais têm celulite e, por que não arriscar, de vez em quando umas dobrinhas nas costas? Isso é extremamente normal, principalmente por um fato bem simples: elas são seres humanos! Elas se alimentam! Elas também comem um docinho de vez em quando, elas também perdem a linha e engordam! Qual é o mal disso?
Até quando a ridícula ditadura da beleza vai imperar e vai dominar tudo, cegando as pessoas? Aonde essa mulher é gorda, me digam? Aliás, não me refiro apenas a ela. Refiro-me a várias outras pessoas públicas que, por engordar 200 gramas já foram parar em capas de revistas sendo chamadas de gordas e feias. Se essas mulheres são taxadas de gordas, imagine como se sentem as meras mortais que estão longe dos holofotes?
Aí depois que a anorexia vira moda entre as adolescentes e várias delas morrem na busca pelo corpo perfeito, enchem a televisão de especialistas, psicólogos e a puta que o pariu, dizendo para as meninas não caírem nessa neura, que não é legal arriscar a saúde em busca da beleza, etc etc e etc. Agora eu pergunto: de onde surge essa doença? Quem coloca na cabeça das meninas e mulheres que elas precisam ter corpos perfeitos, com zero por cento de gordura? A mídia! Comentários ridículos como este feito a esta modelo tcheca! Essa idéia ridícula de que beleza é tudo e mais um pouco e que se você não tiver um corpo maravilhoso e perfeito, esquece, você está fora do padrão de beleza e não é ninguém!
Agora, sinceramente falando: quem criou essa porra de padrão de beleza esquelética? Algumas modelos mais parecem aqueles esqueletos que ficam em laboratórios de estudo de anatomia do que uma mulher. É isso que é bonito e saudável? Só comer folha de alface e tomar água o dia inteiro, privar-se do prazer de comer, é isso que é saudável?
O mais interessante de tudo, é que tenho certeza absoluta de que as pessoas que tanto criticam a modelo em questão não devem estar com seu corpo sarado e perfeito.
Pelo amor de Deus, mundo! Abra os olhos e coloque os pés no chão! Sejamos menos fúteis e enxerguemos a realidade. É ridículo impor um padrão de beleza e querer que todas as pessoas o sigam. Cada um é cada um, com seu jeito, seu estilo e sua beleza próprios. Espero sinceramente que nem todas as pessoas caiam na armadilha dos estereótipos, senão daqui a pouco as pessoas serão todas iguais, com o mesmo tipo de corpo, rosto e cabelo, igual àqueles desenhos japoneses. Se for para ser assim, é mais fácil fazer todo mundo em laboratório, tirando cópias. Perfeição é demais para mim, que sou uma reles mortal!

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Definições que não estão no dicionário

Recebi este e-mail e o achei sensacional, realmente estas definições são muito mais reais do que as que estão no dicionário. Infelizmente os sentimentos nem sempre conseguem ser expressados da maneira que desejamos...

Ausência
Uma falta que fica ali presente

Fotografia
Um pedaço de papel que guarda um pedaço de vida nele

Gelo
Aquilo que a gente sente na espinha quando o amor diz que vai embora

Indecisão

Quando você sabe muito bem o que quer, mas acha que deveria querer outra coisa

Lágrima
Sumo que sai dos olhos quando se espreme o coração

Lealdade
Qualidade de cachorro que nem todas as pessoas têm

Saudade
Quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer novamente e não consegue

Tristeza
Uma mão gigante apertando o coração da gente

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Se eu te amo mesmo, pra quê mentir?

Eu não sei dizer que eu não te amo
(Edson e Hudson)

Postais e cartas
Fotos feitas tão depressa
Pra se guardar e esquecer

Lembranças e souvenirs
E uma tarde que não tinha fim
Até que desapareceu
Estão dentro de mim mais vivas do que eu

Não sei não pensar em você
Não sei não querer só você
Não sei não ouvir sua voz sempre a me dizer
Do que o amor é capaz
Queria não lembrar ao menos
O que o meu coração conheceu
Que nada aconteceu todos esses anos
Eu não sei dizer que eu não te amo

Estradas e canções
Como o tempo elas vem e vão
Ah se eu pudesse ser assim

Ah! Então... dormir sozinho
Sem seu corpo ao meu lado
Aprender viver sem ter você

Não importa o que eu tentar nada vai mudar

Não sei não pensar em você
Não sei não querer só você
Não sei não ouvir sua voz sempre a me dizer
Do que o amor é capaz
Queria não lembrar ao menos
O que o meu coração conheceu
Que nada aconteceu todos esses anos
Eu não sei dizer que eu não te amo

E lá vem as P1's

Acabou o sossego, e a calmaria que já não era tanta calmaria assim (a calmaria da minha vida é praticamente um tormento...rs trabalho – faculdade – faculdade – trabalho... correria total), agora virou um inferno geral! É assim que eu me sinto quando começam as minhas provas na faculdade, primeiro porque eu odeio estudar (não o estudar de ir para a faculdade, mas o estudar de pegar apostila e caderno e ficar lendo em casa, no ônibus, nas aulas vagas, na hora do almoço etc) e na faculdade, você pode ser a cara mais crânio do planeta, mas não estuda pra ver se você passa de ano. Segundo, porque como a universidade que eu estudo tem um esquema de curso anual e não semestral, eu só tenho 2 provas oficiais (integradas) mais a P3 que fica a critério de cada professor sua forma de ser ministrada, e se eu me ferrar na P1 gostoso, dificilmente conseguirei recuperar a nota na P2, o que significa que vou participar de um super exame, com direito a matéria do ano inteiro e a minha probabilidade de não passar e pegar uma sensacional dependência (mais conhecida como DP – a sigla até que vem a calhar, pois ela te f@#% por todos os lados...huahuahuahua) é superior a 50%. Terceiro, porque a universidade que eu estudo é universidade de verdade, não só no nome, como muitas Unimerdas que se vê por aí, e a qualidade do ensino é alta, o que faz com que a exigência seja ainda maior. E média 7 não é pra qualquer um. E, por fim, estudar e trabalhar ao mesmo tempo já é difícil pra caramba, e em épocas de prova essa dificuldade praticamente dobra. Conciliar trabalho e estudo é uma coisa bastante complicada e hoje eu vejo que não é pra qualquer um esse tipo de vida, por isso, muitas vezes, quando olho para a minha situação me sinto uma vitoriosa, principalmente ao perceber que muitas pessoas não agüentam o tranco e que, em alguns casos, eu me saio até melhor nas notas e trabalhos do que muitos que não tem outra atividade importante na vida além da faculdade. Orgulho eu tenho, e muito, mas que não é fácil...ah, isso não é mesmo! rs
Hoje estou partindo para a 3ª P1. A primeira, de Psicologia, foi uma grande surpresa não somente para mim, mas para toda a minha sala. Com os conceitos na ponta da língua, decorados com muita ralação e estudo, já que a professora não explica p%##@ nenhuma, quase caímos das cadeiras quando recebemos um enorme texto que falava da Ford, que mais parecia texto de OSI (como disse um colega de sala) do que qualquer outra coisa, pois a última coisa sobre a qual aquele texto tratava era os funcionários – principal tema da Psicologia Organizacional. Obviamente, não foi a nossa professora que elaborou a prova e, pelo visto, ela sequer olhou-a antes de nos entregar, pois, com certeza, se ela tivesse analisado aquele material com mais cuidado, se tocaria de que a aula dela não teve metade do conteúdo solicitado naquela prova. Para transformar a caca em uma verdadeira m..., daquelas bem caprichadas, a prova tinha apenas 5 questões, cada uma valendo 2,0 pontos. Em outras palavras, errou mais de 2 questões... se f#$&¨!
Em continuidade às trágicas P1’s, a segunda foi de Matemática Financeira, e esta não teve grandes surpresas. Provinha com consulta, absolutamente todo o seu conteúdo foi explicado em sala de aula... só não posso dizer que fui bem porque eu raramente compareço às aulas de Matemática Financeira, e às poucas que eu fui, meu relacionamento com o professor não foi tão amistoso (vide post Indignação, de 21 de maio de 2008).
Hoje tem mais uma... Sociologia Aplicada, com uma professora que não me suportava de jeito nenhum, mas depois de um trabalho que meu grupo apresentou, ela passou a me respeitar. Espero que não venha mais nenhuma surpresa por aí...
E para quem pensa que o inferno está perto do fim, prepare-se: isso é só o começo. Ainda faltam as P1’s de Administração de Materiais (não sei nada!), Estrutura de Custos e Finanças (piorou!), Teoria da Administração (matéria ministrada pelo meu chefe, tirei 4,5 na última prova dele!), Estatística (não quero nem pensar!), Economia das Empresas (matéria pra caramba para estudar) e, por fim, OSI. Sossego só depois do dia 30...
Desejo boa sorte a todos os pobres coitados que estão no mesmo barco que eu...rsrsrsrs

Aniversário de Sobrevivência

Hoje eu tenho muito a comemorar. Estou fazendo 2 anos de trabalho em uma universidade, 2 anos de funcionária pública, e falta só mais 1 ano para eu sair do estágio probatório (embora todos me digam que nunca viram ninguém não ser aprovado).
Bom, o que dizer destes 2 anos? Não posso deixar de afirmar que ingressar neste trabalho foi a realização de um sonho, afinal, prestei concurso público, concorri com 970 e poucas pessoas por 9 vagas, fui aprovada em 2º lugar, e foi esse emprego que me proporcionou a tão sonhada faculdade, graças a ele estou estudando e, se Deus quiser e tudo correr bem, em 2010 estarei me formando e iniciando a longa caminhada de uma administradora de empresas...rs
Nem tudo são rosas, afinal, passei e ainda passo por muitas dificuldades no meu ambiente de trabalho, desde a falta de treinamento para o desempenho de minhas funções até a dificuldade de conviver com pessoas que se valem de sua estabilidade de funcionário público para não fazer nada, passando pelo acúmulo de funções que me foram confiadas este ano (um total de 4), mas mesmo assim eu tenho muito a agradecer, pois estou empregada, não pago um centavo sequer por um ensino de qualidade, meu salário não é sensacional, mas também não é dos piores, da mesma maneira que existem pessoas folgadas, falsas e insuportáveis, existem muito mais pessoas maravilhosas, com as quais aprendi a conviver e das quais aprendi a gostar muito, como se formássemos uma grande família. O grau de cooperação entre as pessoas do meu convívio é muito grande e a gente se diverte muito com as gracinhas e piadas. Enfim, a parte boa acaba, sim, compensando a parte ruim.
De maneira geral, estou feliz por estar aqui e, embora sonhe com um futuro maior e melhor, este ainda não é o momento certo para persegui-lo a todo custo. Estou construindo aos poucos a minha escadinha para o futuro, muito orgulhosa por não usar ninguém para isso. Estou plantando meu próprio jardim sozinha, contando com o apoio dos que me amam e passando ilesa pelas pragas que os que me odeiam podem jogar contra mim, tudo isso porque eu creio no amanhã. Eu me orgulho muito de ser diferente de muitas das pessoas com as quais convivo em meu ambiente de trabalho, assim como me orgulho também de ser igual àquelas que caminham comigo, no sentido de ajudar a todos que precisam de mim, de não fugir do trabalho, de colocar a mão na massa sempre que necessário, de não desistir mesmo quando a desmotivação é maior do que o desejo de continuar o caminho.
Sou muito grata e feliz por fazer parte da grande família USCS:
USCSe fodem
USCSe matam de trabalhar
USCSe cansam
USCSe transformam em dez
...
Enfim, nada na vida é fácil, talvez essa seja a graça de estar vivo: o desafio. As coisas se tornam muito mais simples quando paramos de reclamar de tudo e de todos e passamos a ver o lado bom das coisas, pois tudo nessa vida tem um lado, até mesmo as piores coisas possíveis, mesmo que seja o aprendizado.
Nem tudo são flores, mas também nem tudo são espinhos. E é assim que a vida avança, sempre com boas novidades àqueles que jamais desistem, mesmo diante das dificuldades.
Porque a gente trabalha muito e ganha pouco, mas se diverte muito! Essa sim é a USCS. rs

terça-feira, 17 de junho de 2008

Uma tarde feliz...

Cabelo ao vento, pensamento tão distante da realidade, um sonho, um desejo, um sentimento escondido lá no fundo do peito...
Eu te encontro e juntos saímos para almoçar no shopping. Um cantinho aconchegante, uma comida gostosa, uma conversa divertida. Nossos olhares se encontram na mesa do almoço, em meio a batatas fritas e refrigerantes. Eu sorrio para você. Seu rosto está vermelho e seus cabelos bagunçados, mas, como sempre, eu te acho tão lindo! Eu me envolvo no seu olhar, eu me esqueço de tudo abraçada à doce magia da sua presença.
O almoço acaba, mas o passeio não. Caminhamos de mãos dadas por todo o shopping, como um típico casal de namorados apaixonado, entramos na livraria que eu tanto amo, brincamos em meio aos livros e palavras não ditas, nossos olhares se encontram mais uma vez. Olhamos os peixes no aquário, achamos engraçado aquele que tem um bigode, discutimos sobre seu nome, daqui a pouco já esquecemos tudo, e também já não importa mais.
Por fim damos uma passadinha no Playland, só para ver como estão as coisas por lá, mas acabamos encantados pela magia da infância e entramos pára brincar. Há quanto tempo não fazia algo parecido e não me divertia tanto! Fliperama, corrida de carros, jogo de basquete, tantos jogos que eu nem sei o nome de todos! Rimos e brincamos como duas crianças inocentes que não têm nenhuma pressa para a vida! Eu te olhava e você sorria; você me olhava e eu sorria. Foi mais do que divertido... foi mágico. E eu pude compreender o ditado que diz que a “felicidade está nas pequenas coisas da vida”. Saí de lá com o coração cheio de alegria e triste por não poder ficar mais.
Você me acompanhou até o meu compromisso, gentilmente levou a minha bolsa com você para que eu não levasse peso, mesmo irritado com a idéia de ter que carregar uma bolsa de mulher. E, embora tenhamos passado a madrugada longe um do outro, eu no show do Edson e Hudson, você jogando Counter Strike com seus amigos numa lan house, quero que saiba que todos os meus pensamentos naquele momento estavam em você, eram para você, e que cada música de amor que tocava, eu fechava os olhos e pensava em ti. “Fala que eu vou entender, que bateu solidão, que só pensa em me ver, fala amor, eu preciso ouvir de você, que ainda me quer, que foi um mal entendido entre um homem e uma mulher...”
No outro dia à noite, aos nos encontrarmos novamente, você me fez carinho no rosto, me olhou nos olhos com sentimento, me sorriu com toda a sinceridade do seu coração, me beijou com desejo e paixão, eu pude sentir, e eu não preciso de mais nada para ser feliz além disso.
Eu não preciso de dinheiro, eu não preciso de status, eu não preciso de um carro, eu não preciso de uma paixão ardente para ser feliz. Eu preciso da sua presença, do seu olhar acolhedor, de um toque carinhoso, do seu abraço protetor, do seu beijo envolvente... eu só preciso do seu amor...
O que você não compreende é que a única coisa que eu realmente quero e espero dessa minha vida é você. Tudo o que eu quero é vestir o meu pijama de ursinho e dormir ao seu lado, abraçadinha, por todos os dias da minha vida.
Porque eu te amo de uma maneira única. Para sempre. Incondicionalmente.


Sobre a Ignorância

Os pensadores destacam-se das demais pessoas pela capacidade de compreender as coisas mais simples e transformá-las em palavras.
Estou sempre buscando na internet textos para postar no blog e até mesmo inspiração para escrever os meus próprios textos, e sempre me deparo com palavras maravilhosas de autores incríveis. São autores muito antigos, mas pelo conteúdo de seus trabalhos percebe-se claramente que quando o assunto é a alma humana, o mundo pouco evoluiu ao longo dos anos.
A frase de hoje é de William Sheakespeare e eu não poderia escrever sobre outra coisa hoje que não fosse ela: “Só há uma treva: a ignorância”. É de uma simplicidade incrível, mas, pasmem, pouquíssimas pessoas são capazes de compreender e pensar a respeito disso neste mundo tão concentrado apenas no superficial.
Para mim, burrice e ignorância são duas coisas completamente distintas, pois a burrice é o não saber e a ignorância é o saber, mas não querer saber, é simplesmente não se importar com a realidade que se coloca diante dos olhos e contestá-la até o fim, mesmo sabendo que ela é uma verdade absoluta.
A burrice pode ser convertida caso o sujeito queira – basta que se ensine o caminho que ele não conhece, mas que tem desejo de conhecer e talvez não tenha ido até lá por limitações que nem mesmo ele sabe quais são. A ignorância, não. Quando o sujeito é ignorante, ele se sente o dono da razão, acha que sua palavra é única e incontestável e que só existe uma verdade para tudo: a dele.
O ignorante só consegue ver o seu próprio lado. O ignorante não tem compaixão. O ignorante não se importa com os meios, pois acha que o bom fim justifica qualquer atitude. A ignorância é a pior cegueira do mundo, pois como diz o ditado popular: “o pior cego é aquele que não quer ver”, e é esta a cegueira que acomete a ignorância: a consentida. O ignorante só vê aquilo que ele quer ver; o restante, que não interessa para ele e/ou não vai lhe trazer nenhum benefício, ele simplesmente... ignora.
A ignorância é o saber, mas não querer saber. É desprezar tudo aquilo que não se trata dos seus próprios sentimentos, pensamentos e ações. E a ignorância não pertence somente aos burros para quem pensa isso. Existe muito inteligente por aí, muito doutorado, muito presidente, muita pessoa cheia de título e nascida em berço de ouro que é ignorante. A ignorância não tem nada a ver com conhecimento e inteligência, ela é um estado de espírito. Ela pode estar em qualquer lugar, ela pode cegar qualquer pessoa.
Graças a ignorância, vivemos em um mundo superficial, onde as pessoas só enxergam apenas o seu lado, estando bem dentro do seu quadrado, pouco importa o quadrado do outro, um mundo onde não se tem compaixão, não se respeita as atitudes, sentimentos e pensamentos dos outros... enfim... a ignorância é a luz da existência que se apaga cada dia um pouco mais.
Talvez o sol só volte a brilhar no mundo quando as pessoas aprenderem a enxergar além do que se vê...

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Saudade do Abraço


(...) E é neste pós-hora...
Onde o tempo se derrama e une ao espaço
Que revejo o necessário, mas perdido abraço.
E sinto que ele me olha... abraço feito vida...
Como se me pedisse para adiar a partida.
E o meu sentir, transparente,
Mostra-lhe o que sinto...
Coração testemunha que não minto...
Até o que procurei esconder de mim no fundo da alma...
Que abri... desvendei... revelei...
Como local de passagem secreta que ao meu anjo dei...
As poesias...
emoções em frágeis e codificados fragmentos...
Risos e lamentos...
Mas sempre incompletas no livro de cada vida...
Mesmo quando pensamos que um fimé um ponto final...
Surge outro e ainda outro portal.
Interminável ponte.
E o suspiro, ao contemplar o horizonte...
Estreito, pequeno, ínfimo, para um eterno amor...
É todo o outro (lado) que me faz falta...
Saudade do abraço...
Certeza da dor.
Destino de pássaro,
tem asas no querer e murmúrios por dizer.
E nos meus cabelos, que teimam em voar...
e os meus olhos tapar...
Leio horóscopos, desenho mapas, deito cartas...
Plenas do vazio que a tua ausência me ofereceu.
Deixando-me só com meio eu.
Com os dedos, traço a linha dos meus lábios...
Calados... salgados... do teu nome tatuados.
Devagar...
Como se escrevesse a palavra que ficou por dizer.
Dissolvida num instante de indecisão...
Limite entre o sim e o não.
E ao fechar os olhos, desato nós, desfaço laços,
solto os braços...
Para o prometido abraço... enlaço.
Como se a tua memória feita imagem
Pudesse viver para além de ti...
Agora... aqui...
E sorrio...
Todo o encontro é perfeito
Quando guardamos tudo o que sentimos nesta dimensão...
Dentro do cálice sagrado, contido no peito.
(Autor Desconhecido)

quinta-feira, 12 de junho de 2008

História de Amor


Há exatos 3 anos, nossos olhares se encontravam em meio a uma multidão. Partilhamos sorrisos, conversas e um Dia dos Namorados feliz, embora nada fôssemos um para o outro até então. A nossa história foi longa, louca e linda, e não demorou muito para acontecer. Também foi difícil e complicada, mas cada segundo de felicidade é capaz de compensar mil horas de tristeza, porque as lembranças que trago dos nossos momentos juntos são maravilhosas e viverão para sempre na minha lembrança. Intenso e incondicional são as duas palavras que melhor definem o meu amor por você.
Você me trouxe a felicidade mais sincera que já pude sentir na minha vida e foi ao seu lado que eu conheci a intensidade que o verdadeiro amor tem, foi com você que eu descobri que eu nunca tinha amado antes. Foi você que me tirou o fôlego pela primeira vez e me fez sentir aquele friozinho constante na barriga, típico dos apaixonados. O que eu achava mais incrível é que mesmo depois de tanto tempo juntos eu ainda sentia esse frio na barriga quando nos encontrávamos, eu ainda esperava ansiosa por nosso reencontro nos finais de semana, eu ainda chorava de saudades quando você ia embora no domingo à noite... enfim... algumas coisas são impossíveis de se esquecer.
Como esquecer um sorriso que se tornou o motivo maior do meu próprio sorriso? Como esquecer um amor que arde no peito insistente, mesmo depois de tanto tempo? Como esquecer as noites, a cama, o travesseiro e os sonhos divididos? Como olhar as fotos e não sentir saudade? Como não chorar quando a sua imagem vem à minha memória? Como esquecer a única felicidade que realmente me fez feliz? Eu não sei...
Gostaria de saber dizer não mesmo querendo dizer sim. Gostaria de aprender uma maneira de te esquecer, pois o esquecimento liberta a alma, mas não existe como e talvez não exista por que, afinal, eu ainda acredito que nossos olhos perdidos na escuridão voltarão a se encontrar um dia e que você é, sim, o grande amor da minha vida. E eu não quero deixar de crer nisso. Eu não quero fechar os meus olhos para a esperança, pois se eu perder a única coisa que me liga a você neste momento, sei que perderei tudo, pois a vida não tem o mínimo sentido para mim se eu imaginá-la longe dos seus braços.
Muitas pessoas comemoram hoje o Dia dos Namorados abraçadinhas a seus amores. É o que eu gostaria de comemorar também, a seu lado, mas, infelizmente não posso. Estaria mentindo para mim se acreditasse que você está aqui comigo, pois não está. Eu comemoro então os três anos que você surgiu na minha vida como um clarão, tirando meu coração da monotonia do cansaço e virando-o do avesso, reacendendo em mim o desejo de amar e ser feliz. Eu comemoro a alegria de ter vivido tanta coisa boa ao seu lado, mesmo que depois tudo tenha se desfeito em uma fração de segundo...
No meu coração nada mudou. Desde o dia em que você partiu, eu continuo te esperando no portão, como se mais dia, menos dia você retornasse como se nada tivesse acontecido e me desse mais um beijo apaixonado e o tempo voltasse a correr. Desde o dia em que você se foi, o tempo parou. Porque tudo o que eu sempre fiz, pensei e senti desde que te conheci foi por você, e se você não está, não há porque de ser.
Abraçada às minhas lembranças, sozinha em meu quarto, comemoro com a saudade a certeza de que foi e ainda é um grande amor, um sincero amor, um intenso amor, e que as lembranças foram feitas para eternizar bons momentos, e estas lembranças ninguém pode tirar de mim.
Eu ainda amo você, por todos os dias da minha vida eu hei de amar, e sei que um dia você se lembrará de mim, desse amor, de tudo, e sentirá saudades...

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Eu Aprendi


Eu aprendi…
…que eu não posso exigir o amor de ninguém. Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência para que a vida faça o resto;
…que não importa o quanto certas coisas são importantes para mim, tem gente que não dá a mínima e jamais conseguirei convencê-las;
…que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos.

Eu aprendi…
…que posso usar meu charme por apenas 15 minutos, depois disso, preciso saber do que estou falando;
…que posso fazer algo em um minuto e ter que responder por isso o resto da vida;
…que por mais que você corte um pão em fatias, esse pão continua tendo duas faces, e o mesmo vale para tudo que cortamos de nosso caminho.

Eu aprendi…
…que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser e devo ter paciência;
…que posso ir além dos limites que eu próprio me coloquei;
…que eu preciso escolher entre controlar meu pensamento ou ser controlado por ele.

Eu aprendi…
…que os heróis são pessoas que fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sentem;
…que perdoar exige muita prática;
…que há muita gente que gosta de mim, mas não consegue expressar isso.

Eu aprendi…
…que nos momentos mais difíceis, a ajuda veio justamente daquela pessoa que eu achava que iria tentar piorar minha vida;

Eu aprendi…
…que eu posso ficar furioso, tendo o direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel.

Eu aprendi…
…que a palavra “AMOR” perde o sentido, quando usada sem critério;
…que certas pessoas vão embora de qualquer maneira;
…que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas, e saber lutar pelas coisas que eu acredito.

Se aprendêssemos algumas coisas, tudo seria mais fácil…certas coisas realmente eu já aprendi…outras…ainda não…estou tentando…o que vale é a intenção…
(Autor Desconhecido)

Saudade

(Laura Duque)

Saudade é o que se desconhece
O que parte sem despedida,
Uma imagem que não fica esquecida,
Uma ausência que entristece.

Saudade - fada sem encanto e sem eternidade...
Uma ilusão que se quebra
Um coração sem metade.

Saudade - contemplar uma estrela
que nos marcou demais
E hoje se ofusca e se apaga,
sem um pouquinho de paz.

Saudade: carta que não se envia
Orgulho que enlouquece,
Distância de que se ama
E sendo saudade... permanece.

********************************************
Saudade de um tempo feliz. Saudade de sorrisos sinceros, de sussurros inesperados de "eu te amo" no meio da noite, de beijos apaixonados, de sonhos feitos a dois, de palavras que ficaram para depois, do silêncio cúmplice, da alegria do reencontro, da mágica do amor correspondido...
Eu ainda te amo. O grande problema é que eu não sei e nem nunca hei de saber se você ainda me ama também...

...Amor é muito mais do que se imagina...


Há certas horas, em que não precisamos de um Amor…
Não precisamos da paixão desmedida…
Não queremos beijo na boca…
E nem corpos a se encontrar na maciez de uma cama…

Há certas horas, que só queremos a mão no ombro,
o abraço apertado ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado…
Sem nada dizer…

Há certas horas, quando sentimos que estamos pra chorar,
que desejamos uma presença amiga, a nos ouvir paciente,
a brincar com a gente, a nos fazer sorrir…

Alguém que ria de nossas piadas sem graça…
Que ache nossas tristezas as maiores do mundo…
Que nos teça elogios sem fim…
E que apesar de todas essas mentiras úteis,
nos seja de uma sinceridade inquestionável…

Que nos mande calar a boca ou nos evite um gesto impensado…
Alguém que nos possa dizer:
Acho que você está errado, mas estou do seu lado…

Ou alguém que apenas diga:
Sou seu amor! E estou Aqui!

terça-feira, 10 de junho de 2008

Questionamentos

Desde que me entendo por gente, a coisa que eu mais faço na minha vida é me questionar a respeito das coisas. Nunca consegui simplesmente viver um dia de cada vez sem pensar no amanhã, tudo na minha vida sempre teve que ser antecipado, planejado, pensado, exageradamente imaginado. Se não fosse assim, para mim não era possível. E o pior é que nada na minha vida nunca foi como planejei, o que significa que toda a ansiedade criada pelos meus eternos planos e questionamentos nunca valeu de nada, porque no final tudo sempre sai diferente daquilo que quero e imagino.
Eu perco tanto tempo da minha vida me fazendo perguntas e tenho a impressão de que morrerei sem as respostas, pois a cada dia que passa a vida se mostra para mim como um mistério que nunca será revelado. Tenho muito medo de morrer sem saber pra quê eu nasci, afinal, eu não creio que a gente venha ao mundo para viver como eu vivo, sempre ansiosa, sempre esperando por não sei o quê, que nunca vem, sempre sonhando acordada, sempre sentindo medo e insegurança, sempre com o coração cheio de sentimentos e a cabeça sempre vazia de racionalidade... eu simplesmente não entendo.
Eu gostaria de ser aquelas pessoas que acordam com o coração em paz e simplesmente vivem sem esperar por nada. É claro, elas fazem planos para o futuro, elas amam, elas vivem tudo o que eu vivo, mas não criam expectativas em relação às coisas e nem ficam remoendo fatos e palavras. Eu confesso que invejo muito as pessoas bem-resolvidas, que sabem o que querem e o que é realmente bom e mau para suas vidas, que são capazes de tomar uma decisão racional e jamais deixar que o coração interfira nela.
Eu invejo as pessoas que sabem viver sozinhas, que sabem aproveitar um pôr-do-sol, que se amam da maneira que são e não se importam nem um pouco com a opinião alheia sobre elas, que vivem intensamente, que não ficam sonhando com o futuro 24 horas por dia, que não ficam esperando por um amor que salvará as suas vidas da monotonia, que têm outros planos de vida que, às vezes, nem incluem outras pessoas, enfim... pessoas que se amam o suficiente para saberem, compreenderem e de fato acreditarem que são as pessoas mais importantes de suas próprias vidas. Eu invejo pessoas que não se sentem culpadas por todos os males que ocorrem ao seu redor, pessoas capazes de se sensibilizar com o outro sem trazer o seu sofrimento para dentro de suas vidas e sofrer com ele, pessoas que reconhecem seu próprio valor e sabem que podem muito mais se acreditarem em si.
Enfim, eu não invejo as pessoas bonitas e gostosas, afinal, estes não são atributos que podem ser chamados de qualidade. Eu invejo pessoas que se amam de verdade. Quem se ama se aceita do jeito que é. Simples assim.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Amar, verbo intransitável

(Rick Lucas)

E o amor, quem diria, virou estorvo.
O que antes alimentava a alma hoje é peso morto. Percebo que se tem evitado o amor como se evita uma gripe. O mundo, no século XXI, se tornou prático demais, rápido demais para o amor.
O amor tem atrapalhado a carreira profissional. Hoje é importante ter seu carro, seu apartamento, suas reservas financeiras para viagens, teatro, cinema, conforto. Não há espaço para amor nisso tudo.
O amor atrapalha a independência. Ir para onde quiser, quando quiser e com quem quiser é a nova diretriz. O amor não cabe mais entre duas pessoas.
Os relacionamentos ainda existem. Desde que não atrapalhe, ou seja, desde que não haja amor, as pessoas se relacionam, namoram, ficam juntas. Até a paixão pode, só não pode ter amor.
A paixão é moeda de troca. Paixão é ópio. Paixão vicia. E hoje se consome paixão como um trago num bar qualquer. Sai-se por aí a procura de paixões, assim, no plural, que sejam plenas e arrebatadoras, que dê ressaca, mas que passe no dia seguinte.
Amor não é vida. Quem ama não vive. O mundo está aí, pulsante, pleno, cheio, um leque infinito de oportunidades, de novas paixões, de novas pessoas, de novas vidas.
O amor, quem diria, virou estorvo.
E quando o amor acontece é pânico. Olha-se para si mesmo com asco, como se tivesse sido tocado por alguma maldição. – Não vai dar certo – é o que se diz.
Amor dói e não edifica. Amor afasta amigos e tolhe independência. E não é eterno.
Ficou antigo demais, obsoleto, em um mundo de máquinas fabulosas, que conectam pessoas ao toque de uma tecla, que te coloca o mundo em uma tela e que você interage.
Interagir com o mundo. Dar asas a sonhos e planos e ter nas mãos o Poder Fazer. E o Poder Fazer exige a independência e a altivez de quem não ama. Porque hoje em dia o amor não constrói mais nada.
Vamos em busca de paixões, então. O que faz o coração acelerar, que injeta adrenalina e que diverte. E que não dura.
Olhe à sua volta. Não existem mais coisas duráveis. Nem sua casa, nem seu carro, nem seu telefone de bolso. Viva o descartável e o reciclável.
E vamos vendo um futuro cada dia mais sem amor. Até que venha a extinção, e então, quando isso acontecer, extinguiremos todos nós. Pois só se sabe o valor das coisas quando elas não existem mais.

Brincando de trabalhar

“Quem trabalha muito, erra muito. Quem trabalha pouco, erra pouco. Quem não trabalha não erra. E quem não erra é promovido”.

Recebi esta frase por e-mail e quando a li, não soube ao certo se senti vontade de rir ou de chorar. Agora, de uma coisa eu não tenho dúvida: sábias palavras.
Afinal, já reparou que, no trabalho, as pessoas mais cobradas são aquelas que mais fazem? Os fulanos que não fazem p#@$% nenhuma nunca levam bronca, nunca são cobrados, nunca têm compromisso com prazos e nem são pressionados. Em compensação, as pessoas sérias, que trabalham pra caramba, que são pau pra toda obra, que não fogem de nenhum trabalho... ah, estes são cobrados o tempo inteiro, trabalham sob pressão, são xingados e punidos se 1% do seu trabalho sai errado e não importa quanto trabalho já tenham nas costas, qualquer novo trabalho que surgir, principalmente se for urgente, será passado para eles, afinal, todos os chefes sabem que se mandar trabalho pra lá é garantido que volte pronto, pois estas pessoas que fazem também não criam desculpas para não fazer, como as que não fazem.
As pessoas que não fazem nada estão sempre inventando desculpas para fazer menos ainda. Vivem dizendo por aí que estão com trabalho até as tampas, mas sempre que você entra na sala do indivíduo ele está tomando café, fumando um cigarro, batendo um papinho, transitando pelo setor como se fosse a Gisele Bundchen corporativa, é realmente incrível! Raramente você vê a pessoa na frente do computador fazendo outra coisa que não seja lendo e-mails particulares, vendo fotos ou lendo a coluna de fofocas de famosos. A mesa da pessoa está sempre lotada de papel, mas percebe-se claramente que aqueles papéis nunca foram e nem nunca vão ser tocados, estão ali de enfeite, só para parecer que a carga de trabalho é grande.
E, como se tudo isso não bastasse, em algumas empresas, no final das contas, são esses funcionários que fingem trabalhar que têm valor aos olhos dos chefes, que são reconhecidos como peças indispensáveis na empresa, e alguns chefes chegam ao disparate mor de dizer que aquele é um exemplo a ser seguido! Eu queria é ver se todos os funcionários realmente resolvessem seguir este “exemplo” o que aconteceria na empresa...
E depois os chefes ainda têm a cara de pau de dizer que não sabem por que seus funcionários estão desmotivados, por que o beltrano que trabalhava tanto hoje já nem liga mais para nada... nem todos os exemplos são para ser seguidos, mas que dá uma revolta muito grande ver a injustiça que muitas empresas fazem, isso dá! A vontade é de não trabalhar mais, para ver se somos reconhecidos também, nem que seja pela vagabundagem!

Constatação Metafísica

(Marina Colasanti)

Jogo o tempo
na água
E ele nada.

Fórmula Mágica

Quem nunca sofreu na vida? Quem nunca olhou para a vida de alguém e sentiu inveja de tanta felicidade, se perguntando por que a sua vida também não é feliz? O que nunca paramos para pensar é que, nem todas as pessoas que estão sempre sorrindo são realmente felizes. E mais: algumas pessoas criam um mundo de fantasia e mostram aquele mundo a todas as pessoas para fugir do mundo frio e sombrio que é a sua realidade.
O fato é que todas as pessoas têm problemas, a única coisa que muda é a maneira de cada um lidar com os seus. Enquanto alguns fazem de sua vida um verdadeiro drama, e não porque querem fazer, mas porque é assim que encaram a situação, outros sofrem em silêncio e mostram para o mundo um sorriso falso e vazio.
Sofrer todo mundo sofre, ou já sofreu em algum momento de sua vida. Por mais que negue, não existe pessoa no mundo que nunca tenha chorado por um amor, que nunca tenha ouvido um não quando queria ouvir um sim, que não tenha perdido todos os seus sonhos de amor porque o outro simplesmente desistiu, que não tenha sentido vazio em uma manhã de segunda-feira, que não tenha desejado não existir por, pelo menos, um segundo. Às vezes olhamos para as outras pessoas e nos sentimos anormais, pois as vemos sorrindo enquanto estamos morrendo por dentro e pensamos que aquelas coisas só acontecem com a gente. Mas quando conhecemos as pessoas mais de perto, vemos que os seres humanos, em geral, são todos iguais, têm manias e sentimentos parecidos, acordam de mau humor em alguns dias, têm problemas, sentem solidão etc, etc, e etc.
Mas o que mais nos incomoda é ver como algumas pessoas lidam tão bem com o sofrimento, enquanto nós estamos lá morrendo por causa do nosso. Quantas e quantas vezes não desejamos saber encarar os problemas de frente, com fé e força, e nunca conseguimos? Quantas vezes invejamos as pessoas que sabem dar a volta por cima e até as criticamos por não terem sofrido tanto assim, tanto quanto a situação pedia? Aí vem aquele velho clichê, que, embora mantendo toda a chatice e mesmice dos clichês, não deixa de ser verdadeiro: “a dor é inevitável, o sofrimento é opcional”.
Muitas coisas ruins acontecerão conosco no decorrer de nossas vidas e vão doer no nosso coração. Encontraremos pessoas que nos abandonarão quando acreditarmos cegamente que elas nunca o farão, não passaremos naquele concurso público tão sonhado, perderemos a vaga de emprego para alguém com capacidade inferior à nossa, porque nem sempre a vida é justa, nos apaixonaremos por alguém que não sente o mesmo por nós, perderemos a fé e a esperança quando algo nos machucar, nos decepcionaremos com algumas das pessoas que mais amamos, seremos traídos, injustiçados algumas vezes, sentiremos o peso da incerteza e a dor da desilusão em algum momento de nossas vidas e, com toda a certeza que a experiência traz, posso dizer que serão dores que parecerão insuportáveis no começo, mas que sua continuidade ou fim dependerão única e simplesmente da nossa maneira de lidar com elas.
O grande problema é que o ser humano tem o hábito de achar que existe uma fórmula mágica, que cura todos os males em questão de segundos.
A dieta que te fará perder 20 quilos em uma semana sem deixar de comer doces e sem fazer exercícios. O príncipe encantado que surgirá na porta de sua casa declarando todo o seu amor quando você tiver acabado de sofrer a maior decepção amorosa de sua vida. O livro de auto-ajuda que fará seu pensamento mudar da noite para o dia, magicamente. O amor verdadeiro, que curará o amor fracassado. A saudade que passará em um segundo. A ausência da pessoa amada que não vai doer...
Muitas vezes, somos incapazes de compreender que a dor algumas vezes vai nos atingir e seremos obrigados a senti-la e que o processo de cura não é instantâneo, em algumas situações leva tempo para acontecer e exige um esforço muito grande de nós, esforço este que muitas vezes não queremos fazer, e acabamos colocando a culpa nos outros ou nas situações por continuarmos com o coração partido.
Não existe fórmula mágica para cessar a dor. O que existe é o velho inimigo tempo, que, quando deixamos que ele aja da maneira correta, acaba se tornando nosso maior aliado, e a força interior para lutar contra o mal que te acomete e a fé em dias melhores. Até as coisas mais difíceis são necessárias em nossas vidas, pois são elas que nos fazem repensar nosso modo de ser e agir e, com isso, nos fazem crescer, nos ensinam lições valiosas.
E, muitas vezes, o nada de hoje pode ser o tudo de amanhã...

Talvez um dia

Talvez um dia, quando a tempestade já tiver terminado e tudo for silêncio e saudade, você vai se lembrar de mim. Talvez quando todas as palavras já tiverem um sabor de adeus e for tarde demais para recomeçar, você sinta falta do meu sorriso e dos meus versos tão doces que chegavam a enjoar. Talvez quando nossos olhares já não mais puderem se encontrar e nossa história de amor deixe de ser uma realidade e se esconda no passado, você se lembre da minha presença na sua cama, acordando ao seu lado, e sinta saudade de dividir seus sonhos e seu travesseiro comigo, de brincar de ser feliz enquanto a felicidade fosse uma opção possível para nós dois, de ouvir um “eu te amo” antes mesmo de abrir os olhos pela manhã e de, mesmo longe, ter a certeza de que havia alguém que daria a vida por um segundo ao seu lado.
Talvez um dia, quando você não mais ver meu rosto e nem puder me tocar, você se arrependa das fotografias que não tiramos juntos porque você não quis e dos carinhos que me negou em noites de silêncio e solidão, onde tudo o que eu queria era ficar bem perto de você e sentir a sua respiração no meu ouvido, mesmo que você não tivesse nenhuma palavra de amor para me dizer. Porque era só você que eu queria, mesmo que fosse do seu jeito, mesmo que fosse da maneira errada, mesmo que esse amor me machucasse. O maior problema de toda a nossa história juntos é que você nunca percebeu isso...
Talvez um dia, se tudo isso terminar e você me encontrar na rua com outra pessoa, você se sinta traído e tenha ciúme de mim pelo menos uma vez na sua vida, você pense que poderia ser você ao meu lado e queira viver tudo de novo, nem que seja por mais uma única vez.
Talvez quando você beijar outras bocas e perceber que nenhum beijo tem o mesmo sabor do meu, sabor único do amor, você sinta saudade e se lembre das mil vezes em que tive que implorar por um beijo seu, e das vezes em que queimei de desejo enquanto você estava longe. Quem sabe até você queira me beijar de novo, apenas para saber se ainda sentiremos as mesmas coisas, como no passado.
Talvez um dia, quando você me perguntar se eu ainda te amo, eu minta dizendo que não, mesmo sabendo que vou te amar para sempre, mesmo estando longe, mesmo sabendo que nosso passado nunca se tornará um futuro... eu vou mentir, mas não por mim, eu vou mentir para que você não sinta remorso por ter partido, por ter fechado a porta do passado e deixado tudo para trás, por ter espalhado nosso amor pelo chão, por ter jogado os meus sonhos no lixo, por ter dilacerado o meu coração...
Talvez no dia em que eu morrer, eu deixe de te amar, pois já tentei todas as outras maneiras possíveis e nenhuma delas funcionou...

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Diferencial

Algumas pessoas acham que ser bonito é um diferencial, mas eu devo discordar plenamente desta afirmação.
Na era das marias-amélias eu até poderia concordar com isso, já que elas se casavam muito cedo e passavam o dia inteiro cuidando da casa, do marido e dos filhos, o que significa que não tinham tempo para ir ao shopping, para se maquiar, para passar horas e horas na academia e nem eram escravas das cirurgias plásticas, das lipoaspirações, do botox e nem de qualquer outra técnica para melhorar a aparência.
Estas mulheres, quando bonitas, eram bonitas naturalmente, e chamavam muito a atenção por isso. Ser bonita mesmo com toda a carga de trabalho que tinham, com o mínimo tempo para cuidar de si e sem a ajuda de nenhuma técnica, isso sim era diferencial!
Hoje, porém, esse quadro mudou. As mulheres deixaram de se dedicar inteiramente à casa, ao marido e aos filhos e agora são independentes, empreendedoras, trabalham fora e são muito vaidosas. As academias são como padarias: em cada esquina tem uma. Se o cabelo é crespo, a chapinha ou a escova definitiva alisam. Se ele é liso demais, o babyliss enrola. Se o rosto é marcado por espinhas, a maquiagem e os tratamentos de pele disfarçam. Vemos mulheres de 60 anos com rosto de 30. Se a academia não resolve o problema das gordurinhas localizadas, a lipoaspiração cuida de tudo. A cirurgia plástica, hoje, é acessível a todos, parcelada em até 24 vezes, como um carro! Hoje em dia existe até aparelhos de exercício físico portáteis, tudo para que nunca se descuide da aparência.
Hoje em dia não é difícil ser bonita, pois o que a natureza não deu, o bisturi conserta. Basta ter uma grana disponível, muita paciência para ficar horas e horas num salão de beleza ou numa mesa de cirurgia e ter a cabeça vazia o suficiente para achar que ser belo é tudo e vai resolver todos os seus problemas.
É muito fácil ficar bonito, a beleza hoje é comprada em revistas, em shoppings, em cirurgiões plásticos e está acessível a todos que a queiram e paguem o preço dela, e tudo o que está ao alcance de todos deixa de ser diferencial.
Diferencial para mim é ser inteligente, é estudar, é saber falar sobre todo e qualquer assunto, é estar antenado com o mundo, é ter bom relacionamento interpessoal, é saber valorizar as pessoas muito além daquilo que se vê, pois estas coisas, sim, são muito raras no mundo superficial de hoje, onde as pessoas estabelecem relações frias, onde o msn substituiu a maioria das conversas cara-cara com as pessoas, onde ganhar dinheiro e ter um corpo perfeito passaram a ser os objetivos principais de grande parte da população, onde o egoísmo se instalou e disseminou todo o seu veneno, onde as pessoas só são capazes de olhar para o seu próprio jardim e até mesmo de destruir o jardim dos outros para que o seu cresça ainda mais.
Diferencial é ser bom em um mundo onde quase todos são maus; é ser você mesmo quando todas as pessoas exigem que você seja um modelo criado pela mídia e pela sociedade; diferencial é sentir-se bem consigo mesmo em um mundo onde muitos cultuam a beleza e são pessoas moldadas pela plástica e pela academia; diferencial é saber que as pessoas são muito mais do que “a gordinha”, “o narigudo”, “a feinha”, elas têm sentimentos, elas têm qualidades muito mais importantes e relevantes do que a sua aparência. Diferencial é ter consciência do seu papel no mundo, é não passar em branco, é não ser só mais um, igual a todos os outros, é dar a sua contribuição, é ser você, é não se importar com a opinião de quem não te conhece; diferencial é amar as pessoas como elas são, não esperar que todos ajam, pensem, sejam e se comportem da mesma maneira; diferencial é enxergar além daquilo que os olhos podem ver, é valorizar as pessoas pelo que elas são, não pelo que elas têm ou aparentam; diferencial é parar de exercitar um pouco a bunda e exercitar o cérebro, afinal, o que será do futuro do país se todos tiverem um corpo sarado e perfeito, mas um cérebro atrofiado? Haja espaço para tanto músculo!
Não estou dizendo que as pessoas não devam ser vaidosas, muito pelo contrário, cuidar-se faz bem para a auto-estima. Apenas estou dizendo que as pessoas não podem tornar-se reféns da beleza e nem enxergar mais nada nelas e nos outros que não seja sua forma física.
A celulite tem solução. A gordura localizada tem solução. O nariz torto tem solução. E a futilidade? E a burrice? E a falta de percepção, de caráter, de noção? Ainda não conheci nenhuma loja que venda massa encefálica, que venda caráter e muito menos dignidade. Alguns atributos se conquistam. Outros, simplesmente se têm ou não têm.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Uma cena de amor tão comum...

Ela, uma romântica incorrigível e sonhadora ao extremo, era completamente por ele, divertido e popular, mas frio e fechado sentimentalmente.
O namoro aconteceu e durou dois anos. Foi um tempo difícil para ela, que sempre teve que lutar por tudo o que queria ao lado dele, já que ele, do alto de sua frieza que às vezes até se confundia com arrogância, não se importava com nada que envolvesse os dois, mas também foi um tempo de muita felicidade, pois ela esforçou-se tanto que conseguiu, por um certo tempo, amolecer o coração dele e tirar de lá sentimentos que nem ele mesmo sabia que existiam lá. Ela foi mais que uma namorada: era a melhor amiga, companheira, mãe, irmã, amiga, amante, psicóloga, enfim, movia céus e terras por qualquer coisa que soubesse que traria a ele um minuto que fosse de felicidade e satisfação. Ele, embora uma ótima pessoa, querido por quase todos que o conheciam, nunca moveu uma palha por nada que tivesse a ver com o relacionamento dos dois. Muitas vezes dava até a impressão de que para ele tanto fazia estar ao lado dela ou não. Mas ela era apaixonada demais para se importar com isso, e era capaz de dar a vida pela felicidade dele. Era tão fiel que mal olhava para os lados, sequer reparava outros homens na rua.
Mas, mesmo assim, o relacionamento terminou. Ela foi bombardeada pela terrível notícia e por mais um milhão de mentiras e omissões que ela não conseguia compreender. Ainda pior que a traição física, foi a traição que ele cometeu com os sentimentos dela e com a jura que os dois fizeram de sempre ser sinceros. A dor doía tão forte nela que a única saída que ela via para o fim de tudo era a morte, pois acreditava ser incapaz de viver sem ele. Não se pode dizer que ela não viveu sem ele, afinal, ela está viva e respira, no entanto, não existe apenas a morte em que se deixa de respirar. Existe também a morte em que se deixa de sonhar e acreditar, a morte em que toda a vida perde o sentido e todas as coisas perdem a graça: essa é a morte em vida. E ela morreu para o mundo, mesmo respirando e tendo um coração pulsando no peito.
Mas ele foi embora sem ir totalmente, pois a cada oportunidade da vida os dois deixavam o sentimento inexplicável que os unia falar mais alto e seus caminhos voltavam a se encontrar quase que magicamente.
E ela perdeu mais e mais tempo de sua vida, de seus sonhos e de seus esforços tentando corrigir algo que não tinha correção, tentando escrever sentimentos em um coração que não fazia a mínima questão de sentir nada daquilo.
Ela lutou incansavelmente, com todas as forças que tinha e até com as que não tinha, até que, finalmente, abriu os olhos para uma dura e triste realidade, mas que era a única coisa de sua vida que era real naquele momento: ou arrancava aquela dor do peito, ou a dor a arrancaria de vez de sua própria vida. E então, ela desistiu. Saiu de fininho, batendo a porta, deixando seu último bilhete de amor e levando consigo todo aquele infinito amor e toda a dor de não ter sido correspondida. Passou a amar em silêncio e à distância. E ele nem percebeu. Os dias se passaram e ele nem viu que ela havia partido. Apenas se deu conta de seu adeus após ler o bilhete que estava sobre a mesa da cozinha. Ele riu daquelas palavras e, em pensamento, a chamou de dramática, convenceu-se de que ela estava fazendo tudo aquilo para chamar a atenção e que, mais dia, menos dia, a porta se abriria novamente e ela entraria carregando o mesmo amor de sempre por ele nos braços. Mas ela nunca mais voltou. E no dia em que ele percebeu e acreditou realmente que ela nunca mais voltaria, e que já não havia modo de encontrá-la nesse mundo, pois ela havia se tornado um anjinho na imensidão do céu, então ele chorou.
As pessoas a seu redor tentavam consolá-lo e diminuir o remorso que ele sentia, dizendo que ela havia partido amando-o e que agora olhava por ele, e que o importante era que ele tinha certeza de que ela o amava, e que aquele amor que ela sentia ecoaria pela eternidade.
Com lágrimas nos olhos e uma ferida incurável, no coração, ele respondia sempre a mesma coisa, e respondeu isso por todos os anos de sua vida, mesmo que em silêncio:
- O problema não é eu saber que ela me amava, pois isso eu sempre soube; o problema foi ela ter partido sem saber que eu sempre a amei, porque talvez nem eu mesmo soubesse...

Quando demoramos muito para corrigir um erro, talvez depois fique tarde demais para que possamos fazer qualquer coisa...