Objetivo

segunda-feira, 19 de abril de 2010

O preço das recaídas

Pois é, graças às minhas duas últimas semanas comendo como se não houvesse amanhã, a balança veio "coroar" o resultado da minha visita aos velhos hábitos: engordei 700 gramas. Não estou nem um pouco surpresa por ter engordado, para falar a verdade, estou mesmo surpresa é de ter engordado só isso, porque pela forma desregrada que comi nas últimas semanas, imaginei um aumento de peso de 2 quilos ou mais (até porque, dia desses eu me pesei e a balança acusou mais 2 quilos - ainda bem que ela estava errada). Estou triste, sim, mas consciente de que isso é reflexo do meu comportamento. É muito bom quando deixamos a posição de vítima e passamos a nos considerar responsáveis por nossa própria vida, pois, sendo donos de nossos atos, e não meras marionetes do destino, somos capazes de realizar mudanças, que farão de nós pessoas melhores.
Eu estava pensando justamente nesse assunto hoje, antes de me pesar: o preço de uma recaída, às vezes, é tão alto, que não vale a pena pagá-lo. Eu sou uma pessoa muito insistente quando o assunto é recaída, parece que gosto mesmo de reviver coisas que não são boas para mim e que vão me fazer sofrer tudo de novo depois. Sou uma pessoa muito reincidente, estou sempre cometendo as mesmas bobagens e me auto-sabotando, mesmo sabendo que o preço por reviver um pequeno prazer do passado me trará dor e prejuízo por um longo tempo. O nome dessa reincidência: falta de amor-próprio.
Precisamos, acima de tudo, gostar de nós mesmos e jamais fazermos coisas que nos desabonem ou magoem. É claro que nessa vida precisamos do amor dos outros para sermos felizes, mas isso não significa destruir seu amor-próprio em nome do amor de ninguém. A nossa dignidade vem em primeiro lugar, é uma das coisas mais importantes que uma pessoa tem na vida.
Eu não sei em que momento da minha vida eu escolhi me odiar tanto, pois eu estou sempre fazendo coisas contra mim. Costumo dizer que eu não preciso de inimigos, pois eu mesma me encarrego de ser a minha própria inimiga. Eu mesma me saboto. Eu mesma me destruo. Eu mesma me coloco como vítima da minha vida, ao invés de assumir o papel de protagonista.
Eu sempre andei de cabeça baixa, eu sempre passei para as pessoas a ideia de inferioridade. Somos apenas reflexo daquilo que pensamos, e as pessoas nos vêem exatamente como nós nos vemos.
Nos últimos dias, tenho sentido muita vergonha de mim, por perceber o quão fraca e vulnerável eu tenho me mostrado diante das pessoas, a ponto de elas terem pena de mim. Peguei um sentimento, que nem de amor pode mais ser chamado, e fiz dele a razão da minha existência, porque na cegueira do desespero por amor, eu simplesmente não notei que estava cavando a minha própria sepultura, eu estava louca para ser amada e não medi as consequências dos meus atos. O medo de conviver comigo era tão grande, que eu entreguei a minha vida nas mãos de outra pessoa, responsabilizando-a pela minha felicidade. Com essa atitude, tomada há cerca de 5 anos, perdi toda a minha dignidade, minha decência, minha autoestima, minha identidade, e passei a ser nada mais que uma mulherzinha apaixonada, chorosa e sofredora, lutando inscansavelmente pelo amor de um homem que não estava nem aí para mim, nunca esteve e nunca estará. Após centenas de humilhações, que ainda persistem, percebi que cheguei ao fundo do poço por minha própria culpa: nós precisamos saber a hora de desistir.
Eu poderia ter saído dessa história bem menos arranhada se eu tivesse resistido às recaídas: conforme o livro "Quando Termina é Porque Acabou", a recaída simplesmente te faz voltar ao ponto zero, sofrer tudo de novo, como se fosse a primeira vez, regredir no processo de recuperação. É a mais pura verdade. Ao me permitir reviver pequenos prazeres momentâneos, sempre colocava a perder meses e meses de luta para encontrar minha autoestima e felicidade, voltando a ser aquela mulherzinha já citada anteriormente.
Tudo isso que me está acontecendo agora não é culpa de ninguém, sou 100% responsável pela minha dor, porque eu me permiti. Eu me permiti descontar todos os meus sentimentos na comida, e engordar absurdos 32 quilos com essa atitude (já pesei 60 e já cheguei a 92, no final de gravidez). Eu me permiti ser humilhada por um homem que não merece sequer que eu lhe dirija a palavra, porque respeito e consideração são palavras que não fazem parte do seu estilo de vida. Eu me permiti chegar ao fundo do poço por negar a pessoa que eu sou, por me odiar ao ponto de achar que eu mereço sofrer, que as pessoas estão corretas em me tratar como lixo e em aceitar humilhações dos mais diversos tipos.
Mas a verdade é que agora eu quero aprender com os meus erros, e, com isso, crescer. Quero iniciar uma nova fase na minha vida, e ela inclui a felicidade. Quero dizer ao mundo, mas, principalmente, a mim, que a felicidade chegou na minha vida. Quero encontrar o equilíbrio para poder ensiná-lo ao meu filho.

A vida começa agora.

1 comentários:

Camila Santiago disse...

oi flor... não desista nunca.. mas nunca mesmo ...seja forte... se vc axar ke esta so ... naum esta estou sempre por aki ... senta se forte sempre... pense em seu filho ...somente e em vc... tem um questionário no meu blog pra vc... responda la... bjoks... te adoro em ...