Objetivo

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Uma cena cômica

Aconteceu comigo hoje, e eu não pude deixar de comentar. Todos os dias, para trabalhar, preciso pegar o ônibus 147 – Terminal São Caetano - , e ainda por cima desço no ponto final, mas parece que o mundo inteiro precisa pegar este ônibus, pois ele está sempre (e quando digo sempre não é exagero, é sempre mesmo) lotado. Hoje, mais especificamente, ele estava ainda mais lotado do que de costume, portanto eu não passei a catraca, pois eu não estava nem um pouco afim de me amassar lá no fundo, porque estou com uma dor terrível na coluna, ocasionada por uma limpeza de casa no domingo de manhã. Arrumei um cantinho lá na frente, de pé, e lá fiquei, enquanto um simpático cidadão (ainda existem pessoas educadas e solidárias no mundo, acredite!) que estava sentado segurava meu fichário.
Acontece que, em determinado ponto, o simpático cidadão levantou-se e eu, na ausência de idosos, deficientes físicos e mulheres com crianças no colo no ônibus, sentei-me. Pego ônibus em um horário muito ingrato, às 6h30 da manhã, por isso é relativamente raro encontrar estes “casos especiais” a esta hora, por isso a frente do ônibus fica quase toda ocupada por pessoas que não encontraram lugar depois da catraca.
Definitivamente, não tenho nada contra idosos, deficientes físicos e mulheres com crianças no colo, muito pelo contrário, respeito muito esta preferência que eles têm dentro dos ônibus, e sempre que alguém precisa cedo meu lugar, até mesmo quando não estou sentada nos assentos especiais. Faço isso, primeiramente porque é o que está escrito lá na plaquinha e, se existe uma preferência significa que, de fato, deve ser muito difícil ficar de pé em um ônibus segurando um bebê ou apoiado em uma muleta, ou até mesmo com a idade lhe pesando nas pernas e também porque eu pretendo um dia ficar grávida, e talvez eu vá precisar que as pessoas me cedam seu lugar e eu também vou ficar velha e, quem sabe, eu ainda precise andar de ônibus quando este dia chegar? Além disso, eu tenho uma vovozinha linda de 73 anos e fico muito triste quando saio com ela em tardes de sábado (ultimamente isso não tem mais acontecido, pois ela praticamente não anda mais) e ninguém cede lugar a ela no ônibus. Claro que fico um pouco incomodada com o fato de existirem pessoas que nunca cedem o seu lugar, que sempre fingem que estão dormindo. Normalmente, são sempre as mesmas pessoas que fazem isso. Ou você acha que todas as pessoas do mundo têm consciência? Não têm. Acredito que se todas as pessoas tivessem um pouquinho de consciência e respeito ao próximo o mundo seria muito melhor, afinal, porque sempre eu tenho que levantar e ceder meu lugar? Trabalho como todas aquelas outras pessoas que estão no ônibus e fingem dormir, e estou tão cansada quanto elas. Acho que não custa nada de vez em quando não sermos tão egoístas.
Acontece que, em determinado ponto da viagem, já em São Caetano, a uns dez minutos do meu local de descer (o ponto final), entrou uma senhora no ônibus. Para se ter uma base de como este ônibus estava lotado, nem mesmo a dez minutos do ponto final havia assentos disponíveis. É claro que eu vi esta senhora, embora eu estivesse um pouco sonolenta no momento, e é claro que eu ia levantar para que ela se sentasse (afinal, se eu não me levanto, praticamente ninguém naquele maldito ônibus levanta – quase sempre tem que ser eu! rs). A questão é que antes disso, eu precisava pegar o dinheiro da passagem na minha bolsa, pois, embora seja possível, requer uma boa técnica de malabarismo retirar dinheiro da carteira carregando um fichário enorme nos braços e com um ônibus em movimento (de vez em quando este motorista decide dirigir como um louco). E então, enquanto eu tirava o dinheiro de minha carteira, esta “respeitável” senhora fez o seguinte comentário, em voz alta, a um senhor que havia acabado de entrar no ônibus:
- Você vê como são as coisas? Os idosos ficam de pé e os jovens ficam todos sentados. Porque aqui na frente eu só estou vendo jovens e ninguém levanta pra gente sentar.
(Claro que eu não me lembro com quais palavras exatamente ela disse, mas foi isso que ela quis dizer, afinal).
Eu terminei de tirar o dinheiro da carteira e levantei do lugar, no qual ela sentou-se, mas não imediatamente. Dirigi-me à catraca sem dizer uma palavra, primeiramente pelo grande respeito que eu tenho aos idosos, e segundo porque eu não estava com um pingo de vontade de me indispor às 7h45 da manhã.
Mas gostaria de fazer algumas considerações (coisas que eu penso já há um bom tempo, mas que nunca disse a ninguém):
1º - o que uma pessoa maior de 65 anos de idade precisa fazer na rua antes das 7 horas da manhã, sendo que ela é aposentada? (salvo os casos onde a pessoa tem uma consulta marcada ou alguma emergência).
2º - idosos não pagam passagem, portanto, podem pegar qualquer ônibus e quantos ônibus quiserem e precisar. Porque, então, eles pegam ônibus que vêm lotados?
3º - idosos morrem se ficarem 10 minutos de pé? (afinal, este era o tempo que esta senhora ficaria de pé de acordo com o local onde ela pegou o ônibus). Neste caso aqui, abro uma exceção: estou falando de idosos que, apesar da idade, estão em boa condição física, pois eu sei que, existem, sim, idosos que não conseguem ficar de pé nem por dois minutos (tenho uma idosa assim na minha casa) – ela era uma idosa em boas condições físicas;
4º - se você está vendo que a pessoa vai se levantar para te ceder o lugar, para quê ainda fazer um comentário desses?
Eu compreendo perfeitamente que aqueles assentos são preferenciais, mas, sinceramente, eu acho que educação não mata! Eu sei que os idosos passam por coisas muito desagradáveis, têm pessoas que não cedem lugar de jeito nenhum, o outro pode estar morrendo ao lado, que finge que nem viu e que nem é com ela, mas eles também não têm o direito de sair ofendendo trabalhadores que levantam às 5h30 da manhã e entram em um ônibus lotado (e só podem pegar aquele ônibus, não têm outra opção) com as mãos tão cheias que se ninguém que estiver sentado segurar as coisas para ele, o mesmo não consegue se manter de pé durante o trajeto. Além disso, existem pessoas que precisam muito mais de um lugar que ela e nem por isso fazem este tipo de grosseria.
A parte cômica da história vem agora: a referida senhora desceu no ponto final também, e, enquanto eu praticamente me arrastava na rua, tentando administrar o peso do meu fichário e da minha bolsa com a minha dor na coluna, ela passou por mim correndo (e correndo de um jeito que acho que eu não corro em estado normal! rs) para pegar um outro ônibus no ponto. Só há um problema: acho que ela não enxerga muito bem de longe, pois ela correu tanto e o ônibus não era o que ela queria.
Agora eu fico me perguntando apenas uma coisa: aonde será que ela ia com tanta pressa e tanta disposição?

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Nem sempre


Desistir nem sempre é um ato de covardia
Quando é para manter o coração intacto
E a mente equilibrada
É um puro ato de sabedoria.

...Lendo e Repensando...

Anteontem, tentando organizar meu guarda-roupa, em um típico feriado onde todo o mundo me virou as costas e a solidão esteve a meu lado durante todo o tempo, enquanto eu esperava por uma ligação que eu sabia que não viria, mas que eu insisti em acreditar nela, afinal, fomos condicionados a acreditar que “a esperança é a última que morre”, mesmo que isso custe esmagar o nosso orgulho por uma causa já perdida, encontrei um diário de uns 2 anos atrás e, ao folheá-lo e ler algumas páginas dele, senti-me envergonhada e constrangida ao notar que os anos passam e o meu comportamento em relação à vida e às pessoas nunca muda, é como se eu estivesse parada no tempo enquanto o mundo gira ao meu redor e eu simplesmente não enxergo, pois estou olhando para o chão.
As mesmas humilhações. As mesmas crises financeiras. O mesmo sentimento de abandono e rejeição. A mesma luta contra a balança. Eternamente mendigando o amor de alguém, no caso em questão a mesma pessoa há quase 3 anos. As intermináveis lágrimas de dor e sofrimento. Os eternos questionamentos sobre “por que comigo?”, os quais nunca têm uma resposta. A mesma auto-estima baixa que me faz sentir-se a pessoa mais insignificante do mundo e ter vergonha de encarar os demais. A mesma ansiedade que não me deixa raciocinar, que me traz dores que vão além da alma e atingem até o meu corpo, e não me deixa em paz um segundo sequer. A constante insatisfação com relação a tudo na minha vida. A eterna busca por algo que eu não sei o que é, mas sei que nunca vem. O interminável sentimento de frustração, que me faz olhar para a vida dos outros e me sentir injustiçada, ou pensar que talvez eu sempre tenha sido uma menina má e não mereça ser feliz. A eterna idéia de que a felicidade não foi feita para mim. A constante sensação de angústia e tristeza. A eterna busca por um sentido à minha vida, sem nunca encontrá-lo...
Às vezes eu tenho a impressão de que, de um ano para o outro, apenas tiro xérox da minha vida e adiciono informações no rodapé das páginas, pois tudo é uma grande repetição, apenas com agravantes negativos que tornam as coisas cada vez piores. E o que mais me assusta é que eu não consigo sair desse círculo vicioso, eu fico repetindo e remoendo sempre os mesmos erros.
Fiquei admirada em ler exatamente as mesmas palavras que digo hoje, sendo que, naquela época, eu estava em um contexto completamente diferente do que eu me encontro agora. E cheguei a uma conclusão terrível: o grande problema da minha vida não são as situações em que me encontro, mas o meu estado de espírito. Eu vivo num eterno surto psicótico, e nada do que me acontece está bom para mim. É como se houvesse uma nuvem negra na minha cabeça, que só eu enxergo! O grande problema da minha vida sou eu! É estranho, é assustador, mas é a realidade!
Eu cresci com a idéia fixa na cabeça de que um dia surgiria alguém que salvaria a minha vida, que me livraria de todos os meus fantasmas e me levaria para um mundo colorido de alegria e felicidade. E por conta desse pensamento que começou na infância (não me pergunte por que), eu sacrifiquei toda a minha vida esperando por uma pessoa que nunca aparecerá, pois ninguém pode ser responsável por nos trazer felicidade, ela tem que vir de nós, de dentro para fora. É estranho descobrir de repente que o erro é meu, que nenhuma pessoa nesse mundo tem qualquer obrigação comigo ou com a minha felicidade. Ontem, a caminho de casa depois de uma noite atordoada na faculdade, sentada naquela cadeira, mas com o pensamento em outro mundo completamente distinto, eu chorei como uma criança, de desespero. Desespero por pensar que por todos esses anos eu vivi em função de um único objetivo, e um objetivo inatingível. Desespero por perceber que estou jogando a minha vida no lixo por algo que simplesmente não vale a pena. Desespero por ver que eu abandonei todos os meus sonhos e toda a minha rotina de vida e deixei a desmotivação e a apatia tomarem conta de tudo. Desespero por perceber que negligenciei coisas importantes, e agora não sei como fazer para consertá-las. Desespero puro, que me amargou a boca. Acredito que todas as pessoas, pelo menos uma vez na vida, já tiveram essa sensação de estarem completamente sós com um problema que não sabem como resolver e não tem a quem recorrer para ajudar.
Pois bem, e de repente eu ouvi a voz da minha consciência me dizendo exatamente o que tem que ser feito. E então eu me lembrei de um e-mail que recebi há algum tempo, que diz que a voz da nossa consciência nada mais é do que as palavras que Deus nos diz. E então eu percebi que a única pessoa que pode resolver os meus problemas sou eu mesma, através de algumas decisões pessoais e da ajuda de profissionais competentes que possam estudar e compreender essa alma tão perturbada que é a minha. Eu preciso me reencontrar, reconhecer o meu valor e voltar para o caminho que leva à felicidade interior. A pessoa mais importante na minha vida deve ser eu, e tudo o que fizer deve ser sempre pensando no meu bem-estar, em primeiro lugar. E isso não se chama egoísmo: chama-se amor próprio.
O que eu preciso compreender e aplicar à minha vida é que antes de qualquer amor que eu possa sentir por qualquer pessoa, vem o amor que eu sinto por mim.
Eu estou em busca da cura para todos os meus problemas emocionais, que eu sei, e admito, são muitos. É um longo caminho, mas eu quero tentar. E se eu cair, vou me levantar quantas vezes for preciso. Eu não quero mais sofrer...

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Amor não correspondido


Te beijar enquanto você dorme...
Te acariciar enquanto você sorri de olhos fechados...
Te amar até o meu coração doer
E eu passar a confundir o que sou eu e o que é você...
Rir com o simples fato de você rir...
Chorar se você estiver chorando também...
Ofender-me ao saber que você foi ofendido...
Sentir o coração disparar quando escuto sua voz ao telefone...
Tirar mil fotos suas
Revelar as mil, e ainda assim mentir
Que nem se importa tanto assim com elas
Mas manter em segredo uma dentro da agenda do trabalho
Apenas para te admirar quando a saudade ficar insuportável...
Chorar baixinho e em silêncio a sua ausência
Mas jamais deixar que você perceba
Que eu fiquei magoada por você não ter ligado,
Não ter aparecido, nem ter se importado comigo...
Esperar pacientemente que você enxergue o meu amor,
E mais que isso, queira esse amor para você
Para que eu possa traçar o nosso futuro...
Imaginar como serão os nossos filhos...
Sonhar com a nossa velhice juntos...
Estar ao seu lado enquanto ainda for possível...

Sobre Desistir

Desistir e colocar a culpa do nosso fracasso na vida e nas outras pessoas é muito mais fácil do que levantar da cama de manhã, tomar uma injeção de ânimo e encarar a vida como se aquele fosse o seu último dia de existência nesse mundo.
Acredito que não damos muito valor à nossa vida porque temos certeza de que amanhã haverá outro dia, e depois outro, e depois outro... mas, quem pode nos garantir isso, que haverá um amanhã? Ninguém sabe o dia em que vai morrer, mas de uma coisa todos temos certeza: um dia, todos nós vamos morrer.
E este dia não está escrito em nenhum lugar que possamos ler, portanto, não podemos jogar no lixo o dia que pode ser o último de nossas vidas... não podemos deixar de dar o que talvez seja o último sorriso, o último suspiro, o último “eu te amo”, o último olhar...
Que lembrança queremos deixar na mente das pessoas com as quais convivemos: a de alguém que sorriu até nos momentos de adversidade e tentou até mesmo quando tudo era impossível, ou um olhar frio e amargo de alguém que desistiu de tudo antes mesmo do final?
Sofrer e se fazer de vítima da vida é muito mais simples do que recolher os cacos de nosso coração estraçalhado pela dor e recomeçar a trilha pelo longo e tortuoso caminho. Mas o que não podemos nunca esquecer é que até os caminhos mais difíceis levam a lindos e ensolarados lugares. Nem sempre vencemos, e nem podemos exigir isso da vida, pois seria injusto com aquelas pessoas que passam por muito mais provações do que nós, e o importante na vida, de fato, não é vencer, mas é saber lidar com todos os sentimentos e emoções que nos cercam: a alegria, a tristeza, a dor, o cansaço, a apatia, o fracasso, a vitória...
É saber que hoje talvez tudo tenha dado errado, mas que amanhã você vai acabar percebendo que aquilo que julgava errado era, na verdade, o certo, era o que realmente deveria ter acontecido, mas você simplesmente não notou, é saber que depois de toda noite, independente de quanto tempo a escuridão dure, o dia sempre amanhece. Pode ser que ele amanheça nublado, mas, inevitavelmente, um dia o sol voltará a brilhar. É ter a sensibilidade de perceber que não somos os únicos que sofremos no mundo, apenas somos aqueles que sofrem e deixam a dor transparecer. É saber que o rumo que a nossa vida toma não depende do destino e nem está escrito no livro de Deus ou em qualquer outro livro; ele depende apenas da maneira como nós conduzimos tudo. É saber sentir tristeza sem transformá-la em depressão; é saber fracassar sem acreditar que nunca mais vai vencer; é perder um amor e chorar por ele sem acreditar que era a sua alma gêmea e que nunca mais na vida você vai amar outra pessoa; é acordar dominado pelo cansaço e transformá-lo num sorriso longo e simpático; é saber caminhar ao lado de quem caminha com você; é amar sem nada cobrar e sem nada esperar em troca; é acreditar num amanhã feliz, mas não apenas acreditar: lutar para que isto aconteça.
A maioria de nós encara a sua vida como espectador, não como o protagonista da história. Quando somos espectadores, apenas assistimos a uma seqüência de fatos, aguardando o clímax da história, quando todos os conflitos se resolverão e tudo ficará bem. Quando somos os protagonistas, precisamos correr atrás de tudo o que quisermos, caso contrário, nada acontecerá. Se você não escreve a sua própria história, a vida se torna a autora dela. Se você não sabe nadar, a maré te arrasta para onde ela quiser. E você está vulnerável, isso é um fato incontestável...
Queremos ser espectadores ou protagonistas das nossas vidas? Nada cai do céu. Deus ajuda, sim, mas não pode fazer absolutamente tudo por nós. É pouco Deus para muita preguiça! Que Ele nos dê fé, força e discernimento para que possamos trilhar o caminho na busca por nossos objetivos.
Ninguém é responsável pela nossa felicidade além de nós mesmos. E se não somos felizes com nossa própria presença, nenhuma outra presença será capaz de aliviar o nosso coração...

"Não sabendo que era impossível, ele foi lá e fez."
(Jean Cocteau)

Pessoas de verdade existem?

Procuram-se pessoas que saibam que...

... ser é mais do que parecer.
... amar não é só um sentimento, e sim um jeito de tratar a pessoa amada.
... quando um dos dois perde, todos perdem juntos.
... é melhor uma derrota honesta do que uma vitória sem escrúpulos.
... pedir desculpas engrandece a alma.

E que sejam capazes de...

... chorar de saudade.
... vibrar com uma noite estrelada.
... aprender com o sorriso de uma criança.
... falar de Deus com alegria no coração.

Procuram-se pessoas simples, com olhar sincero e coração grande.
Heróis de verdade...
O tipo de gente que não precisa de aplauso para ter uma noite de sono em paz!

(Roberto Shinyashiki - Trecho do Livro "Heróis de Verdade")

quarta-feira, 16 de abril de 2008

...Eu...

Trabalhando demais
Comendo demais
Dormindo demais
Sonhando demais
Sofrendo demais
Chorando demais
Reclamando demais

Duvidando demais
Desistindo muito facilmente
Entregando-se ao sofrimento
Brilhando de menos
Sorrindo de menos
Acreditando de menos
Vivendo de menos
Sendo apenas espectadora da própria vida
Morrendo um pouco a cada dia
Morrendo em vida...

Talvez

Eu me pergunto onde você está agora e o que está pensando neste momento, enquanto eu não te tiro nunca dos meus sonhos e da minha memória. Não importa o quão longe você esteja de mim, sua presença é sempre forte na minha vida, pois sua imagem não sai do meu pensamento. Não importa por qual distância nossos corpos estejam separados, eu sempre sinto o seu corpo junto ao meu, porque você está marcado em mim para sempre. Eu sempre me lembro do seu cheiro, eu posso descrever perfeitamente o seu jeito e as caretas que você faz quando fala, a forma como você fecha os olhos e sorri quando eu te acaricio e a alegria em seu rosto quando sonha com o futuro.
Eu ainda acredito que um dia você sentirá falta dos meus telefonemas diários apenas para ouvir a sua voz e perguntar se você dormiu bem ou como foi o seu dia; que vai sentir saudades do meu ciúme bobo e infantil, um sinal desse amor intenso e inseguro que eu sinto por você; que sentirá falta das minhas cobranças insistentes de que você fosse mais presente na minha vida e se importasse um pouco menos com os seus amigos e um pouco mais comigo; que vai rir quando se lembrar quantas vezes eu tentei mudar meus hábitos, mas nunca consegui; que vai sentir saudades dos meus “eu te amo” no meio da madrugada, das minhas declarações de amor via e-mail ou cartas e do meu olhar vidrado quando estou ao seu lado, independente de quem está ao nosso redor; que vai se dar conta desse amor tão imenso que você nunca valorizou; que vai chorar de saudades e pela dor das nossas lembranças pelo menos uma vez, como eu chorei milhares de vezes em noites vazias, de céu sem estrelas e de pingos de chuva na janela do meu quarto...
Talvez este dia chegue tarde demais e nossos destinos já estejam longe o bastante um do outro para que o termo NUNCA MAIS caiba na nossa história de amor; ou talvez este dia chegue em tempo hábil para que possamos corrigir nossas falhas, sintonizar nossas vidas e dar mais uma chance a um sentimento tão louco e tão intenso, que nos une sem sabermos exatamente por que. Eu não me importo quanto tempo vá demorar e nem mesmo se eu chegarei a ver esse dia, quero apenas que em algum momento da sua vida você compreenda o que é esse tal de amor que nasceu aqui no meu peito desde o dia em que te conheci e nunca mais me abandonou, nem mesmo quando você partiu...
Talvez você ainda não tenha conhecido o amor, ou apenas não o tenha RECONHECIDO, porque está cego pelo ódio que tenta nutrir em seu coração para fugir de toda e qualquer pessoa que queira partilhar com você um pouco mais da sua vida.
O futuro é incerto, eu sei, mas a certeza de um amor me faz esperar pacientemente, enquanto vejo a vida passar pela janela do adeus. Se eu estou perdendo meu tempo? Talvez. Mas você está perdendo algo muito mais valioso que o tempo: o amor.
Não deixe que a nossa história se perca pelas esquinas sujas e frias da vida...

Até onde vai a maldade humana?

Estou realmente muito chocada com os últimos acontecimentos que tenho assistido na mídia brasileira nestes dias (aliás não se fala em outra coisa, diga-se de passagem). Pais matando filhos (crianças inocentes), julgamento de um médico louco que matou e esquartejou sua ex-amante e paciente, mortes e mais mortes, inclusive aquelas que não são muito divulgadas porque não dão ibope etc. e faço uma pergunta sem resposta e desanimadora: até onde vai a maldade humana?
Além disso, desemprego, corrupção, fome, miséria, atrocidades... cada dia mais é isso que vemos e ouvimos e esse quadro nos traz uma certa “desesperança” em relação ao futuro. O que será do nosso amanhã?
Há uma inversão muito grande de valores no mundo ultimamente. As pessoas boas são as menos valorizadas, enquanto as pessoas ruins são aclamadas e defendidas, como se fossem heróis. Heróis de que? Será que não é essa inversão de valores que cria os assassinos frios (que sempre se acham acima do bem e do mal), as corporações cheias de funcionários desmotivados, muitas vezes comandadas por chefes incompetentes, as pessoas que roubam porque não encontram um lugar ao sol, etc?
Compreendo que os grandes problemas existem, mas acredito que eles surgem de coisas e atitudes bem pequenas que, se não são corrigidas na hora, acabam se transformando em atrocidades no futuro.
Dê emprego a quem precisa de emprego, dê motivação a quem precisa de motivação, dê um sorriso a quem está com o coração sangrando, mas, acima de tudo, e principalmente: dê amor a quem precisa de amor. Talvez com um pouco mais de amor nos corações, tudo seria melhor.
Agora, paremos e pensemos: e nós? Fazemos parte da maldade humana? E eu não falo apenas da maldade de matar, não. Existem algumas maldades bem menores do que esta, mas que não deixam de ser maldades...

terça-feira, 15 de abril de 2008

Culpa

Não é culpa sua, eu finalmente compreendi isso. Não é você que me traz sofrimento, sou eu que espero demais de você. Eu criei expectativas em relação a você que nunca poderão ser satisfeitas. Você é o que é, e não o que eu gostaria que você fosse. O problema não é você não atender ao telefone quando eu te ligo, é eu ligar acreditando que você tem que me atender.
Você não é obrigado a nada. Você é livre para fazer as suas escolhas, e neste caso, eu sou obrigada a aceitá-las. Eu te espero porque eu quero, você nunca me pediu isso. Eu te amo por escolha desse meu coração, você nunca quis esse amor realmente. Você não é nada do que eu sonhei para a minha vida, mas mesmo assim eu te amo.
Eu te amo porque o amor não escolhe dia, nem hora e nem lugar... ele simplesmente acontece. Eu te amo porque eu tinha que amar, porque talvez seja a sua indiferença que vá me ensinar alguma lição proveitosa de vida. Eu te amo porque você é a melhor e a pior pessoa que eu já conheci na minha vida, mas as suas qualidades sempre conseguem ser mais importantes do que os seus defeitos. Eu te amo porque eu te amo, não existe explicação para tudo, não se pode racionalizar todas as coisas que acontecem na vida.
Não é culpa sua essa angústia e esse vazio que me dilaceram o peito, hoje eu sei. A culpa é minha, que não aprendi a me amar e me valorizar o suficiente para saber a hora de insistir e a hora de deixar pra lá. A culpa é minha que não aprendi a decifrar o “não” escondido em pequenas frases como “não deu para ligar” ou “eu ia te ligar” ou “agora não é o momento certo”.Não é culpa sua. Eu é que devo te pedir perdão por não te deixar em paz, por insistir em algo que talvez não tenha futuro, mas eu insisto justamente por achar que o talvez ainda exista. Inocência? Pode ser. Eu ainda não sei ao certo. A culpa é minha por te amar demais... me perdoa...

...Já disseram o que eu queria dizer...

As vezes as palavras me faltam, então é neste momento que eu dou uma passeada na internet e busco por pessoas que sentem a mesma coisa que eu e conseguiram expressar estes sentimentos por palavras...
E se o mundo acabar amanhã? Sinceramente, para mim tanto faz. Há quanto tempo eu já não vivo mesmo? Nem eu sei ao certo... para ser bem franca, acho que eu nunca vivi de verdade, desde que me entendo por gente, sempre deixei a vida me conduzir. É por isso que hoje eu estou assim tão perdida, tão confusa, tão errada...
"O que não dá para evitar não se pode escolher..."


[...] O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesmo compreendo; pois estou longe de ser uma pessimista, sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudades... sei lá de quê" (Florbela Espanca)

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Eu vou te esperar

Eu ainda acredito na força de um amor capaz de curar todos os males causados por um passado de dor e tristeza. eu ainda insisto em acreditar que o meu amor vai destruir todo o ódio que você traz consigo e vai encher o seu coração de uma felicidade que você nunca sentiu, porque sempre se deixou cegar por sentimentos ruins.
Pode ser que eu acredite em tudo isso porque seja inocente, e, que, na verdade, todo esse amor nem exista mesmo, como muitas pessoas frustradas com a vida insistem em dizer, mas pode ser também que tudo isso seja real e eu esteja a um passo de conseguir o amor que eu sempre desejei para a minha vida.
É você que eu quero e é só você que eu realmente amo, por isso eu vou te esperar, com a fé de alguém que nunca desiste de seus ideais, mesmo quando tudo parece estranho, escuro e perdido. Eu vou te esperar porque não há outra pessoa neste mundo que eu conheça capaz de trazer ao meu coração a alegria que a sua presença me traz. Eu vou te esperar porque o futuro a Deus pertence, e quem sabe um anjinho não sopre em seus ouvidos que o único objetivo da minha vida é te fazer feliz e você, enfim, perceba, que eu posso não ser a pessoa que você sonhou para a sua vida (se é que algum dia você já chegou a sonhar com isso), mas sou uma pessoa que pode te fazer feliz. Eu vou te esperar porque eu te amo de uma maneira que eu nunca imaginei ser capaz de amar ninguém nessa vida. Eu vou te esperar simplesmente porque eu não tenho outra opção...
Eu só não pensei ainda na possibilidade de que você nunca venha...


Eu preciso cuidar de mim

Muitas vezes vamos deixando a nossa vida passar bem diante de nossos olhos e não fazemos nada além de ser meros espectadores, mesmo que ela se transforme em uma novela mexicana e soframos sem sequer saber por que...
Chega um momento em que as palavras já não mais fazem sentido, e já não são suficientes para explicar uma dor que se instalou no coração e ali fez moradia, uma dor que te incomoda todos os dias, a todo instante, e não se sabe mais o que fazer para tirá-la de lá.
O que fazer quando a voz que ouvimos já não é mais a do coração, mas sim a do desespero? O que fazer quando apenas uma coisa na sua vida domina toda a sua mente, e a falta dela tira completamente o sentido da sua existência? O que fazer quando o sono já deixou de ser um descanso para o corpo e passou a ser uma fuga da realidade para a alma? O que fazer quando as lágrimas e os livros são os seus mais fiéis companheiros dos últimos tempos? O que fazer quando um amor que antes te fazia feliz, hoje te cega e quase te leva à loucura? O que fazer quando sua vida é em função de uma pessoa para a qual você é nada? O que fazer quando você dorme e acorda com o mesmo pensamento todos os dias e não consegue nunca tirá-lo do seu foco de atenção? O que fazer quando não se sabe mais viver sem uma pessoa que logo se despedirá de você? O que fazer quando já não se sabe mais o que fazer?...
Eu preciso cuidar de mim, eu sei... e sei também que já passou da hora de dar um novo rumo à minha vida, o problema maior que vejo nisso é que eu não sei como se faz para mudar os princípios de uma vida...
Vou explicar: desde criança, tenho em mente que a felicidade verdadeira está ligada a um grande amor. Sempre fui uma pessoa à frente do meu tempo, e meu maior medo sempre foi, e ainda é, o de ficar sozinha. Diferentemente da grande maioria dos jovens da minha idade, eu não gosto de baladas, de curtição, do “ficar com um e outro por aí”, então o fato de não ter uma pessoa a meu lado me traz desespero, pois, além dessa questão de eu não gostar de bagunça, a sensação de solidão me assola de uma maneira que eu não consigo controlar e tira todo o brilho que eu tenho nos olhos.
E a verdade é que eu pensei que eu tinha encontrado esse grande amor dos meus sonhos, aquele que seria o pai dos meus filhos, aquele que seria a garantia de que eu nunca mais seria sozinha (embora eu saiba que nada nessa vida é garantido, afinal, a vida vive nos pregando peças), mas cada dia que passa, estou me convencendo de que, nas palavras de Ana Carolina, “eu sou a pessoa errada” para ele. Nossos caminhos vivem se encontrando e depois se perdendo, e eu tenho muito medo de que um dia eles se percam de vez, pois, eu confesso, eu o amo demais e não faço a mínima idéia do que será a minha vida se um dia isso acontecer. Tudo bem que ele me diz que tudo nessa vida se supera, que ninguém nasceu grudado a ninguém, portanto sabe viver sem a pessoa, e eu até acho que ele tem razão, mas me diz como se ensina ao coração não mais amar? Nós ficamos separados, e, de fato, eu vivi sem ele, mas a questão é que eu não sei se posso chamar aquele tempo de vida, pois eu me lembrava dele e chorava de saudades todos os dias e, no auge do desespero, no silêncio profundo do meu quarto, eu implorava a Deus para que o trouxesse de volta para mim, nem que fosse a última coisa que eu pudesse ter na minha vida eu queria, e as lágrimas se misturavam a uma dor intensa, que dilacerava o meu peito...
Eu sei que eu preciso me amar em primeiro lugar. Sei que preciso aprender a admirar o pôr-do-sol e usar os momentos em que estou sozinha para estar em contato comigo, para conhecer melhor os anseios da minha alma, para encontrar outras prioridades para a minha vida, que incluam meu crescimento profissional, meu autoconhecimento, mas eu não tenho tantos amigos a quem possa recorrer em noites frias de solidão e desespero, não tenho ouvidos que possam escutar minhas palavras de dor quando o coração dói tão forte que eu não possa suportar calada, eu não tenho tantos amigos para estar a meu lado e me ajudar a ficar de pé. Escolha própria? Eu não sei, creio que fui espectadora da minha própria vida por tanto tempo que estas escolhas acabaram fazendo parte do pacote de coisas que eu deixei a vida decidir por mim... enfim, eu sei que preciso olhar para mim e para a minha vida com outros olhos, que preciso aprender a me valorizar, a perceber as coisas que tenho de bom em mim, não apenas as ruins, que eu preciso ter um encontro sincero com a minha própria alma e com Deus, que eu preciso parar de permitir que a dor me destrua e me deixe depressiva, como tem acontecido ultimamente, que eu preciso aprender a dar valor às outras coisas da vida, não apenas ao amor... eu sei de tudo isso, só não sei como se faz para conseguir tudo isso...
Confesso que estou com muito medo. Medo do amanhã, medo da solidão, medo do abandono, medo de mim, medo do que as pessoas pensam ao meu respeito, medo da humilhação, medo da rejeição, medo do medo...
Já não sei mais o que faço, embora eu saiba exatamente o que deve ser feito e simplesmente não consiga colocar em prática...
A vida é muito mais difícil do que eu imaginava nos meus sonhos de criança...eu quero voltar a sonhar...

“Você é meu sol... e quase o ano inteiro os dias foram noites, noites para mim. Meu sorriso se foi, minha canção também; eu jurei por Deus não morrer por amor, e continuar a viver...”


quinta-feira, 10 de abril de 2008

...Fingindo...

Quando vamos parar de fingir que somos duas crianças brincando de amar
E que nada que fizermos um ao outro terá conseqüências graves?
Quando vamos parar de fingir que nada somos um ao outro
Que estamos unidos apenas por mera coincidência da vida?
Quando vamos parar de brincar de ser felizes
E decidir se vamos seguir a mesma direção ou nos afastarmos de vez?
Quando vamos parar de fingir que não temos nada a dizer
E continuar calando as palavras mudas de nossos corações?
Quando vamos parar de rir da nossa situação
E começar a pensar se ficar juntos é o que queremos para o nosso futuro
Ou se nossa história se quebrou de um jeito que não há mais como colar?
Quando você vai parar de me responder com esse silêncio mórbido
Toda vez que eu disser que eu te amo?
Eu não vou mais fingir
Minha máscara já caiu há muito tempo
Você sabe que eu te amo
Mas mesmo assim vai continuar fingindo que não sabe?
Eu digo na sua cara que te amo
E você vai continuar fingindo que não ouve?
Eu me coloco na sua frente quando passa
E você vai continuar desviando o caminho para não me enfrentar?
Eu calo minhas palavras para não dizer-te tudo o que eu sinto
E você vai continuar fingindo que não compreende o meu olhar?
Não dá mais para fingir
Eu preciso de uma resposta
Para saber o que fazer com os meus dias vazios
E com uma saudade que me aperta o peito
Você vai ficar para sempre
Ou vai embora de uma vez?
Eu preciso saber
Eu sei que dependendo da resposta vai doer
Mas continuar atuando no seu teatro eu não posso mais
Talvez seja melhor que doa tudo de uma só vez
Do que eu morra um pouco por dia na dúvida...
O que será do amanhã?

Não sei por que, mas ainda me surpreendo...

Ainda me surpreendo com algumas coisas que vejo as pessoas fazendo. A falta de respeito. A falta de consideração ao próximo. A necessidade absurda de ser o centro das atenções, sempre, independente do local em que estiver. A falta de comprometimento com as coisas sérias. Não saber a hora de parar a brincadeira. Não ter consciência do momento em que deve sair de cena. Não ser capaz de perceber quando sua atitude incomoda as pessoas a seu redor.
Algumas pessoas não são capazes de notar que nem sempre podemos ser os protagonistas da situação. Muitas vezes somos os coadjuvantes, em outras precisamos até mesmo ser a árvore, passar despercebido dentro da cena. Nem sempre podemos ser as estrelas da peça, pois em algum momento, o público cansará do mesmo protagonista, independente de ele ser o vilão ou o mocinho.
De qualquer maneira, eu continuo me perguntando: por que esse tipo de pessoa sempre quer sair por cima, em toda e qualquer situação? O que leva uma pessoa a jamais dar seu braço a torcer, a não conseguir notar quando está sendo inconveniente, quando está desrespeitando o espaço do outro?
Desde criança, aprendi que respeito é algo primordial. Saber a hora de falar e a hora de calar. Saber a hora de agir e a hora de esperar. Saber a hora de se expor e a hora de se esconder. É esse tipo de percepção que nos faz ter um bom relacionamento social. E isso não é uma questão de bons costumes, não, e nem de tradições. É uma questão de sobrevivência. A sua liberdade termina aonde começa a do outro. O maior problema na convivência é que existem pessoas que são tão espaçosas que não só esbarram na liberdade dos outros, como também a invadem. Sinceramente, no começo a gente acha este tipo de atitude bonitinha, engraçadinha, mas chega um momento em que o copo enche e não dá mais para suportar.
Na boa, se você quer ser o centro das atenções, faça o seguinte: vá para um palco onde todo o público presente queira te prestigiar.
Podem dizer o que quiser, mas, para mim, embalagem não é tudo. Importante mesmo é o conteúdo. Pena que no mundo de hoje, o que realmente importa é a maciez da pele, a medida da cintura e o tamanho da bunda.
Abaixo a futilidade!
Abaixo a pobreza de espírito!
Se você quer respeito, seja o primeiro a respeitar. Não exija dos outros aquilo que nem você mesmo sabe dar.
Não tenho nada contra ninguém, e isso sequer é uma crítica, é só um desabafo de uma pessoa que está cansada de enxergar injustiças ao seu redor. Democracia, sim. Arruaça, por favor, não. Não prejudique o próximo por puro capricho seu.

...Simples assim...


"Não é a árvore que abandona a flor,
é a flor que abandona a árvore
Algum dia eu vou aprender a amar estas cicatrizes
ainda frescas da lâmina ardente de suas palavras"
(Bye Bye Beautiful - Nightwish)

terça-feira, 8 de abril de 2008

... A Última Noite...

Ela caminha nua pelo quarto escuro
A luz da lua reflete em seu belo rosto
Traços finos, rosto de anjo
Rosto que ela mesma nunca enxergou no espelho...
Nos olhos, refletido o desespero
Lágrimas que rolam pelo rosto sem cessar
Mil pensamentos ao mesmo tempo, sem nada compreender
Dor que machuca e dilacera o peito
Dor tão forte que chega a doer no corpo
Dor que cega e a impede de ver o brilho da vida
Dor que ofusca a luz da alma...
Ela já buscou ajuda, mas não encontrou
Ela já chamou por Deus, mas Ele não respondeu
Ela já chorou até o coração sangrar,
Agora já não há mais lágrimas...
Há uma bela noite lá fora
Uma linda lua cheia, cercada de estrelas brilhantes
Mas a cegueira do desespero não a deixa ver nada
Apenas a última estrela que se apagou no seu coração...
Um olhar triste e um último adeus
Apatia, cansaço, um pedido de perdão a Deus
Papel e caneta nas mãos, suas últimas palavras
Medo, arrependimento, alívio, redenção
A morte deve doer muito, mas dói uma única vez
Diferente das dores da vida, que dóem todos os dias
Dilaceram o coração e matam um pouco por manhã...
Segura a lâmina levemente, fecha os olhos
Duas linhas apenas e é o final
Sangrar até o sangue acabar
A dor física invadindo o corpo
Expulsando a dor da alma
Ela olha pela janela por uma última vez e sorri
Enfim, a dor cessou
É o fim...
E as estrelas continuam brilhando no céu
Porque a vida continua aos que têm coragem para lutar...

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Alguns Eternos Por quês...



Por que a coisa mais valorizada pelas pessoas é a aparência?
Por que vivemos cercados de pessoas, mas mesmo assim nos sentimos tão sós?

Por que os nossos sonhos mais desejados não acontecem?
Por que sempre amamos a quem não nos ama?
Por que somos incapazes de esquecer um grande amor, mesmo quando ele dilacera o nosso coração?
Por que somos rejeitados, mesmo nos esforçando ao máximo para agradar aos outros, e as pessoas que não merecem atenção são as mais bajuladas?
Por que as pessoas julgam as outras peça quantidade de espinhas no rosto ou pelos quilos mostrados na balança?
Por que a ansiedade não nos deixa raciocinar?
Por que não conseguimos controlar o nosso próprio pensamento?
Por que o telefone nunca toca quando esperamos por uma ligação?
Por que o dia nunca amanhece?
Por que a felicidade nunca chega?
Por que a dor nunca vai embora?
Por que o silêncio sempre prevalece sobre as palavras?
Por que o "eu te amo" já não emociona?
Por que os olhos não se fecham de uma vez?
Por que o fim não vem para, finalmente, aliviar a dor?
Por que você não volta para ficar ou leva de vez a minha alma com você?
Por que eu estou viva, se eu simplesmente não sei viver?

sexta-feira, 4 de abril de 2008

...Lembranças...


Há exatamente um ano, dediquei algumas horas do meu dia a uma declaração de amor diferente, para a pessoa que eu mais amava (e ainda amo) e com quem eu acreditava que passaria a minha vida toda. Mas eu não queria cartas ou poesias, como eu costumava fazer sempre. Eu queria algo novo, que pudesse contar um pouco da nossa história de amor. Então juntei um pouco do conhecimento que tenho em Powerpoint, com lindas fotos dos nossos momentos juntos e as mais sinceras palavras de amor que poderia encontrar (embora nem todas as mais belas palavras desse mundo fossem capazes de expressar o sentimento grande e intenso que se instalou no meu coração) e preparei uma apresentação sobre o nosso amor, com uma música do Stone Sour como fundo (Botter).
Quis fazer algo maravilhoso, embora saiba que aquelas palavras jamais se aproximariam de explicar o que realmente houve entre nós, o quanto nosso amor era lindo e gostoso de se viver. Maravilhoso, de fato, não foi, mas, posso garantir, foi muito sincero.
Entretanto, quando te entreguei as minhas horas de trabalho e as mais sinceras palavras que pude encontrar, não vi nenhuma empolgação no seu rosto, sequer ouvi uma palavra de agradecimento por aquela homenagem.
E eu confesso que nem poderia imaginar o que aconteceria dezoito dias depois dessa declaração de amor: o fim do nosso romance. Sim, eu estava certa: eu tinha visto indiferença nos seus olhos no momento em que te entreguei o CD com o que eu julgava ser um maravilhoso presente a um namorado que se ama. Às vezes chego a pensar que naquele dia mesmo, você já estava confuso com relação ao que sentia por mim...
Um ano se passou desde esse dia, mas eu ainda me lembro como se fosse hoje. O dia em que nos conhecemos, que era um dia que tinha tudo para ser horrível, mas que a sua presença e as nossas longas conversas o tornaram maravilhoso e inesquecível, um dos melhores Dia dos Namorados que já tive em toda a minha vida, mesmo sem ao menos termos nos tocado naquele dia. Lembro-me do início do nosso envolvimento, graças ao MSN que hoje já nem uso mais, pois perdeu todo o seu encanto, da música que eu enviei a você (Longe de Você – Charlie Brown Jr.) e que desencadeou todo o interesse que um sentia pelo outro, do nosso primeiro encontro a sós, numa noite fria de sábado, numa praça próxima à minha casa, do nosso primeiro beijo, com gosto de afinidade e desejo, e dos quase dois anos de felicidade que vivemos juntos, embora parecesse que nosso relacionamento ia durar um mês apenas, passando por alegrias e tristezas, por dores e incertezas, por dificuldades, mas sempre juntos e apostando na força de um amor verdadeiro.
Eu ainda me lembro, porque não há modo de esquecer os melhores momentos da minha vida (e mesmo que houvesse um modo de te apagar eu não ia querer, pois minha história de vida seria extremamente vazia e sem graça se eu pulasse esta parte, que é uma das que considero mais importantes). Eu ainda me lembro porque o meu sentimento nunca mudou, desde o primeiro instante em que nos vimos já era amor, e é amor até hoje, mesmo depois de tudo, mesmo depois da dor que invadiu o meu coração e da saudade que me acompanha todos os dias, desde que eu acordo até o momento de eu deitar. Eu ainda me lembro porque o presente nós mudamos, o futuro podemos planejar e traçar, mas o passado... este nada podemos fazer com ele, senão mantê-lo na lembrança. Eu ainda me lembro porque o passado não se apaga, muito menos se esquece.
Estas palavras não significam que apenas hoje eu me lembrei e senti saudades, pois, na verdade, saudade eu sinto todos os dias, desde o primeiro dia em que os nossos olhares se desencontraram e os nossos caminhos se perderam. Escrevo apenas para que fique registrada a dor de um coração ferido pela decepção que um amor perdido causa, para mostrar a corações tão machucados quanto o meu que essa dor existe, sim, e mata um pouco por dia, para que você saiba que eu nunca te esqueci, e nem nunca esquecerei, e que cada palavra e pensamento da minha vida é para você, sempre foi para você, e que cada lágrima que molha o meu travesseiro nas noites frias e solitárias da minha vida é por você.
Eu tentei, sim, trilhar outros caminhos, mas acredito que eu não tenha seguido o mapa direito, pois percebi que por todo este tempo caminhei em círculos: não importa aonde eu vá e o que eu faça, eu sempre volto para o mesmo lugar, para as mesmas lembranças, para o mesmo passado, talvez porque não haja outra vida que eu queira ter que não aquela que planejamos, senão a seu lado...
Saudades de um passado feliz, saudades do seu sorriso gostoso, que alegrava os meus dias e me fazia esquecer de todos os problemas, do seu abraço que me protegia de todo o mal do mundo e do seu olhar de compreensão diante de todos os meus tormentos...
Eu sinto a sua falta, como se fosse um pedaço de mim que tivesse se soltado do meu corpo, como se eu não pudesse viver longe dos seus braços, sem saber como você está, sem saber se você almoçou, se a sua gripe melhorou e se você dormiu bem à noite...
Hoje eu entendo aquelas vidas que se acabam antes do final...
Ainda te amo com todo o amor que pode existir na face da Terra...

Aqui eu te amo

(Pablo Neruda)

“Aqui eu te amo.
Nos escuros pinheiros se desenlaça o vento.
Fosforece a lua sobre as águas errantes.
Andam dias iguais a perseguir-se.
Descinge-se a névoa em dançantes figuras.
Uma gaivota de prata se desprende do ocaso.
As vezes uma vela. Altas, altas, estrelas.
Ou a cruz negra de um barco.
Só.
As vezes amanheço, e minha alma está úmida.
Soa, ressoa o mar distante.
Isto é um porto.
Aqui eu te amo.
Aqui eu te amo e em vão te oculta o horizonte.
Estou a amar-te ainda entre estas frias coisas.
As vezes vão meus beijos nesses barcos solenes,
que correm pelo mar rumo a onde não chegam.
Já me creio esquecido como estas velhas âncoras.
São mais tristes os portos ao atracar da tarde.
Cansa-se minha vida inutilmente faminta...
Eu amo o que não tenho. E tu estás tão distante.
Meu tédio mede forças com os lentos crepúsculos.
Mas a noite enche e começa a cantar-me.
A lua faz girar sua arruela de sonho.
Olham-me com teus olhos as estrelas maiores.
E como eu te amo, os pinheiros no vento,
querem cantar o teu nome, com suas folhas de cobre.”

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Minutos de Desespero

Tomada por um vazio imenso e inexplicável. Vontade louca de me isolar do mundo, de não ver nada, não ouvir nada, de não dizer nada. Aliás, não tenho nada a dizer mesmo. Sentimento de indignação, de revolta, de medo, de tristeza, de frustração... dor que dói e corrói o peito...
Raiva do mundo, raiva da minha solidão, raiva da rejeição, raiva de me sentir tão mal comigo mesma, raiva de não me aceitar como sou, raiva de não me amar o suficiente ao ponto de não me permitir sofrer assim, sem razão.
De onde vem tudo isso? Para onde vai tudo isso? Por que eu não consigo me valorizar, me amar e ser capaz de me ver como uma pessoa que merece ser feliz? Eu não agüento mais, são anos e anos da minha vida perdidos com este vazio que nunca acaba... talvez seria melhor mesmo fechar os olhos para sempre, assim dor nenhuma seria capaz de me atingir...
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Minha solidão não tem nada a ver com a presença ou ausência de pessoas… Detesto quem me rouba a solidão, sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia….”
(Friedrich Nietzsche)

Mudanças

Eu sei que as mudanças são necessárias. Sei também que, na grande maioria das vezes, são boas, trazem progresso e crescimento. Mas a questão aqui é muito simples: eu sou extremamente resistente a elas.
Sou do tipo de pessoa que gosta da estabilidade, sabe aquela coisa do emprego tranqüilo, sabendo todas as minhas funções de cor e salteado, dos mesmos hábitos sempre, das mesmas pessoas a meu redor, dos mesmos amigos, de um amor para a vida toda? O novo, o desafio, a aventura simplesmente me assustam. Recomeçar, redescobrir, buscar, inovar são todas palavras lindas, mas, na prática, não são tão simples assim.
Confesso que estou bastante incomodada com o rumo que as coisas estão tomando na minha vida... mudanças no trabalho, vida pessoal estagnada, desmotivação, cansaço e apatia, falta de vontade de seguir o caminho... já não sei mais o que faço.
Estou muito magoada, pois, além de ter sido parte de uma grande reestruturação feita no meu ambiente de trabalho, fui separada de pessoas com as quais adorava conviver, tiraram-me o serviço que me esforcei tanto para aprender a executar (na época, praticamente não tive treinamento e quase tudo o que aprendi foi por conta própria) e me colocaram em outro que, além de parecer ser monótono e que ficará todo nas minhas costas, eu não faço a mínima idéia do que seja, pois até o presente momento, ninguém veio falar comigo a respeito do assunto, me dar alguma orientação ou pelo menos me desejar boa sorte nesta nova empreitada, que, pelo visto, vou encarar sozinha. Para completar, não ouvi nem mesmo um “muito obrigado” do meu ex-chefe, que me trata como se eu não existisse, como se eu não tivesse importância nenhuma para a instituição. E o pior é que uma pessoa dessa ainda fala em sala de aula que um bom líder deve motivar seus funcionários... aonde ele fez isso? Quando? E com quem? Porque com os subordinados dele, eu nunca o vi fazer...
As coisas estão muito estranhas. O medo tem tomado conta dos meus dias e eu não sei mais como agir com todas as mudanças que estão acontecendo na minha vida. Eu estou sentindo muita saudade de um tempo onde tudo era calmaria, onde eu tinha o amor da minha vida ao meu lado, me amando e querendo estar comigo, e hoje, o que eu tenho? Eu já não sei. Estou me sentindo perdida, rejeitada, sozinha, cansada... eu sei que a reversão desse quadro deve partir de mim, mas não estou tendo forças para me levantar e trilhar o caminho, para ser bem sincera, eu sequer estou enxergando a estrada à minha frente...
Mas também já não quero incomodar ninguém com os meus problemas, por isso escrevo para que eu possa conseguir suportar a dor, escrevo para desabafar e aliviar um pouco o meu coração já tão machucado pela vida...
Tudo o que eu quero dessa vida é ser feliz, será que isso é pecado? O que mais eu terei que perder, por quantas coisas mais eu terei que passar até encontrar uma direção certa? Quantas lágrimas mais terei que derramar para lavar a minha alma?
O meu maior sonho é tão simples, mas é o único que eu não consigo realizar...

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Falando Sozinha

Eu escrevo versos para o vento
Mas já não me importo
Muito menos me preocupo com a aprovação de ninguém
Durmo e acordo com o mesmo pensamento todos os dias
Há muito tempo venho batendo sempre na mesma tecla
Estou fechando os meus olhos para o mundo
Estou fugindo dos olhares que querem encontrar o meu
Tudo isso porque não quero encarar a realidade
Quero simplesmente acreditar no mundo perfeito
que criei para enganar a dor que dilacera o meu coração
Quero viver a alegria muda dos meus sonhos
quero brincar de ser feliz por pelo menos mais uma vez
Para mentir ao meu coração sempre que a dor
doer mais um pouquinho
E prefiro jogar minhas palavras ao vento
a ter que ouvir as pessoas dizerem que meus sentimentos
são bobagem, passageiros, exagero, drama, mentiras, reclamações irritantes
A ter que suportar a incompreensão alheia
Prefiro não me encontrar com ninguém
A ter que sorrir falsamente para todos a meu redor
E dizer que está tudo bem,
mesmo sabendo que dentro de mim está tudo mal
As folhas de papel não fazem críticas,
Não exigem nada em troca, não fazem cobranças
Apenas aceitam resignadamente as palavras nelas escritas
Mesmo que sejam apenas um emaranhado de bobagens
Ou contenham graves erros ortográficos
As folhas de papel não te abandonam em noites frias
Não se recusam a receber seus lamentos
Suportam silenciosas e compreensivas
todas as suas dores e lamentos
Por isso prefiro mil vezes falar sozinha
Espalhar minhas palavras pelos quatro cantos do mundo
Escrevê-las em folhas de papel e trancá-las em gavetas
A dizê-las a pessoas que fingem querer ouvi-las...

Uma pequena verdade

(que você ainda não notou)

Em todo ambiente que você está,
Independente de quantas pessoas estiverem lá
Eu só consigo enxergar você na minha frente,
Inclusive se você não estiver de fato presente
Pois você está sempre em todos os lugares onde estou
Preso, eternizado na minha lembrança...

...Enquanto isso...

Enquanto a chuva cai lá fora e deixa a noite ainda mais escura, da janela do meu quarto eu observo as gotas de água escorrendo pelo vidro e tento compreender algo totalmente incompreensível: a minha própria vida.
Eu evito cruzar meu olhar com os olhares de outras pessoas, simplesmente porque me faltam palavras para dizer o que eu sou e o que eu sinto, talvez porque nem eu saiba as respostas para estas perguntas.
Chega um momento em que não se sabe o que é melhor: persistir ou desistir, agir ou reagir, lutar ou fugir. E tudo fica tão confuso que o mundo se torna pequeno demais para o tamanho da minha solidão. E neste exato instante, as palavras já não fazem sentido, as lágrimas já não caem mais dos olhos, mas o sorriso também não brota neste rosto já tão cansado de tantas tentativas frustradas de encontrar a direção certa.
Eu procuro uma palavra que defina o meu estado de espírito, mas a apatia que toma conta dos meus dias me impede até mesmo de raciocinar; eu espero por uma palavra que me faça sorrir, m mas a única coisa que escuto é o vazio de um silêncio que ecoa pelas paredes do meu quarto,
Enquanto isso, a chuva continua caindo lá fora...