Objetivo

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Festa de aniversário do Rhian

Conforme tudo na minha vida, foi um dia de emoções intensas. Primeiro, o frio na barriga de estar fazendo a primeira festa de aniversário do meu filho. Um medo enorme de as pessoas não aparecerem, de eu ser uma anfitriã ruim, de alguma coisa dar errado, do pai do Rhian me fazer alguma "surpresa" desagradável, enfim... muitos pavores povoaram minha cabeça por muito tempo. Mas depois que o pessoal começou a chegar, meu coração foi se acalmando...
Algumas pessoas não compareceram, mas o que posso dizer é que a grande maioria estava lá, e cada um que transitava por aquela festa, tem um papel especial na minha história e na do Rhian. Enxugaram minhas lágrimas quando a dor invadiu meu coração e parecia ter vindo para ficar. Ofereceram seu ombro amigo para que eu chorasse. Fizeram-me rir quando eu acreditava que o sorriso já não fazia mais parte da minha vida. Caminharam ao meu lado e me seguraram nos braços quando eu achei que já não tinha forças para continuar.
Procurei dar atenção a todos os convidados, dentro das minhas possibilidades de tempo, claro. Distribuí sorrisos sinceros, porque eu estava realmente feliz. Recebi muitos abraços afetuosos, elogios à minha nova silhueta (ainda há muito o que mudar, mas já melhorou pra caramba), brincadeiras saudáveis e divertidas aconteceram o tempo todo. Além dos amigos, estava na presença da minha família, que amo demais. Estava com a minha família de sangue, e com a minha família de consideração, que é a família do pai do Rhian. Nem o término dos nossos laços afetivos foi capaz de esfriar em meu coração o amor que sinto por sua mãe, suas irmãs e seus sobrinhos, que chamo carinhosamente de minha sogra, minhas cunhadas e meus sobrinhos. Serão para sempre minha família, não importa o que aconteça no futuro.
Participei da dança das cadeiras, saí na 5ª rodada e, como sou a mãe do aniversariante, meu castigo foi bem pesado: dançar o créu na velocidade 5, com a bunda virada para os participantes da brincadeira! Mas não fui só eu que paguei mico, não! Quem entrou na brincadeira, se deu mal também! rs
Até o pai do Rhian, que foi o vencedor da brincadeira, teve que dar uma reboladinha em cima da cadeira. Foi muito engraçado!
Rhian estava meio mal humorado, não é acostumado a muito barulho e agitação, mas, ainda assim, se comportou melhor do que eu imaginava. Foi no colo de algumas pessoas, deu umas risadinhas, participou do piquenique infantil no colo da recreadora, sem chorar, enfim... acho que ele se divertiu também!
Ele estava lindo com a roupinha que a vovó (minha mãe) deu para ele, roupa essa que saímos para comprar na última hora, depois de eu constatar que todas as roupas que tinha planejado que ele usasse estava grandes demais.
O dia estava lindo, bem ensolarado e quente, e o calor veio para fazer bonito. Estava muito quente o salão, e antes das 16h, já estávamos todos suados, principalmente o Rhian, eu e seu pai.
O momento da retrospectiva chegou. Eu já tinha assistido umas 5 vezes, pelos menos, e em todas elas chorei, mas, sinceramente, não imaginei que ela fosse me acertar em cheio bem ali, no meio de todos os convidados. Quando a primeira foto apareceu na tela, eu com uma barriga de 7 meses de gravidez, sozinha, um filme de toda a história começou a passar pela minha cabeça. Chorei compulsivamente durante os quinze minutos de retrospectiva. Por um momento, olhei para trás e vi o pai do Rhian com ele no colo, então não pude deixar de pensar porque as coisas não deram certo, porque não formamos a nossa família linda e não vamos criar nosso filho juntos. Meu coração doeu demais, por mais uma vez.
Com meu filho nos braços, cantarolei para ele a última música da retrospectiva: "Você é a escada da minha subida, você é o amor da minha vida, é meu abrir de olhos no amanhecer, verdade que me leva a viver, você é a espera na janela, a ave que vem de longe, tão bela, a esperança que arde em calor, você é a tradução do que é o amor"
E então eu senti no meu coração, de novo, a alegria intensa de ser mãe. Senti que não posso mais viver sem ele, que ele me faz feliz demais, que ele devolveu meu sorriso e minha esperança. Tudo que sou hoje, o melhor de mim, eu devo ao nascimento do Rhian.
Ao final da retrospectiva, vi lágrimas em muitos rostos ali presentes. Recebi abraços carinhosos, elogios, frases de incentivo, beijos calorosos, "eu te amo" sinceros. Senti meu coração em paz.
Hora do parabéns. Um calor atrás daquela mesa, meu Deus! Mas foi divertido. Assoprar a vela do meu filho junto com o papai, poder dizer a ele que sempre estivemos civilizadamente unidos em seu nome, poder ser a família de que ele precisa. Fotos e mais fotos com todo mundo que estava no meu campo de visão. Um bom pedaço de bolo com sorvete (ai, dieta!). Arranquei o salto alto dos pés e me joguei no brinquedão com a minha cunhada. E lá fomos nós pra dentro da piscina de bolinhas! Divertidíssimo.
Festa chegando ao final. Beijei e agradeci cada um por estar ali. Foi maravilhoso. Abracei também o papai do Rhian e agradeci por um dia de alegria, sem "surpresas" e aborrecimentos. Nós dois brigamos, mas no final, tudo fica bem.
E lá vamos nós para casa, abrir os presentes. Ganhou coisa demais! Brinquedos, velotrol, roupas que não acabam mais, sapato... nossa! Fez uma festa naquela sala enquanto papai e mamãe abriam os presentes!
Foi um dia lindo e divertido, à altura do que meu filho merece. Senti a alegria em seus olhinhos, embora saiba que ele não compreendeu absolutamente nada do que estava acontecendo.
Mas, como tudo na minha vida, depois de toda a alegria, a tristeza me invadiu novamente, e eu chorei mais um pouco, para calar a ânsia do meu coração em ter respostas, em compreender porque meu relacionamento fracassou.
Eu quero esquecer o passado e seguir uma nova vida, mas eu sofro cada vez que me conscientizo de que preciso me soltar de tudo o que aconteceu. Abandonar o passado significa abrir mão das coisas maravilhosas que vivi, me desapegar de uma família que eu amo demais e que eu decidi chamar de minha, esquecer a esperança de estar ao lado do homem que eu amo. Não é fácil, mas é necessário. Eu preciso ser feliz.
Fui dormir com uma dor de cabeça insuportável, com a pressão 10x6, um mal-estar terrível, mas feliz pelo dia do meu filho ter sido perfeito.

Rhian, eu te amo demais! Obrigada por iluminar a minha vida neste seu primeiro ano de vida!

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