
Geralmente, me irrito muito com as choradeiras noturnas do Rhian, mas nesta noite em especial, eu sabia que não era nenhum tipo de birra: algo estava acontecendo com ele, eu só não sabia dizer o que.
Ele chorava dormindo, virando o corpinho para um lado e para o outro, como se procurasse uma posição confortável. Além disso, estava com as costas e a cabeça muito quentes, parecia febre.
Ministrei 10 gotas de Tylenol, preparei uma mamadeira bem gostosa, e fiquei tentando fazê-lo dormir. Chorei muito, de tristeza, de nervosismo, de cansaço. Disse a Deus que queria de volta a minha vida, pois às vezes tenho a impressão de que ela não me pertence mais, talvez pórque agora eu viva só em função do meu filho, dos estudos e do trabalho, exatamente nesta ordem.
Mas só eu sei o quanto amo o meu filho, e que é impossível viver sem ele. Os pensamentos ruins fogem da cabeça ao me lembrar quanta felicidade ele traz para a minha vida, e logo eu recobro as minhas forças para continuar lutando.
Fui trabalhar parecendo um zumbi. Olheiras, cara de sono e até um leve mau humor me acompanharam pelo dia.
No período da tarde, minha mãe telefonou para dizer que havia levado-o para tomar vacina, e que ele estava apresentando temperatura de 38º - febre. O coração já deu um sobressalto.
Rhian estava ensaiando seus primeiros passinhos há muito tempo, mas no dia 17 finalmente aprendeu a andar com as próprias perninhas, sem depender tanto de apoios para se manter em pé. Depois que percebeu que agora está mais independente, não parou mais de andar pela casa! A coisa mais linda desse mundo, enchendo a família de orgulho! Acontece que ontem, nem andar ele queria. Estava bem desanimadinho, coisa que, de fato, meu pequeno não é.
Não quis esperar mais nem um segundo. Após a segunda ligação da minha mãe, para me dizer que a febre havia subido para 38,5º, passei a mão na minha bolsa, desliguei meu micro, bati meu cartão, e corri para a minha casa. Meu filho é a minha prioridade, largo tudo por ele.
Chegando lá, meu pequenininho estava ardendo em febre, já havia subido para 39,1º, estava triste, e quando peguei-o nos meus braços, senti que ele estava mole, pois encostou-se em mim e nãoo quis saber de mais nada.
As minhas lágrimas foram inevitáveis, porque o medo de que qualquer coisa de ruim aconteça ao meu filho é muito grande, e por ser mãe de primeira viagem, qualquer coisa que acontece com ele, para mim é uma novidade muito grande e assustadora.
Terça-feira, por exemplo, ele caiu do sofá e fez um "galo" bem grande na cabeça. Todas as crianças caem, o tempo todo, eu sempre digo isso a minha mãe, mas quando aconteceu com o meu, bem na minha frente, e eu não pude fazer nada para impedir, me bateu um sentimento de culpa muito grande, uma sensação de impotência enorme, um medo de não estar cuidando dele da maneira correta.
Não é fácil ser mãe, principalmente se a sua emoção domina todos os seus sentidos, como no meu caso. Eu não quis saber de nada, corri com ele para o hospital.
O diagnóstico? Eu não sei. O médico também não sabe. A febre cessou, quase como mágica. O brilho dos olhinhos voltaram. As passadas descoordenadas e rápidas pela casa voltaram. A alegria voltou a reinar nos corações de todas as pessoas que amam e querem o bem desse bebê. A ordem médica é que se a febre voltar, é para correr para o hospital de novo, coisa que, com certeza, eu o farei, nem precisava dizer.
Ser mãe é maravilhoso, porque todos os momentos são intensos, sejam eles de dor ou de felicidade. É um amor tão forte que sentimos, que somos capazes de qualquer coisa por esse amor. E não importa quem seu filho seja ou o que ele faça: ele sempre será o seu bebezinho.
A missão da maternidade é muito difícil, mas a simples alegria de um sorriso estampado no rosto de uma criança já é capaz de compensar todos os maus bocados.
Meu filho já tem 1 ano, mas continua transformando toda a dor da minha vida em esperança. O melhor amor que já vivi, porque este eu tenho certeza de que é para sempre.
"Só as mães são felizes"
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